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Cotidiano

Dentro da Unei, batismo é incentivo na mudança de vida de adolescentes

Dos 78 adolescentes, 30 participam de atividades religiosas
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Dos 78 adolescentes, 30 participam de atividades religiosas

Quando se fala da (Unidade Educacional de Internação) Dom Bosco, na saída para , o que costuma vir à memória são as rebeliões e fugas de adolescentes. Em conflito com a lei, os jovens são sempre são vistos como incorrigíveis e pouco dispostos a ressocialização. Entre os meios para tentar mudar esse quadro estão a educação, o esporte e a religião. Nesta terça-feira (22), um grupo de 30 adolescentes passam pelo batismo da igreja evangélica. Sobre o motivo, eles são unânimes e dizem que querem “mudar de vida”. 

Na Unei, a rotina dos adolescentes é estudar e praticar atividades físicas como futebol e o tênis de mesa. Eles também saem da unidade para desenvolver atividades em universidades, Cras (Centro de Referência de Assistência Social) e empresas parceiras. No momento, eles estão de férias da escola, mas não dos ensinamentos da religião. “É bom porque que a maioria que frequenta não fala nem palavrão”, diz um dos rapazes. 

Um dos internos, aos 17 anos, foi parar na Unei por roubo. O garoto está ali há 15 dias, diz que se adaptou à rotina do lugar e que já frequentava cultos, quando estava em outra unidade, no Los Angeles. “Vou ao culto, jogo bola, ping-pong”, conta. Sobre o batismo, o rapaz afirma que a religião é o que vai fazer “mudar de vida”. “Eu tenho uma filha, tenho que mudar de vida. É bom porque tira a neurose da cabeça. Quero ‘ficar de boa’”. 

Outro jovem, também de 17 anos, cumpre medida socioeducativa por tentativa de homicídio. Ele conta que nos cultos, o pastor diz que eles “podem mudar de vida”. “Só Deus vai mudar as nossa vidas”, diz o garoto. Sobre o futuro, o adolescente afirma que vai continuar na igreja e trabalhar. O garoto deve sair da Unei ainda nesta terça-feira (22).

Um dos rapazes, de 17 anos, diz que tem pelo menos oito meses para cumprir medida socioeducativa por ato infracional análogo ao crime de homicídio. Ele, que já frequentava a igreja de vez em quando, está na oitava série e diz que a professora já prometeu ajudá-lo a passar de ano. Ele diz que ainda não sabe o que fazer da vida. “Quero fazer um curso. Quem sabe engenharia?”. Ele conta ainda que o pastor disse que o filho já cometeu ato infracional, mas que mudou de vida. “Ele está de boa agora. Também podemos”. 
 
O outro garoto que conversou com a equipe do Jornal Midiamax tem 18 anos e também cometeu o ato infracional análogo ao homicídio. Ele diz que ao culto e que “é bom para pensar na vida. Só ia quando pequeno, mas agora, é uma oportunidade de pensar na vida”, diz. 

De acordo com o diretor da unidade Jean Lesseski são quatro dias de assistência religiosa por semana. Os internos podem escolher em participar dos cultos evangélicos da igrejas evangélicas Mundial e Assembleia de Deus ou da Pastoral do Adolescente. 

“Querendo ou não, não sei se é psicológico, mas a religião acaba fazendo com que a pessoa repense os atos”, explica. O diretor diz que é comum os jovem falarem que o crime advém das ‘forças do mal’. “A pessoa se transforma. Vários adolescentes nunca tiveram a oportunidade de frequentar a igreja”. 

O trabalho dos religiosos envolve proximidade com os garotos. Lesseski explica que o pastor fica junto dos adolescentes no momento em que realizam os cultos. “Muitos nem querem, mas acabam ouvindo”. Ao todo, são 78 jovens na unidade e 30 participam das atividades religiosas. O diretor garante que o trabalho é um dos motivos pelo qual diminuíram os problemas. “No último ano, não tivemos nenhuma fuga”.

Sobre o trabalho, Lesseski diz que o fundamental é a ressocialização dos garotos. Entre os os pontos positivos, também é citado o fato da superintendência das uneis está nas mãos de uma servidora de carreira (Carmem Lígia Loureiro está na SAS (Superintendência de Assistência Socioeducativa) desde o começo deste ano). 

“Estamos tendo uma distância do sistema prisional. Eles são adolescentes internados em uma Unei, que está sendo vista como instituição. O trabalho que está sendo feito pelos servidores é diferenciado. Eles jogam futebol com os guris. Quando age com truculência, a resposta é truculência. A partir do momento em que é mostrado respeito [por eles] também é temos como cobrar”, diz. 

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