Pular para o conteúdo
Cotidiano

Compartilhar memes na internet pode render multa e levar à prisão; saiba quando a brincadeira vira crime em MS

Criador e propagador podem sofrer sanções judiciais pelo simples ato de clicar no botão ‘compartilhar’
Gabriel Neves -
Compartilhar memes internet
Imagem ilustrativa

A afirmação de que vivemos no mundo digital pode ser considerada ultrapassada. A realidade não precisa ser apresentada. Na busca incansável por likes, reações, visualizações e uma suposta aceitação virtual, as pessoas podem ultrapassar limites legais, resultando na implicação de crimes com condenações milionárias, além da possibilidade de prisão. Como no ‘universo dos memes‘, onde a chacota parece não possuir limites.

Memes comumente compartilhados na ascensão das redes sociais
Memes comumente compartilhados na ascensão das redes sociais. (Foto: Reprodução)

No início, pequenas piadas e imagens de desenhos eram suficientes para retirar gargalhadas dos internautas e conquistar uma legião de seguidores. Hoje, insuficientes, a demanda é por histórias reais, piadas reais, memes reais que muitas vezes podem ultrapassar a tênue linha entre brincadeira e crime.

Recentemente, o Brasil deu palco a um caso envolvendo três pessoas afetadas de diferentes formas, sem questionar o prejuízo emocional causado a esses personagens. Um morador de rua se envolvendo sexualmente com uma mulher casada, a história perfeita para a internet que, não surpreendentemente, ‘viralizou’ em todo o país. O resultado foi um morador de rua em ascensão, uma esposa em busca de tratamento e um marido que se transformou em chacota para milhões de pessoas.

De acordo com o advogado Diego Moraes de Matos, existe um limite onde o se torna crime, limite definido pela vítima ou personagem principal da ‘chacota’. “Desde a carta magna de 1988 é estabelecido que o indivíduo tem direito à proteção de sua imagem. Hoje, pessoas sem responsabilidade ou formação técnica ultrapassam o que a lei permite”, comentou.

“Agora existem leis específicas, onde é dito que o direito à imagem é passível de alguém usar de forma não autorizada a ser criado e verificado a existência de uma vítima, onde podemos concluir haver um crime nessa situação”, comentou o advogado. Matos também cita o caso do morador de rua como exemplo e afirma que o marido é uma vítima, por conta das piadas que vêm sofrendo, e poderia acionar a justiça, caso sentisse necessidade.

Morador de rua durante entrevista após se tornar meme na internet
Morador de rua durante entrevista após se tornar meme na . (Foto: Reprodução/Metrópoles)

“Ultrapassar o limite, é passível da pessoa ser incriminada”, enfatizou. O advogado comenta que os casos possuem nuances variadas e devem ser analisados separadamente. “Podem ocorrer fatos que não causam situação vexatória, visto por terceiros como engraçados e parar por aí”, salientou o advogado.

Ele explica que a ação se torna criminosa quando o personagem explorado no vídeo ou imagem se sente em situação vexatória, incômoda ou humilhante. “Essa pessoa pode procurar a justiça e pedir a indexação devida”, explicou. Diego Moraes comenta que o primeiro passo é a pessoa procurar uma delegacia para registrar o crime, após isso o caso será enviado para a justiça, que decidirá a quantia da indenização, cujo pagamento se torna responsabilidade do autor do meme. Além das multas, Diego comenta que a pessoa também pode ser condenada de 6 meses a 2 anos de reclusão.

Compartilhar também é crime

Com a facilidade de repassar uma mensagem, foto ou vídeo, é comum o falso sentimento de isenção em relação ao crime. Diego explica que tanto o autor como aqueles que compartilham determinado conteúdo vexatório estão sujeitos a responderem pelo mesmo crime, até mesmo em casos onde não existe a intenção de menosprezar ou envergonhar a pessoa exposta.

“Uma vez que, por sucessivas reproduções, as pessoas respondem pelo mesmo dispositivo que está sendo caracterizado por um crime”, disse. Segundo o profissional, a mudança é relacionada ao tamanho da pena ou então nos valores das indenizações. “Quem compartilha possui menos culpa, no sentido de responder por um crime, do que aquele que gravou, armazenou e publicou o vídeo na internet”, finalizou.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Carro fica crivado com 14 tiros na região de fronteira

Documentário ‘Mulheres na Ciência’ será exibido na TV aberta

Treino aberto de equipes da Supercopa de Vôlei dá oportunidade para torcedores que não poderão assistir os jogos

Barroso vota por descriminalizar aborto até 12ª semana de gestação

Notícias mais lidas agora

Detran-MS

MP autoriza prorrogar pela oitava vez inquérito contra indicado de político por corrupção no Detran-MS

Treino aberto de equipes da Supercopa de Vôlei dá oportunidade para torcedores que não poderão assistir os jogos

multas transporte

Juiz ignora ameaça de cortar vale-transporte e nega suspender multas contra o Consórcio Guaicurus

Familiares procuram por Evelin, desaparecida há nove dias em Campo Grande

Últimas Notícias

Polícia

Mulher é vítima de tentativa de homicídio com golpes de facão da cabeça

O crime ocorreu na região da Avenida Guaicurus

Brasil

Barroso autoriza enfermeiros a auxiliar aborto legal e proíbe punição

O ministro também garantiu que os profissionais não podem ser punidos

Brasil

Câmara já gastou R$ 3,3 milhões com deputados presos ou fora do Brasil

R$ 3,3 milhões para custear gastos do gabinete de parlamentares

Polícia

Quatro agressores são presos pela Delegacia da Mulher em menos de 12 horas

4 agressores foram presos pela Delegacia de Atendimento à Mulher de Três Lagoas