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Cotidiano

Diálogo franco: com 5 estupros ao dia em MS, especialistas defendem conversa sobre sexualidade com crianças e adolescentes

Criança ou adolescente precisa se sentir segura para contar aos pais ou pessoa de confiança quando alguém tentar tocá-la de forma inapropriada
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Depca atende
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Quando o risco está próximo, com o possível envolvimento de algum familiar, pessoa do convívio ou até mesmo um desconhecido, é o diálogo que vai ser peça fundamental para a descoberta de um abuso, seja ele psicológico ou sexual que a vítima sofreu ou possa estar sofrendo. Com uma média diária de cinco casos de estupro, em Mato Grosso do Sul, especialistas reforçam o cuidado e a necessidade da conversa com crianças e adolescentes. 

“As crianças precisam se sentir seguras para contar aos pais ou para pessoas de confiança quando alguém tentar tocá-las de forma inapropriada. O abuso de crianças e adolescentes pode envolver desde desconhecidos até pais, padrastos, professores e líderes religiosos, por isso, o assunto merece uma atenção especial e cuidado redobrado”, afirmou a delegada titular da (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e o Adolescente), Fernanda Félix.

Conforme Félix, mesmo o fato do tema ser “bastante delicado”, as crianças e adolescentes precisam se sentir seguras para contar aos pais ou até mesmo pessoas de confiança caso alguém toque-as de forma inapropriada ou ocorrer algum abuso. 

“É muito importante dizer para o filho que, sempre que ele se sentir incomodado com algum toque, deve dizer não e contar, imediatamente, para alguém de confiança o que está acontecendo. Falar sobre sexualidade com as crianças é um dos melhores caminhos para evitar os abusos sexuais e inclusive a ONU [Organização das Nações Unidas] já se posicionou dizendo que a educação sexual ajuda a evitar casos de abuso sexual infantil”, argumentou a delegada. 

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Foto: Polícia Civil/Divulgação

Neste ano, do mês de janeiro até o dia 15 de fevereiro, em , foram 25 casos de estupro de vulnerável, ou seja, com menores de 14 anos ou alguém que não tiver o discernimento necessário para a prática do ato, alem de mais 34 casos de estupro.

No interior, o número é de 84 registros de estupro de vulnerável e mais 108 de estupros. Ao todo, são 251 casos no estado, com média diária de cinco casos ao dia.

Ano passado, no mesmo período, foram 77 casos de estupro de vulnerável e mais 83 de estupro na capital sul-mato-grossense. No interior do estado, o número é ainda maior: 183 de estupro de vulnerável e mais 216 de estupro.

Em 2021, o número é assustador quando se fala nestes dois tipos de crimes: 3.287 casos de estupro. No ano de 2020, foram 3.538 casos de estupro de estupro de vulnerável, de acordo com as estatísticas da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). 

Mudança ocorre de forma velada, diz psicopedagoga

O Jornal Midiamax ouviu a psicopedagoga Carla Pacheco, de 54 anos, que também é especialista em estimulação cognitiva e expansão de consciência. Quando se fala em crianças e adolescentes, ela ressalta que a resposta para as perguntas delas são sempre necessárias, de forma simples e adequada. 

“Hoje, com tantas tecnologias e fontes de informação, pode acontecer de seu filho entrar em contato com esse assunto por outros meios. O importante é que seu filho sinta confiança em perguntar e falar do que acontece com ele. Os pais não precisam responder nada além do que foi perguntado. Dê respostas simples e adequadas para a idade, mas nunca deixe de respondê-las”, alegou.

Infelizmente, ainda conforme Pacheco, existem realidades muito tristes e a mudança de comportamento da vítima ocorre de forma velada. “Precisa de muita conversa com essa criança, esse adolescente para entender todas estas questões e até mesmo para saber com quem ele está falando no Whatsapp, por exemplo. Pais presentes, família presente. É algo que não se pode abrir mão, principalmente porque, muitas vezes, a criança está ali, mas, na verdade, está conectado na rede e a gente nunca sabe quem está do outro lado”, argumentou. 

Sobre a escola, a psicopedagoga ressalta que este é um local em que os responsáveis também devem falar deste assunto, com clareza e ensinando, desde pequeno, que o nosso corpo é individual e não pode ser tocado a não ser pelos nossos pais ou daqueles que cuidam da gente. “Isso até ir aumentando a idade e aí já pode se conversar sobre abuso, até que se possa ter diálogo bem franco com adolescentes, falando dos riscos existentes”, finalizou.

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