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Brasil

Familiares das vítimas de incêndio no Ninho do Urubu repudiam absolvição de réus: ‘Impunidade’

TJ-RJ absolveu todos os réus no processo criminal envolvendo a tragédia que tirou a vida de 10 jogadores da base do Flamengo em 2019
Agência Estado -
Ninho do Urubu. (Foto: Divulgação/Flamengo)

A Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu (Afavinu) divulgou nesta quarta-feira, 22, uma carta repudiando a decisão do Tribunal de Justiça do (TJ-RJ) que absolveu em primeira instância todos os réus no processo criminal envolvendo a tragédia que tirou a vida de 10 jogadores das categorias de base do Flamengo em 2019. O grupo afirma se tratar de “uma grave afronta à memória das vítimas e ao sentimento de toda a sociedade.”

“Relembremos que os jovens falecidos – adolescentes em formação, atletas da base – dormiam em contêineres improvisados, sem alvará adequado, com indícios de falha elétrica, grades de janelas que dificultavam a saída, entre outras condições de insegurança. A absolvição dos acusados, sob o argumento de que não se conseguiu individualizar condutas técnicas ou provar nexo causal penalmente relevante, renova em nós o sentimento de impunidade e fragiliza o mecanismo de proteção à vida e à segurança dos menores em entidades esportivas, formativas ou assistenciais no País”, diz trecho da carta.

A Afavinu afirma que seguirá em busca de justiça e espera que a decisão seja revista nos órgãos de recurso. O grupo diz ainda que vai continuar exigindo dos órgãos de fiscalização e do poder público em geral a implementação de medidas para tornar obrigatórias auditorias frequentes e manutenção preventiva em alojamentos de atletas em todos os clubes do País.

“A memória dos jovens não será silenciada: os nomes deles, suas vidas interrompidas em circunstâncias evitáveis, exigem que continuemos vigilantes. A decisão judicial, ao não reconhecer a responsabilização penal, representa uma falha grave do sistema de justiça em seu papel pedagógico – e como tal, reforça em nós o dever de mobilização civil para fortalecer os mecanismos de fiscalização, transparência e responsabilidade em espaços de formação de jovens”, diz outro trecho da carta.

“A vida dos nossos filhos tem um valor irreparável e em memória aos 10 garotos inocentes lutaremos, até o fim, por uma Justiça efetiva e capaz de inibir novos delitos com sentenças que protegem as vítimas e não os algozes (…) Que o amor pelo esporte, que move milhões de corações, seja também amor pela segurança, pela ética e pela memória daqueles dez meninos que sonhavam em vestir, com orgulho, a camisa rubro-negra ou de outros mantos sagrados. O verdadeiro espírito esportivo exige empatia, responsabilidade e humanidade. Honrar esses valores é proteger as futuras gerações de atletas e garantir que o continue sendo motivo de alegria – nunca de luto”, conclui.

Réus absolvidos na Justiça do RJ

A sentença que absolveu todos os réus do processo criminal da tragédia do Ninho do Urubu foi publicada nesta terça-feira na 36ª Vara Criminal da Comarca da Capital, assinada pelo juiz Tiago Fernandes de Barros. O magistrado apontou que não há demonstração de culpa penal e disse não ser possível estabelecer causa e efeito entre as condutas individuais dos réus e o fato.

Ele também aponta que não há provas suficientes que fundamentem a condenação e que nenhum dos acusados tinha atribuições diretas sobre a manutenção ou segurança elétrica dos módulos que alojavam os garotos.

Ao todo, 11 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ)pelo caso. Duas delas (o ex-diretor de base Carlos Noval e o engenheiro Luiz Felipe Pondé) tiveram a denúncia descartada pela Justiça fluminense ainda em 2021. Na mesma decisão, monitor Marcus Vinícius Medeiros foi absolvido da acusação.

Eduardo Bandeira de Mello, do Flamengo, não constava mais na lista de réus desde fevereiro deste ano. O MP-RJ solicitou para a retirada do nome do ex-dirigente no processo sob o argumento de que o caso prescreveu. O motivo é o fato de ele ter mais de 70 anos (72) e, por isso, não poderia mais ser punido.

Clube responde a processo movido por ex-segurança

Em julho, o Flamengo foi condenado em primeira instância pela Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro a indenizar Benedito Ferreira, ex-segurança do clube que atuou no resgate das vítimas

Segundo a decisão, o clube foi sentenciado a pagar R$ 100 mil por danos morais e R$ 500 mil por danos materiais, totalizando R$ 600 mil. O juiz também determinou o pagamento de pensão em forma vitalícia, limitada até os 78 anos de Benedito. O funcionário decidiu levar o caso à Justiça após desenvolver doença psiquiátrica grave e incapacitante.

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