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Com recorde de 751 mortes em 24h, projeção é de ao menos 28 mil este ano no Brasil

O Brasil bateu seu terceiro recorde na semana e registrou 751 mortes decorrentes do novo coronavírus em 24 horas, segundo atualização feita pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira. Com isso, o total oficial de vítimas da covid-19 no País subiu de 9.146 para 9.897. E uma projeção da consultoria americana Kearney, que trabalha com cenários […]
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O Brasil bateu seu terceiro recorde na semana e registrou 751 mortes decorrentes do novo em 24 horas, segundo atualização feita pelo nesta sexta-feira. Com isso, o total oficial de vítimas da covid-19 no País subiu de 9.146 para 9.897. E uma projeção da consultoria americana Kearney, que trabalha com cenários há mais de 80 anos e está presente em mais de 40 países, prevê, na melhor das expectativas, que o País chegue a 28 mil vítimas até 20 de dezembro.

Segundo a plataforma de estatísticas Worldometers, o País continua a ser o segundo em registros no mundo, atrás apenas dos EUA, que relataram 1.570 novos óbitos por infecção em 24 horas. O número de casos confirmados da doença no Brasil saltou de 135 106 para 145.328, com 10.222 novos registros entre anteontem e ontem. Isso sem considerar os casos de subnotificação.

Para a Kearney, a flexibilização de medidas de e a falta de ações que ampliem urgentemente a estrutura de saúde do País poderão fazer com que o Brasil se torne o recordista mundial de vítimas da doença. O Estadão teve acesso exclusivo a um estudo concluído na semana passada pela empresa, que analisou em detalhes a evolução da doença em todo o mundo e, a partir de dados oficiais do Ministério da Saúde e dos Estados, fez simulações para as próximas semanas e meses do Brasil.

As projeções mostram que, em um cenário intermediário, o Brasil chegará a cerca de 78 mil mortes por covid-19 até dezembro. No mais pessimista, o estudo aponta 295 mil mortos até 20 de dezembro. Seria como se a população inteira de uma cidade do porte de Taubaté (SP), Petrópolis (RJ) ou Governador Valadares (MG) fosse dizimada. São números, portanto, de referência, que podem variar muito conforme as medidas que forem tomadas.

Pico

Conforme as projeções, o Brasil ainda não atingiu o pico de casos, o que deve acontecer entre 2 e 11 semanas (10 de maio a 5 de julho), conforme a região do País. Medidas locais de combate à doença, no entanto, podem abreviar ou reduzir esse prazo. “O cenário é extremamente preocupante. A mensagem clara que tiramos disso, em síntese, é que a coisa ainda vai piorar muito, antes de melhorar”, diz Joaquim Cardoso, líder sênior da prática de saúde da Kearney Brasil.

Uma das principais fragilidades do Brasil em lidar com o avanço da doença está em sua infraestrutura de saúde. A Kearney fez um levantamento detalhado sobre o que está disponível dentro da rede pública do SUS e o que há na rede privada de saúde. Os dados consideraram um total de 34 mil leitos de UTI para adultos no País – com a covid-19 e outras situações, o número atual avançou um pouco para 40 mil. Considerando os números anteriores da consultoria, na prática isso significava que, enquanto a média de leitos é de 40 unidades para cada 100 mil pessoas entre aqueles que têm plano de saúde, esse número caía para 9 leitos para cada 100 mil na rede pública. “O que vemos agora é a desigualdade na saúde cobrando a conta”, diz Joaquim Cardoso, da Kearney Brasil.

O cenário fica ainda mais delicado quando considerado que cerca de 16 mil leitos já estavam em utilização por outras doenças antes da chegada da covid-19. Nas estimativas da Keaney, as implementações de hospitais de campanha não são suficientes para sequer trazer equilíbrio a esse cenário.

Sugestões

A consultoria faz sugestões para minimizar problemas. “É preciso um plano urgente para as UTIs, que seja feito por Estados e cidades e considere a contratação de UTIs da rede privada pelo poder público”, afirma Cardoso. “É preciso avaliar também a possibilidade de transporte de pacientes entre cidades, regiões e Estados. Isso foi feito na França. Temos aviões, é uma alternativa.”

O estudo aponta que os Estados que sofrem com maior falta de leitos, principalmente na rede pública, estão nas Regiões Norte e Nordeste, como Amazonas, Pará, Amapá e Ceará. O colapso na rede de atendimento, porém, também se aproxima das redes de Acre, Rondônia, Roraima, Pernambuco, Goiás, Distrito Federal, , Espírito Santo e .

Em um cenário otimista, o relatório estima que haverá falta de ao menos 2,5 mil leitos de UTI no pico das contaminações, mas esse número pode chegar à falta de aproximadamente 24 mil leitos em situação mais crítica. Com base nas experiências internacionais, a consultoria alerta para a necessidade de se revisar políticas públicas, além de adotar medidas para reduzir as subnotificações.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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