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Cotidiano

Escola ganha reforma e cor pela mão dos alunos com projeto voluntário

Ao som de muito rap, com pincéis e spray nas mãos, alunos da Escola Estadual Maestro Heitor Villa Lobos pintam os muros do colégio que estudam. Expressar os sentimentos e se ‘libertar’ através da arte é o que relatam os jovens sobre a ação Grafite nas Escolas, promovida pela direção juntamente com o Renova Brasil […]
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Muros da escola estadual recebem pintura feita pelos próprios alunos que aproveitam o espaço para expressar sentimentos (Foto: Leonardo de França
Muros da escola estadual recebem pintura feita pelos próprios alunos que aproveitam o espaço para expressar sentimentos (Foto: Leonardo de França

Ao som de muito rap, com pincéis e spray nas mãos, alunos da Maestro Heitor Villa Lobos pintam os muros do colégio que estudam. Expressar os sentimentos e se ‘libertar’ através da arte é o que relatam os jovens sobre a ação nas Escolas, promovida pela direção juntamente com o Renova Brasil neste sábado (5).

Oficina de grafite, palavras faladas e expressadas por meio da poesia e música foram algumas das atividades que rolou durante a manhã. As pinturas, selecionadas pelos próprios alunos, retratam o interior do ser e os talentos que estão sendo descobertos.

Gabriela Calistro, aluna da escola, é um exemplo de pessoa que se descobriu por meio da arte. “Através da arte a gente coloca para fora o que sentimos, registramos nas paredes e participar de uma ação como essa é algo que me fez ter ainda mais certeza que é isso que quero levar para o meu futuro, vou fazer artes visuais”, diz a jovem com um sorriso confiante no rosto.

A iniciativa partiu da Camila Jara, aluna do curso do Renova Brasil, que em ação conjunta com a CUFA (Central Única das Favelas), Slam , grafiteiros e diversos outros voluntários, visa levar até as escolas a cultura local, resgatando um pouco da arte e expressões de rua por meio de pinturas. Todo o material utilizado para a realização dos trabalhos vieram de doações.

“Nosso intuito é levar o grafite para os alunos se sentirem parte do ambiente escolar porque vemos que tem essa carência de desenvolver a arte. As escolas do centro são reformadas e bonitas, mas as escolas de bairros mais afastados estão abandonadas. Então vamos harmonizar essas paredes e fazer com que os jovens tenham vontade de estar na escola”, ressalta Camila.

De paredes novas

“A escola abriu as portas para o projeto e os alunos gostaram muito, dá para ver o quanto eles estão animados, pois é algo diferente do dia a dia letivo”, afirma Lívia Lopes, coordenadora da CUFA.

Para Lourival Ramos, diretor da Escola Estadual, a iniciativa veio como uma oportunidade de mudar a visão que os alunos têm do local. “Estamos esperando uma reforma há mais de três anos e nunca aconteceu. Quando a Camila, representando o Renova Brasil, nos procurou e contou a proposta, não pensamos duas vezes. Já que os reparos físicos não vieram ainda, a gente arruma a escola do nosso jeito e proporciona aos estudantes um ambiente mais alegre”.

“Muitos veem o colégio como uma prisão e estamos mudando esse pensamento, queremos que eles se sintam mais acolhidos e enxerguem como uma segunda casa”, ressalta o diretor.

Além dos muros, as portas dos banheiros também receberão pinturas e novas frases motivacionais para mostrar aos jovens da escola o quão importante e únicos eles são.

Expressando sentimentos

O mundo vive uma época em que a depressão já é considerada a doença do século. Segundo dados da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), órgão ligado à OMS (Organização Mundial da Saúde), estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofrem de depressão.

A OMS relata que, por ano, cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio, sendo a segunda causa de morte entre pessoas com idade de 15 a 29 anos.

Trazer o jovem para o mundo da arte foi uma solução que o projeto Grafite nas Escolas enxergou para ajudar os alunos a pensarem diferente sobre a vida. “A arte é libertadora, é a maior forma de expressão que nós temos e acredito que sem ela a humanidade não consegue se desenvolver. Na poesia falada, por exemplo, teve um aluno que se expressou e contou sua história. É gratificante poder fazer parte dessa ação e proporcionar algo novo a eles”, opina Lívia.

Para Luciano Risalde, integrante do Slam Manoel de Barros, a periferia tem sua própria cultura e para se expressar não precisa rimar. “Abrir o coração já é o suficiente para se expressar e passar a mensagem. O Slam Manoel de Barros nasceu do Slam Interescolar, um projeto que leva poesias para dentro das escolas porque acreditamos que os alunos também querem expressar suas indignações e realidade”, ressalta.

Tudo é válido, não importa a maneira. O diretor da escola reforça que o objetivo da ação é manter o jovem ocupado com situações diferentes que não seja a rotina do dia a dia. “Nossa comunidade é extremamente carente, não só financeiramente, mas afetiva e emocional, então essa atividade vem congregar para que o aluno se sinta útil e dê valor as coisas”, finaliza.

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