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Cotidiano

Com 14 de Julho reformada, lojistas reclamam de aluguéis ‘absurdos’ e cogitam até abandonar o Centro

Após a reforma da 14 de Julho, a especulação imobiliária tem tirado o sono dos lojistas e o aumento nos valores do aluguel pode mudar a cara do comércio em Campo Grande. O aumento nos valores chega a 50% e alguns comerciantes já cogitam abandonar a região central e investir nos bairros. Depois de mais […]
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(Foto: Marcos Ermínio)
(Foto: Marcos Ermínio)

Após a reforma da 14 de Julho, a especulação imobiliária tem tirado o sono dos e o aumento nos valores do aluguel pode mudar a cara do comércio em . O aumento nos valores chega a 50% e alguns comerciantes já cogitam abandonar a região central e investir nos bairros.

Depois de mais de um ano de dificuldades geradas pelas ruas fechadas e o caos na 14 de Julho durante a reforma, os lojistas se deparam com um novo obstáculo: o preço dos aluguéis. Em alguns casos, o aumento beira a ‘falta de noção’, segundo os comerciantes.

Com 14 de Julho reformada, lojistas reclamam de aluguéis 'absurdos' e cogitam até abandonar o Centro
Segundo lojistas, proprietários não dão espaço para negociação. (Foto: Marcos Ermínio)

O lojista Marcelo Ghizani, de 43 anos, é um dos empresários que cogitam abandonar o comércio no centro. Ele tem uma loja na 13 de Maio e conta que o aluguel deve aumentar em 17% e não há espaço para negociações. “Não tem conversa [com os proprietários], geralmente eles são de fora. Eles avisam que quando vencer, ou paga ou devolve”, diz.

Ghizani diz que em alguns casos, o aumento é absurdo. Ele cita o caso do imóvel vizinho, que teria aumentado o aluguel de R$ 11 para R$ 18 mil. “Não dá, eu vou colocar a loja à venda e procurar outro local. No meu caso, é um espaço muito pequeno para o valor, vou procurar um local mais afastado, que seja maior e mais barato”, comenta.

Outro comerciante que já pensa em abandonar o centro é Airton Bernardino, de 43 anos. Ele tem um restaurante localizado na 14 de Julho e explica que já passou por muitas dificuldades com a reforma, seria impossível arcar com um aluguel ainda mais caro.

“Já ficamos quase nove meses sem pagar o aluguel, vamos continuar até março, se a situação não melhorar, vamos sair. Está aumentando muito e acredito que a maioria dos comércios pequenos pode fechar, só ficam os grandes”.

Para a corretora de imóveis Simone Leal, a reforma da 14 de Julho não é o único fator que influencia na valorização dos imóveis no centro. Ela explica que a economia volta a aquecer e os empresários estão mais confiantes para investir na região central. Ela ainda pontua que o reajuste nos valores dos aluguéis também considera o prejuízo que os lojistas tiveram com a reforma e com as ruas fechadas.

“Com a reforma, os proprietários não deram reajuste no ano passado para compensar os locatários por esse dissabor da reforma. Eles perderam seus clientes, então não teve aumento [no valor do aluguel] ano passado, alguns prédios até reduziram”, ressalta.

Segundo a corretora, o reajuste nos aluguéis acompanha o IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), que fechou em 7,3% em janeiro. Entretanto, o que alguns comerciantes têm vivenciado na prática é muito diferente. A CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) aponta que os reajustes de aluguel chegam a 50%.

Com 14 de Julho reformada, lojistas reclamam de aluguéis 'absurdos' e cogitam até abandonar o Centro
CDL aponta que reajuste nos aluguéis chega a 50%. (Foto: Marcos Ermínio)

O presidente da CDL, Adelaido Vila, afirma que os preços estão extremamente altos e que o metro quadrado no centro chega a custar R$ 5 mil. Segundo Vila, enquanto os comerciantes sofreram prejuízos com a reforma, os proprietários foram favorecidos com a valorização do imóvel.

“Quem já estava sofrendo com a reforma, agora vai ter que arcar com um aluguel extremamente alto. E não tem conversa, não querem negociar, são poucos os que ainda conversam”, relata.

Vila afirma que comerciantes pensam em sair do centro e que isso pode ser muito ruim, já que o projeto a 14 de Julho foi pensado no consumidor que utiliza o ônibus para se locomover. “Com a saída dos pequenos e médios empresários, pode mudar a cara do comércio, que deixa de ser popular e passa a atender a classe média. Aí tem uma complicação, esse público usa carro e o centro não tem estacionamento”.

Outro problema gerado pelo aumento nos aluguéis é que com mais imóveis fechados, aumenta o número de moradores de rua na região. “Seria interessante que a gente tivesse uma lei municipal para imóveis fechados, deveria ter um valor de (Imposto Predial Territorial Urbano) mais agregado”. A CDL ressalta que oferece apoio jurídico aos lojistas que precisem negociar o aluguel, uma forma de tentar conter os aumentos abusivos.

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