Pular para o conteúdo
Brasil

Apostas esportivas: relator avalia reduzir taxação de empresas e ampliar isenção de apostador

O relator do projeto de lei que regulamenta a tributação das apostas esportivas online, deputado Adolfo Viana (PSDB-BA), avalia reduzir a cobrança sobre as empresas e ampliar a faixa de isenção para o apostador, que deixaria de ser tributado por prêmio e passaria a fazer um encontro de contas a cada 90 dias. As mudanças … Continued
Agência Estado -
congresso reforma tributária
Fachada do Congresso Nacional, em Brasília. (Antônio Cruz, Agência Brasil)

O relator do projeto de lei que regulamenta a tributação das apostas esportivas online, deputado Adolfo Viana (PSDB-BA), avalia reduzir a cobrança sobre as empresas e ampliar a faixa de isenção para o apostador, que deixaria de ser tributado por prêmio e passaria a fazer um encontro de contas a cada 90 dias. As mudanças estão sendo discutidas com técnicos do Ministério da Fazenda e lideranças partidárias.

Segundo pessoas que acompanham as negociações, Viana cogita reduzir a tributação sobre as empresas dos atuais 18% para algo em torno de 12%. A alíquota incidirá sobre o chamado GGR (gross gaming revenue, na sigla em inglês), ou seja, sobre a receita obtida com os jogos, subtraídos os prêmios pagos aos apostadores

Relator avalia ampliar a faixa de isenção para o apostador, hoje em R$ 2.112.

O parlamentar tem argumentado, em conversas com deputados, que a alíquota de 18% deixaria os sites instalados no Brasil em desvantagem em relação a concorrentes sediados em paraísos fiscais. E o intuito do projeto, na avaliação dele, é justamente estimular a formalização desse mercado.

A iniciativa de Viana, no entanto, tem enfrentado a resistência de colegas na , que defendem a taxação mais alta ao setor. Membros da bancada evangélica, que por definição são contra o jogo, têm alegado que é preciso aplicar a tributação mais alta sobre as apostas esportivas – e esse se tornou um dos pontos centrais da negociação neste momento.

Rateio

A arrecadação obtida por meio da taxação das apostas deverá ser destinada à Seguridade Social e também às áreas de segurança e educação (veja abaixo). Como mostrou o Estadão em julho, antes de o projeto ser enviado ao Congresso, o governo costurou um acordo que propôs que 3% da receita fossem destinados ao Ministério dos Esportes, já no intuito de turbiná-lo para entregá-lo ao .

A redução do porcentual da tributação, proposta por Viana, impactaria apenas a destinação de verbas para a Seguridade, os demais, que também incluem os clubes de futebol, seriam poupados do corte.

Outros ministérios também estão de olho nessa nova arrecadação. É o caso do Turismo, atualmente comandado pelo ex-deputado do Centrão Celso Sabino. O ministro está negociando com o Congresso uma fatia dessa receita.

A equipe econômica previu uma arrecadação de R$ 700 milhões com a nova cobrança no Orçamento de 2024, mas estimativas internas calculam que o montante possa chegar a R$ 12 bilhões em um mercado totalmente regulado. Deputados falam em até R$ 25 bilhões. Isso porque, além da taxação das apostas, o governo deverá cobrar uma outorga dos sites que desejam operar no Brasil, no valor de R$ 30 milhões.

Além disso, a Câmara estuda incluir na tributação não apenas as apostas esportivas, mas também os cassinos online, com o argumento de que 70% do faturamento dos sites se dão com esse tipo de operação. O presidente da Casa, (PP-AL), informou que a novidade poderá constar do texto, ainda que enfrente resistência de deputados ligados às bancadas religiosas

Taxação do apostador

O relator na Câmara também estuda rever a taxação sobre o apostador, que deixaria de pagar a cada prêmio e passaria a recolher o imposto a cada 90 dias, por meio de um encontro de contas (saldo entre transações) de ganhos e perdas. Essa era uma demanda das chamadas bets, empresas de apostas esportivas, que temiam que a cobrança por prêmio pudesse desestimular os apostadores.

Viana defendeu esse ponto alegando que a tributação poderia encarecer o valor de cada aposta, afetando a atratividade do negócio.

Nesse sentido, também há conversas para se ampliar a faixa de isenção para pessoa física, hoje em R$ 2.112. Acima desse valor, incidirá uma alíquota de 30% de Imposto de Renda. O novo montante ainda não foi definido, mas a Câmara avalia ampliar a linha de corte para R$ 10 mil.

A mudança, no entanto, está em estudo, uma vez que a faixa de isenção atual é aplicada nos jogos da Loteria Federal e qualquer alteração deveria dar tratamento semelhante aos dois tipos de apostas.

Em termos de arrecadação, a mudança não preocupa a Fazenda, já que a receita vinda da tributação sobre o apostador é apenas “residual”. O grosso virá da cobrança sobre as empresas.

Divisão da arrecadação segundo a proposta:

  • 2,55% serão destinados ao Fundo Nacional de Segurança Pública
  • 0,82% à escola fundamental
  • 1,63% aos clubes, como contrapartida à cessão do nome
  • 10% à seguridade social
  • 3% ao Ministério do Esporte

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Carro fica crivado com 14 tiros na região de fronteira

Documentário ‘Mulheres na Ciência’ será exibido na TV aberta

Treino aberto de equipes da Supercopa de Vôlei dá oportunidade para torcedores que não poderão assistir os jogos

Barroso vota por descriminalizar aborto até 12ª semana de gestação

Notícias mais lidas agora

Detran-MS

MP autoriza prorrogar pela oitava vez inquérito contra indicado de político por corrupção no Detran-MS

Treino aberto de equipes da Supercopa de Vôlei dá oportunidade para torcedores que não poderão assistir os jogos

multas transporte

Juiz ignora ameaça de cortar vale-transporte e nega suspender multas contra o Consórcio Guaicurus

Familiares procuram por Evelin, desaparecida há nove dias em Campo Grande

Últimas Notícias

Polícia

Mulher é vítima de tentativa de homicídio com golpes de facão da cabeça

O crime ocorreu na região da Avenida Guaicurus

Brasil

Barroso autoriza enfermeiros a auxiliar aborto legal e proíbe punição

O ministro também garantiu que os profissionais não podem ser punidos

Brasil

Câmara já gastou R$ 3,3 milhões com deputados presos ou fora do Brasil

R$ 3,3 milhões para custear gastos do gabinete de parlamentares

Polícia

Quatro agressores são presos pela Delegacia da Mulher em menos de 12 horas

4 agressores foram presos pela Delegacia de Atendimento à Mulher de Três Lagoas