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Cotidiano

O cotidiano na favela e a dura realidade de quem não teve opção

Dificuldades financeiras empurram famílias para favelas
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Dificuldades financeiras empurram famílias para favelas

Uma vida sofrida de quem não teve muita opção e acabou tendo de mudar completamente de uma situação confortável para uma inesperada: morar em uma .

E quando este pesadelo se torna realidade para algumas pessoas? O preconceito, humilhações são constantes de quem tem de enfrentar esta dura realidade, viver à margem da sociedade porque é assim que essas pessoas são vistas.

A existe desde 2009, quando inicialmente mais de 300 famílias moravam no local, já em 2013 parte das famílias que ocupavam o terreno, que fica no Bairro Dom Antônio Barbosa, região sudoeste de foram removidas para o residencial José Teruel, ao lado da Cidade de Deus. A vida de quem mora no local não é fácil como diz a dona de casa, Letícia de Paula, de 30 anos. A moradora se viu sem saída ao ter de sair da casa onde morava, no Guanandi, já que não aguentava mais pagar aluguel de R$ 350 e sustentar os seis filhos, e ter de viver em um barraco.

 “Quando engravidei da minha caçula parei de trabalhar e só meu marido ficou trabalhando, o que apertou muito o orçamento doméstico. E tivemos que fazer está opção, já que não tínhamos onde morar”, explica Letícia. A dona de casa ainda releva que quando chegaram foi muito difícil, principalmente, para as crianças que sentiram falta de um lugar com mais estrutura.  “É muito difícil porque ninguém gosta de morar em uma favela, mas não tinha onde ficar”, fala.

A terra batida e o esgoto a céu aberto fazem parte da realidade das 120 famílias que vivem em outra favela, localizada na região sul de Campo Grande, Cidade dos Anjos, no das Hortências. A realidade enfrentada todos os dias aperta o coração e enche de lágrimas os olhos tristes da vendedora de algodão-doce, Cristiane da Silva, mãe de três filhos.

Antes de chegar a esta situação a vendedora de algodão-doce morava com o mínimo de conforto em uma casa, mas com o orçamento apertado teve de fazer a escolha mais difícil de sua vida como ela mesma diz, morar em uma favela. O coração fica mais apertado quando o assunto são os filhos que acabam sendo hostilizados na escola pelos coleguinhas de classe que discriminam as crianças por morarem em uma favela.

Na região leste da cidade, no Jardim Noroeste, outra favela se formou e cerca de 50 famílias ocupam um terreno. “A vida não é boa, mas não tenho outra saída, não consigo pagar aluguel”, fala Viviane Rodrigues, de 27 anos, que para disfarçar a tristeza e insatisfação da própria situação esboça um sorriso amarelo e vergonhoso.

Em um pequeno espaço de terreno moram três famílias, a de Viviane, sua mãe que também por questões financeiras acabou deixando o conforto de uma casa, no Guanandi e sua irmã Dayane Cristina, de 21 anos. A jovem que tem uma filha de dois anos está desempregada e tem de criar a menina sozinha.

“Queria uma casa, um canto para mim e para minha filha”, diz Dayane que ainda fala da preocupação de morar em um lugar sem nenhuma estrutura, como é na favela do Noroeste. “A gente não dorme quando chove com medo do vento derrubar os barracos ou pegar fogo por causa da fiação elétrica”, ressalta.

Em todas as histórias de vida ouvidas pela equipe do Jornal Midiamax, o desemprego, a falta de dinheiro empurraram estas famílias a viverem a margem da sociedade, em lugares sem nenhuma estrutura e segurança. O medo de quem vive ali é constante e a luta diária de tentar sobreviver em situações levadas ao extremo.

Para a favela Cidade de Deus, a Prefeitura afirmou que já tem uma área identificada para a transferência das famílias que ainda estão no local, no Jardim Noroeste, região leste da cidade. A situação está judicializada e um apoio a Sejusp (Secretaria Estadual de Segurança Pública) foi pedido pelo executivo municipal para a retirada das famílias, mas ainda não houve a elaboração de um plano para a retirada com segurança de quem está no local.

A favela havia sido extinta em 2009, quando começou a intervenção do município do local, e mais de duzentas famílias foram reassentadas em um residencial ao lado, no conjunto habitacional José Teruel Filho. Em 2014 foram feitos o cadastramento das famílias que integram a área por servidores da Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande).

Já para as famílias que vivem na Cidade dos Anjos, a Prefeitura em março deste ano fez a selagem do local em que os moradores vivem para o controle das famílias que estão no local, e desta forma, coibir novas invasões. De acordo com informações o terreno invadido faz parte de uma área pública do município, integrada a um Ceinf (Centro de Educação Infantil).

Ainda segundo informações da Prefeitura, as famílias que vivem na área invadida não têm direito de receber moradias populares, como prevêem os critérios de seleção do Programa Minha Casa, Minha Vida, e por isto, não há programas habitacionais para esta área.

Já para as famílias do Jardim Noroeste a afirmativa é de que não existe programas sociais para estas famílias.

 

 

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