Após a desocupação ser finalizada, local deve ser cercado
Cinco homens, que são solteiros, e não se enquadram no perfil de cadastro de moradias populares da Prefeitura de Campo Grande, terão que deixar os barracos que moravam na Cidade de Deus nesta sexta-feira (15). A Tropa de Choque foi acionada para acompanhar e intervir, caso haja resistência.
De acordo com informações da Guarda Municipal, que está no local há dias, para manter a segurança, na quarta-feira (13) ainda haviam 21 famílias resistentes, o número caiu para 13 na quinta-feira (14) e hoje são apenas cinco homens, solteiros, que alegam não ter para onde ir e por isso não deixaram os barracos.
A Guarda Municipal explica que eles foram notificados para deixar o local “Estamos esperando com paciência. Tentando negociar”, diz um dos guardas que está no local e pede para não se identificar.
Já a assessoria da Prefeitura diz que o prazo vence nesta sexta e que os resistentes terão que sair. “Sim ou sim vão ter que sair. Foi dado prazo e infelizmente eles nãos e enquadram no perfil para receber casas do governo”, alega a assessoria.
Morador da favela há três anos, Silvio Aparecido Pereira, de 27 anos, critica a seleção e diz que outros moradores, que também são solteiros, foram contemplados e ele não. “Recebi a notificação para desocupar, mas não tenho para onde ir. Há três anos moro na favela. Eu era casado até inicio do ano, mas perdi um filho e com a morte da criança também perdi meu casamento. E quando foram fazer o cadastro fui honesto, disse que não estava mais casado e isso me prejudicou”, diz, pontuando que não entrou na lista das prioridades.
Morando há um ano e cinco meses na região, Jorge Prado, de 29 anos, diz não se recusar a sair, mas quer mais prazo. “Preciso acertar a vida. Há 11 anos estou cadastrado na Ehma (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande) e até agora nada. Trabalho como gari e vejo o critério como injusto”, diz
A desocupação deve acontecer nesta sexta-feira (15) e após a mesma ser finalizada o local será cercado para que não haja novas ocupações.
