A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia, única mulher da Primeira Turma, permitiu aparte do ministro Flávio Dino durante seu voto, mas atentou para que “fosse rápido”.
“Desde que rápido, porque nós, mulheres, ficamos dois mil anos caladas, nós queremos ter o direito de falar. Mas concedo, como sempre, está no regimento do Supremo, o debate faz parte”, afirmou Cármen. Dino agradeceu a gentileza da ministra e respondeu brincando, dizendo que fez um voto curto para poder interferir nas falas dos outros ministros.
A interação entre os dois ocorreu após Luiz Fux, Alexandre de Moraes e o próprio Flávio Dino protagonizarem um momento de desconforto na sessão de terça-feira (9). Na oportunidade, Fux afirmou que não gostaria de ser interrompido durante o voto. Em tom irônico, Dino respondeu que Fux não precisaria se preocupar.
“Eu tranquilizo, ministro Fux, que não pedirei de Vossa Excelência. Pode dormir em paz”, disse Dino. O voto de Luiz Fux, para a condenação de Mauro Cid e Braga Netto e absolvição dos outros réus, foi um dos mais longos da história do STF.
STF tem maioria para condenação de Bolsonaro
Com o voto da ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), nesta quinta-feira (11), para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por organização criminosa, o Supremo formou maioria com o placar de 3 a 1.
Os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino também votaram para a condenação do ex-presidente, enquanto Luiz Fux votou para a absolvição. Ainda falta o voto de Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma.
No entanto, os ministros ainda terão outras decisões que serão tomadas em novas votações, como o tamanho da pena de Bolsonaro e dos outros réus do julgamento. O STF não costuma definir prisão imediata, e os réus devem recorrer em liberdade.
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(Revisão: Dáfini Lisboa)
