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Cotidiano

Blocos culpam pouco apoio da Prefeitura por problemas no carnaval de rua

Integrantes do coletivo de Blocos Independentes do Carnaval de rua de Campo Grande publicaram, na noite da quinta-feira (8) uma nota pública na qual responsabilizam a Prefeitura e governo do Estado pelos problemas ocorridos durante os últimos dias de festejo na Capital. A nota foi publicada após viralizarem vídeos de brigas e de vandalismo na […]
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Integrantes do coletivo de Blocos Independentes do Carnaval de rua de publicaram, na noite da quinta-feira (8) uma nota pública na qual responsabilizam a Prefeitura e governo do Estado pelos problemas ocorridos durante os últimos dias de festejo na Capital.

A nota foi publicada após viralizarem vídeos de brigas e de vandalismo na área de dispersão do Carnaval de blocos, que foi realizado entre sábado (2) e terça-feira (5), na região da Esplanada Ferroviária, na Capital, e do prefeito Marquinhos Trad (PSD) declarar que o apoio institucional para a realização dos eventos foi suficiente.

Nesta manhã, o executivo municipal deverá reunir-se com os blocos e demais órgãos que participaram do evento, no Paço Municipal. A expectativa é que o prefeito anuncie o cancelamento, na Esplanada, do ‘Enterro dos Ossos’, último evento do bloco Capivara Blasé, a ser realizado no sábado (9). Um novo espaço deverá ser anunciado. De acordo com Vitor Samúdio, do bloco Capivara Blasé, vereadores e deputados estaduais apoiadores do evento também deverão estar presentes.

Na nota, que foi elaborada durante reunião de integrantes dos blocos na noite da quinta-feira, traz que todos os eventos foram realizados sem financiamento público e autocusteadas – o poder público entrou com apoio em infraestrutura, como banheiros químicos, lixeiras e policiamento.

De acordo com a nota, as ocorrências graves ocorreram na área de dispersão, na qual Prefeitura e governo do Estado deveriam se responsabilizar, conforme TAC (termo de Ajustamento de Conduta) firmado junto ao MP-MS (Ministério Público Estadual).

Segundo a GCM (Guarda Civil Metropolitana), durante os quatro dias de folia em Campo Grande, sete pessoas foram presas e outras 52 precisaram de atendimento por alcoolemia, sendo que destes 40 eram menores. Segundo os blocos, tais ocorrências foram registradas para além dos limites da Esplanada, onde a Cruz Vermelha Brasileira em MS dispensou atendimento médico na proporção de apenas um para cada seis mil, num público estimado em 170 mil nos quatro dias.

Para o coletivo, as graves ocorrências, que resultaram em depredação o patrimônio municipal e de moradores, teria sido reflexo do cancelamento do Carnaval de rua na Avenida Interlagos, sob a justificativa que o dinheiro do festejo seria remanejado para reparo dos estragos das fortes chuvas na última semana.

“Dessa forma, gostaríamos de frisar que a estrutura que nos foi garantida pelo poder público (banheiros químicos, lixeiras, etc) foi insuficiente para a quantidade de pessoas presentes, e que isto é reflexo do cancelamento do Carnaval da Avenida Interlagos, na capital, e em diversos municípios do interior, fato que fez transbordar o número de foliões e folionas na Esplanada Ferroviária”.

Marco regulatório

O coletivo afirma que pretende seguir buscando diálogo e debate na sociedade sobre a realização de eventos afins e pede a realização de audiências públicas para elaboração de um marco regulatório, uma normativa que especifique o papel não só dos agentes culturais independentes, como do poder público em eventos culturais em ambientes públicos.

“Citamos assim, a necessidade de realização de Audiências Públicas para a elaboração de um marco regulatório, com amplo diálogo social, para a realização do Carnaval de Rua de Campo Grande, a fim de que os foliões e folionas possam desfrutar, ainda mais, de um Carnaval verdadeiramente popular, em Liberdade e com Segurança”, traz a nota. Confira-a na íntegra:

 

Nota Pública dos Blocos Independentes do Carnaval de Rua de Campo Grande-MS

Em virtude do debate aberto na sociedade campo-grandense sobre a maior festa popular do mundo, o Carnaval, os Blocos Independentes de Campo Grande se reuniram na noite desta quinta-feira (7) para uma avaliação das atividades carnavalescas deste ano.

Avaliamos que o público dos blocos Capivara Blasé e Cordão Valu é composto por famílias inteiras – com crianças que há anos são trazidas por seus familiares e que hoje, adolescentes, cresceram tendo a possibilidade de vivenciar o maior evento cultural do Brasil: os blocos independentes de rua.

Os blocos, que não recebem verba pública, portanto, que se autocusteiam por meio de eventos que antecedem o Carnaval, realizaram uma verdadeira saga em busca de cumprir todos os requisitos burocráticos exigidos pelo Poder Público para a realização desta festa popular na capital sul-mato-grossense.

Nós, da organização dos blocos, realizamos ações em defesa do Patrimônio Histórico, que foram televisionadas, em conjunto com o Iphan, para ficar em um exemplo, apenas.

Com mais de 170 mil pessoas reunidas nos 4 dias do Carnaval realizado na Esplanada Ferroviária neste ano – com públicos que chegaram a 40 mil pessoas no Cordão Valu e a 35 mil pessoas no Capivara Blasé – observamos que a quantidade de ocorrências médicas foi de uma para cada seis mil pessoas, segundo dados da Cruz Vermelha Brasileira, Filial de MS, demonstrando que não houve incidentes mais graves, quando consideramos o universo de pessoas envolvidas neste tipo de evento popular.

Conforme dados da Fecomércio, divulgados antes do Carnaval, somente em 2018 foram injetados na economia da cidade R$ 48 milhões, demonstrando a potencialidade desse evento que se transformou em um dos maiores carnavais do MS, uma enorme atração turística, seguindo o movimento de grandes cidades como e Belo Horizonte, onde também não se havia grande tradição de Carnaval dos Blocos Populares. Aliás, em São Paulo, o comércio e o setor de serviços já pensam em organizar um pólo de negócios em torno desse fenômeno. É importante citar que a previsão de crescimento do Carnaval de Blocos de Rua era de 5% para o ano de 2019, ainda segundo dados da Fecomércio.

Dessa forma, gostaríamos de frisar que a estrutura que nos foi garantida pelo poder público (banheiros químicos, lixeiras, etc) foi insuficiente para a quantidade de pessoas presentes, e que isto é reflexo do cancelamento do Carnaval da Avenida Interlagos, na capital, e em diversos municípios do interior, fato que fez transbordar o número de foliões e folionas na Esplanada Ferroviária.

Pretendemos continuar buscando o diálogo, colocando no papel as diversas ações necessárias para a redução de danos observados neste ano, desenvolvendo um planejamento com maior tempo de antecedência, onde todos os setores interessados da sociedade e os agentes públicos participem, aproveitando todas as potencialidades culturais, turísticas e econômicas do Carnaval dos blocos independentes de rua.

Citamos assim, a necessidade de realização de Audiências Públicas para a elaboração de um marco regulatório, com amplo diálogo social, para a realização do Carnaval de Rua de Campo Grande, a fim de que os foliões e folionas possam desfrutar, ainda mais, de um Carnaval verdadeiramente popular, em Liberdade e com Segurança.

Para tanto, desde já, pedimos que os órgãos competentes garantam o cumprimento dos termos acordados previamente para a realização do Enterro dos Ossos, programado para este sábado, 09 de março. Lembramos, ainda, que as administrações públicas devem compreender bem a natureza da festa e o seu papel regulador, prestador de serviços e garantidor da segurança, da paz e da harmonia.

Campo Grande-MS, 07 de março de 2019.

Blocos Independentes do Carnaval de Rua de Campo Grande.

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