Pular para o conteúdo
Cotidiano

Acadêmicos da UFMS fazem protesto e tentam negociar refeição a R$ 15

Centenas de acadêmicos de diversos cursos participaram da mobilização
Wendy Tonhati -
protesto ufms
(Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

Acadêmicos de diversos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) participaram de um protesto, na manhã desta quarta-feira (30), contrário ao aumento do valor da alimentação no RU (Restaurante Universitário), que deve passar de R$ 4,50 para R$ 15. Com faixas, carro de som e palavras de ordem, os acadêmicos pedem que o valor seja negociado, afirmam que é “uma covardia” cobrar este valor de estudantes universitários e pedem “RU Acessível”.

De acordo com os acadêmicos, o protesto foi organizado nos dois últimos dias. Eles se mobilizaram por e grupos com a participação de estudantes de diversos cursos. Nos grupos, eles afirmam que há mais de 500 estudantes apoiando o movimento. No local, mais de 200 alunos se reuniram para protestar.

A mobilização começou por volta das 9h30 em uma das vias da UFMS e teve um momento de concentração na frente da Reitoria e das pró-reitorias da Instituição. Quatro acadêmicos puderam entrar para conversar com um representante da Instituição enquanto os outros seguiram a manifestação pela UFMS.

Com palavras de ordem, acadêmicos tentam negociar o valor da refeição. (Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

O RU deve passar por reajuste nos valores das refeições servidas para a comunidade acadêmica, chegando aos R$ 15 para pessoas sem CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais). Os acadêmicos de baixa renda pagariam R$ 3 pelas refeições e os demais pagariam R$ 15.

A acadêmica de Ciências Sociais, Ingryd Trigilio, 21 anos, classifica o aumento como “um absurdo” e diz que a maioria dos estudantes não terá como pagar esse valor. “Toda essa galera vai ter que pagar R$ 15. Nem se for em um restaurante do Centro é esse valor. Além dos estudantes da graduação, servidores, mestrandos, doutorandos, todos terão que pagar. Esse é só o primeiro protesto de vários, até o Turine [reitor da UFMS, Marcelo Turine] tomar uma atitude”.

Ingryd diz que nem em restaurante do Centro paga R$ 15. (Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

O integrante da UJS (União da Juventude Socialista) e acadêmico de História, Vitor Teixeira, 23 anos, destaca que o RU é uma política de segurança alimentar e que nos últimos dias fizeram um trabalho de conscientização. “O que acontece com o RU é resultado de políticas que o governo vem implementando. O RU não é uma empresa. É dinheiro público para garantir a segurança alimentar e não é para dar lucro”.

Vinícius Araújo, de 19 anos, é acadêmico de enfermagem e menciona o problema que a falta de uma alimentação adequada pode provocar aos estudantes. “Estudamos o dia inteiro e não temos como trabalhar. Eu e meus amigos, geralmente, almoçamos salgado e ficamos aqui para estudar o dia inteiro. Tem dias que as aulas vão até 18h30 e prejudica as condições de aprendizagem”.  

Acadêmicos se reuniram na frente da reitoria da UFMS. (Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

Representante da UNE (União Nacional dos Estudantes), Pedro Thiago Falcão, 18 anos, cursa direito e explica que o movimento começou com os estudantes revoltados com o valor e que a entidade se uniu para dar apoio. “É surreal um universitário pagar isso. R$ 15 reais por dia, cinco dias por semana, fora as aulas aos sábados. Entendemos que o aumento é necessário e que é impossível voltar ao que era antes da pandemia, mas R$ 15 reais é o preço de restaurante fora da UFMS e que tem lucro”.

Pedro Thiago diz que é surreal pagar R$ 15 na alimentação. (Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

A vereadora (PT) esteve na manifestação para apoiar os estudantes e destacou que eles têm que ter a suas pautas atendidas. “A evasão estudantil, de um modo geral, é um problema no pós-pandemia e a alimentação afeta a capacidade de aprendizagem. O movimento não é fazer baderna é abrir o diálogo para aumentar a participação dos estudantes”.

Apenas 16% vão pagar R$ 15

Depois de ser reaberto, em abril, o RU passará a cobrar R$ 15 pelas refeições da comunidade acadêmica não vulnerável. Os acadêmicos que são de baixa renda e cadastrados no CadÚnico vão pagar somente R$ 3. Antes de fechar, o restaurante cobrava R$ 2,50 dos estudantes vulneráveis e R$ 4,50 dos demais. Atualmente, o local passa por reformas.

A UFMS informou que 16,3% dos alunos de Campo Grande, Aquidauana, Corumbá e Três Lagoas devem pagar o valor de R$ 15 nas refeições. O dado é relativo ao perfil do estudante da UFMS. Segundo a Universidade, 83,7% dos acadêmicos destas cidades possuem renda per capita de até 1,5 salário mínimo, o que fará com que eles paguem R$ 3,00 por refeição, já que a renda os tornam elegíveis ao CadÚnico do Governo Federal.

Como usar o RU

Para utilização dos Restaurantes Universitários, na Cidade Universitária, em , e nos câmpus de , do Pantanal e de Três Lagoas, os estudantes da UFMS devem:

Mais informações acesse: www.proaes.ufms.br

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais
alckmin

Não há divergência entre Lula e Trump sobre a Venezuela, afirma Alckmin

Ônibus

Linhas de ônibus voltam a rodar após paralisação do Consórcio Guaicurus em Campo Grande

Israel identifica mais dois corpos de reféns enquanto Vance se prepara para encontrar Netanyahu

Atenção à Gagueira: em MS, falar é ato de resistência e coragem para quem enfrenta condição

Notícias mais lidas agora

Ônibus

Linhas de ônibus voltam a rodar após paralisação do Consórcio Guaicurus em Campo Grande

Consórcio Guaicurus confessa erro e terá de pagar R$ 59,8 mil após condenação na Justiça

Prefeito barrou investigação de contratos suspeitos de fraude 2 meses antes de prisão em Terenos 

Ucrânia: Ataque russo com mísseis e drones deixa ao menos dois mortos em Kiev

Últimas Notícias

Cotidiano

Família de estudante arrastada por ônibus do Consórcio Guaicurus pede R$ 80 mil

Menina de 13 anos ficou com pé preso na porta ao desembarcar para ir à escola

Trânsito

Bombeiro bate carro em pilar de estabelecimento na Brilhante em Campo Grande

Na mesma região, um motociclista atingiu uma placa de ‘Pare’ cerca de 20 minutos antes no início da manhã

Brasil

STF publica acórdão do julgamento que condenou Bolsonaro e outros sete réus

Documento contém os votos revisados dos cinco ministros que integram a Primeira Turma

Política

Agetran tenta barrar petição contra Consórcio alegando que ação tem tirado o conforto dos usuários

Maicon realiza ações nos terminais tentando buscar assinaturas para petição on-line que pede a intervenção do Consórcio Guaicurus