Nos últimos anos, a atuação de empresas privadas vem ultrapassando os limites do lucro para ocupar um papel mais ativo na transformação social. Seja por meio de projetos de educação, iniciativas sustentáveis ou acesso à tecnologia, essas organizações contribuem diretamente para melhorar a qualidade de vida de milhares de pessoas.
Essa postura também reflete uma mudança de expectativa da própria sociedade, que passou a valorizar marcas com propósito, comprometidas com causas sociais e ambientais. O investimento em impacto positivo não é mais opcional — tornou-se parte do posicionamento estratégico e da reputação empresarial.
Iniciativas de grandes empresas no Brasil
Entre os exemplos de empresas que atuam com responsabilidade social, a Ambev se destaca pelo foco em sustentabilidade e empreendedorismo. Programas como o VOA, que oferece capacitação para líderes de ONGs, ou o apoio a microempreendedores locais, mostram como grandes marcas podem alavancar conhecimento e recursos para impulsionar mudanças estruturais.
Outro exemplo é o Itaú Unibanco, com forte atuação na área de educação. A instituição financia projetos como o Escola Conectada, que busca modernizar escolas públicas com tecnologia e formação docente, além de apoiar iniciativas culturais e de mobilidade urbana.
A Magazine Luiza, por sua vez, tornou-se referência em inclusão social, com ações voltadas à diversidade racial e de gênero. A empresa também promove acesso à educação e programas de apoio a mulheres empreendedoras, mostrando que transformação social pode — e deve — fazer parte da operação diária de grandes varejistas.
Conectividade e educação digital acessível
No setor de telecomunicações, várias empresas também vêm contribuindo de forma relevante. Um bom exemplo é a Claro, que atua com iniciativas voltadas à inclusão digital e à capacitação profissional. Clientes da operadora têm acesso a plataformas educacionais com cursos gratuitos, incluindo curso de inglês, tecnologia e desenvolvimento pessoal.
Além disso, a empresa reforçou sua presença no setor ao adquirir a Nextel, um movimento estratégico de venda de empresa que ampliou sua base de clientes e fortaleceu sua posição no mercado nacional. A compra permitiu maior capilaridade nos serviços móveis e uma expansão significativa da cobertura 4G e 5G em áreas urbanas e periféricas.
Apesar de a aquisição estar atrelada à estratégia de mercado, seus efeitos também impactam positivamente a sociedade: mais pessoas passaram a ter acesso a internet móvel de qualidade, essencial para educação, trabalho remoto e serviços básicos.
Impactos sustentáveis e programas locais
Também é importante destacar empresas como a Natura, com forte foco em sustentabilidade e empoderamento feminino. A marca investe em projetos na Amazônia, fomenta a economia circular e incentiva a formação de lideranças comunitárias por meio de suas consultoras. A atuação da empresa mostra como o modelo de negócio pode ser usado como ferramenta de transformação ambiental e social.
Outro exemplo notável é o da Braskem, com programas voltados à economia de baixo carbono, inovação em materiais sustentáveis e apoio a startups que desenvolvem soluções ecológicas. A empresa também apoia projetos de reciclagem e formação técnica de jovens em regiões de vulnerabilidade.
A força das parcerias e do investimento social
Muitas dessas ações ganham força por meio de parcerias com ONGs, instituições de ensino e poder público. Isso permite maior escala e eficácia na implementação dos projetos. A sinergia entre setores público e privado é fundamental para ampliar o alcance das soluções e reduzir desigualdades, especialmente em áreas como educação, infraestrutura e meio ambiente.
O investimento social privado também vem ganhando métricas mais claras de impacto, o que ajuda as empresas a tomarem decisões baseadas em dados, medindo retorno social com mais precisão — tanto para aprimorar suas ações quanto para prestar contas aos stakeholders.
Empresas privadas que adotam um olhar mais abrangente sobre seu papel na sociedade demonstram que é possível conciliar crescimento econômico com impacto social. Mais do que ações pontuais, essas organizações estão construindo ecossistemas sustentáveis, capacitando pessoas, promovendo inclusão e oferecendo acesso a serviços essenciais.
Seja pela oferta de cursos gratuitos, como no caso da Claro; pelo incentivo à educação pública, como faz o Itaú; ou pelo empoderamento de empreendedoras, como promove a Magazine Luiza — cada iniciativa mostra que responsabilidade social deixou de ser apenas uma área de marketing e passou a ser parte estratégica de negócios sólidos e com visão de longo prazo.