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Cotidiano

Caiobá começa a receber famílias que viviam às margens de córrego, mas moradores temem ‘nova favela’

Famílias foram reassentadas no local pelo município, mas se sentem 'marginalizadas'
Ranziel Oliveira -
Vila Fernanda em Campo Grande
Construções teriam começado há cerca de duas semanas (Foto: Nathalia Alcântara /Jornal Midiamax)

A construção de ‘barracos’ aos fundos da USF (Unidade de Saúde da Família) Vila Fernanda está chamando a atenção de quem passa pela Rua Leão Zardo, na Vila Fernanda, região do Portal Caiobá, em . Moradores se perguntam se as construções são legais e outros temem a criação de uma favela. Mas afinal, o que está acontecendo ali? O Jornal Midiamax visitou o local e conversou com a prefeitura para trazer essa resposta.

Elizete Martins, de 42 anos, está construindo uma moradia no local junto com seu marido. Durante a nossa visita, ela explicou o porquê estão lá. “Nós éramos da ‘Comunidade Lagoa’, que ficava nos fundos de uma área de tratamento de esgoto. A própria (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) transferiu a gente, porque estávamos em uma área de risco”, disse ela.

“Falaram que quem quisesse já podia sair de lá. Agora, estamos aguardando os R$ 6 mil para começar com a construção de alvenaria”, afirmou.

Vila Fernanda em Campo Grande
Moradores aguardam o apoio da Amhasf para iniciar as construções de alvenaria (Foto: Nathalia Alcântara / Jornal Midiamax)

Também construindo o seu barraco, Joel Marcos Correa, de 47 anos, também afirmou que a construção é autorizada. “O povo vê e pensa que é invasão, mas nós estamos apossados pela Amhasf. Vieram vários policiais e nós explicamos pra eles, nós não estamos invadindo. O pessoal do bairro entrou e esses dias a polícia veio e retirou”, disse ele.

Joel morou por 8 anos na Comunidade da Lagoa, e agora aguarda por um futuro melhor. “Estou há 8 anos morando na ‘bera’ do corgo. Me explicaram que enquanto não verem a gente morando, não vão liberar o material para construirmos de alvenaria”, concluiu.

Vizinhança não se agradou com novos moradores

Com 56 anos de idade, uma moradora que preferiu não se identificar teme pelo que pode refletir na vizinhança. “Morei 5 anos em um favela. Só quem já morou sabe como é, vi muitos jovens morrerem. Usuários de droga, vem tudo junto com a favela. Aqui já não tem segurança e esse é o meu medo”, disse ela.

Vila Fernanda em Campo Grande
Moradores vieram da Comunidade Lagoa (Foto: Nathalia Alcântara / Jornal Midiamax)

Uma comerciante da região, de 42 anos, viu as moradias sendo montadas e analisou a situação. “Há cerca de duas semanas eles cercaram e começaram a construir. Eles falam que foi a Amhasf que deu pra eles. Pra mim, incomoda. Você vê pelo estilo, vai vir muito jovem drogado, mas podem ser honestos também”, disse ela.

Construção foi autorizada pelo município

A (Prefeitura Municipal de Campo Grande), por meio da Amhasf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários), informou que se trata de um projeto para reassentamento nesta região do Caiobá – que abriga parte da comunidade Lagoa -, por parte do município e já está em andamento. Neste local, são 34 famílias atendidas que também serão beneficiadas pelo programa Credihabita, com a aquisição de materiais de construção e assistência técnica.

Projeto de reassentamento para 200 famílias

Famílias que moravam na comunidade do Lagoa começaram a receber lotes de 200 metros quadrados, num parcelamento onde estarão livres do risco de alagamentos que ocorriam às margens do rio quando chovia.

Elas pagarão pelo lote no Portal Caiobá, prestações fixadas em 10% do salário mínimo vigente à época da assinatura do contrato e poderão parcelar o valor social do lote em até 300 meses (30 anos).

No processo do reassentamento, houve a preocupação de manter os núcleos familiares próximos dentro do loteamento. Mães e filhas que já têm netos continuarão vizinhas. O reassentamento ocorre 3 meses após o cadastro social.

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