Trabalhadores foram demitidos nesta quarta-feira
Nesta quarta-feira (22), 25 funcionários da Selco Engenharia que paralisaram os serviços nessa terça-feira (21), por falta de pagamento, foram impedidos de entrar no local e receberam o comunicado de rescisão de contrato no portão da empresa.
“Eles dispensaram 25 trabalhadores em razão da paralisação de ontem. Não receberam o salário e ainda foram demitidos por reivindicarem seus direitos”, afirma o presidente do Sintcop-MS (Sindicato dos Trabalhadores nas Industrias da Construção Pesada e Afins de Mato Grosso do Sul), Walter Vieira dos Santos.
Dimas Cândido, que trabalhava na empresa desde novembro de 2015, diz que os atrasos eram constantes, mas lamenta a decisão tomada pela Selco. “Sempre foi assim, todos os meses atrasavam o pagamento. Hoje não deixaram a gente passar pelo portão, já deram o aviso na porta. Agora estamos todos na rua e alguns de nós com água e luz cortados. Não pagaram nosso salário e ainda nos demitiram”, frisa.
Rubens de Souza, trabalhou em períodos diferentes na empresa. Ela também menciona que na primeira vez em que foi contratado havia atraso, mas que não excedia o prazo de três dias. “Antes atrasavam por poucos dias, mas do jeito que está não tem como a gente suportar essa situação. Ficam só na promessa e não pagam. Eles podem atrasar nossos salário, mas não podemos reivindicar nossos direitos”, observa.
Outro trabalhador, que preferiu não se identificar, prestava serviço como diarista e, segundo ele, foi contratado recentemente e nesta manhã foi surpreendido com a rescisão. “Chegamos e o portão estava fechado. Não permitiram que a gente entrasse e já entregaram a demissão. Ainda ameaçaram chamar a polícia dizendo que a gente estava fazendo vandalismo, mas a única coisa que exigimos é o nosso direito”, afirma.
Ainda nesta manhã, o presidente do Sintcop-MS e os trabalhadores participam de assembleia. Eles discutem se seguem em manifestação na frente da Prefeitura ou se vão procurar o Ministério Público do Trabalho.
O advogado da Selco Engenharia, José Henrique da Silva Vigo, diz que ainda não está ciente sobre a situação. A equipe de reportagem do Jornal Midiamax tentou falar com representantes da Selco Engenharia e foi informada de que os responsáveis não estão no local.
A empresa também não passou informações sobre o serviço de tapa-buraco em Campo Grande. Ontem, os trabalhadores fariam a manutenção da Avenida Capital, na Vila Margarida, uma das vias por onde a tocha olímpica deve passar. O presidente do Sintcop-MS, por sua vez, garante que o serviço está sendo realizado por outros funcionários.
