Cerimônia que marcou o desfile cívico-militar de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, teve início às 9h10 deste domingo (8), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passando em revista às tropas a bordo do tradicional Rolls Royce. A poucos quilômetros de onde Exército, Marinha e Aeronáutica exercitavam manobras da força militar brasileira, grupos de direita e esquerda promoviam manifestos.
Além do público, que lota as arquibancadas, 30 ministros de Estado e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), acompanham a cerimônia.
Nenhum dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) compareceu.
Ausências de Fernando Haddad, da Fazenda — que está em São Paulo —, e do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União), também foram notadas.
Veja quem está presente:
Ministros:
- Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública)
- Marina Silva (Meio Ambiente)
- Macaé Evaristo (Direitos Humanos)
- Geraldo Alckmin (Indústria)
- Anielle Franco (Igualdade Racial)
- Renan Filho (Transportes)
- Jader Filho (Cidades)
- Waldez Góes (Desenvolvimento Regional)
- Celso Sabino (Turismo)
- José Múcio (Defesa)
- André de Paula (Pesca)
- General Amaro (GSI)
- Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais)
- 1 Wolney Queiroz (Previdência Social)
- Sidônio Palmeira (Secom)
- Márcio França (Empreendedorismo)
- André Fufuca (Esportes)
- Rui Costa (Casa Civil)
- Márcio Macedo (secretária-geral da Presidência)
- Frederico Siqueira (Comunicações)
- Simone Tebet (Planejamento)
- Margareth Menezes (Cultura)
- Sonia Guajajara (Povos Indígenas)
- Esther Dweck (Gestão)
- Vinicius de Carvalho (CGU)
- Camilo Santana (Educação)
- Alexandre Silveira (Minas e Energia)
- Jorge Messias (AGU)
- Celso Amorim (assessor-chefe da Presidência)
- Mauro Vieira (Relações Exteriores)
Congresso
- Hugo Motta, presidente da Câmara
- Rogério Carvalho, líder do PT no Senado
- Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara

Sem anistia
Enquanto desfilava ao lado da primeira-dama do Brasil, Janja, um grupo de pessoas na arquibancada começou a gritar “sem anistia” na direção dos dois. Começou no último dia 2 o julgamento da suposta trama golpista do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Perto do fim do desfile, segundo noticiou o site Metrópoles, Lula desceu da área reservada às autoridades, cumprimentou parte do público e passou ao lado da imprensa sem falar nada.
Esquema de segurança
O esquema de segurança contou com o reforço de policiamento em toda a região central e a atuação de tropas especializadas da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
As linhas de revista foram distribuídas pelos acessos à área do desfile, que conta com arquibancadas e palanques com entradas exclusivas para autoridades e público em geral. As revistas pessoais são realizadas nos acessos à Esplanada, na via S1, lateral da Catedral, e nas escadarias dos ministérios. Também poderão ocorrer dentro do público, se necessário.
Equipes de emergência e combate a incêndios também estiveram no local, e a 5ª Delegacia de Polícia reforçou o efetivo para atendimento de ocorrências.
Está proibido o ingresso na Esplanada com objetos que possam comprometer a segurança, como garrafas de vidro, objetos perfurocortantes, mastros de bandeira, sprays, aerossóis, réplicas de armas e fogos de artifício. Além disso, o uso de drones não autorizados estará restrito no espaço aéreo local.
Protestos
Brasília concentra o ponto de maior proximidade entre as manifestações de direita e esquerda simultâneas. Com ambas marcadas para o mesmo horário, a distância aproximada dos atos é de 1,5 km. Na prática, os três eventos aconteceram quase lado a lado, no coração da capital.
Pela liberdade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), anistia ampla, impeachment do ministro Alexandre de Moraes e contra o presidente Lula, parte de simpatizantes da direita foi às ruas no Distrito Federal neste 7 de Setembro, data do 203º aniversário da Independência do Brasil.
A manifestação foi marcada para o estacionamento da Funarte, atrás da Torre de TV. Lideranças da direita local, a exemplo do desembargador Sebastião Coelho, da senadora Damares Alves (Republicanos) e da deputada federal Bia Kicis (PL), convocaram apoiadores. Os atos seguem a linha do movimento Reaja, Brasil, organizado pelo pastor Silas Malafaia.
O julgado
Jair Bolsonaro é julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela acusação de tentativa de golpe de Estado. Segundo o grupo, os atos de 8 de janeiro de 2023 foram de vandalismo, sem envolvimento do ex-presidente, e não uma tentativa golpista.
“Meu coração está dizendo para eu não desistir da nossa vitória. Nós queremos liberdade de expressão, da nossa liberdade. Poder falar o que quiser sem ser presa. A gente precisa do Bolsonaro de volta. Esse nosso patriotismo veio dele. Estou lutando pelos meus bisnetos”, afirmou a comerciante Irene Carrijo, de 73 anos.
“Volta, Bolsonaro”, gritaram os manifestantes. O ato contou com diversas faixas, e cartazes traziam a frase: “Liberdade não se fatia. Anistia já!”. Outra destacava: “Eleição sem Bolsonaro é golpe”. A maior parte do público participou com a camisa da seleção brasileira e com bandeiras do Brasil.
Esquerda
Manifestantes da esquerda se reúnem na Praça Zumbi dos Palmares, no Conic, para participarem do Grito dos Excluídos. O protesto defende a soberania do país e rejeita a anistia aos acusados de envolvimento com a trama golpista.
“O intuito é dar voz às demandas da população e ampliar esse grito. Permitir um espaço de fala às pessoas que são excluídas, às pessoas que são marginalizadas, ampliar vozes, e também para que essas vozes sejam ouvidas e respeitadas”, disse a representante do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores Por Direitos (MTD), Clades Maria Lopes, de 53 anos.
“Queremos mostrar que o Brasil é do povo e temos que brigar pelo nosso povo, pelo nosso país, porque o Brasil é democrático e de todos os brasileiros. Sem distinção. Defendemos a soberania do país”, acrescentou Clades.
Com o tema “Vida em Primeiro Lugar” e o lema “Cuidar da casa comum e da democracia”, a manifestação que ocorre paralelamente ao desfile cívico-militar de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, reuniu movimentos sociais, sindicais, estudantis e culturais não apenas em Brasília, mas em diversas outras cidades do país.
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