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Cotidiano

Lideranças religiosas vêm a MS em solidariedade aos indígenas envolvidos em conflitos em Amambai

Três indígenas ligados a ações de retomada foram assassinados em MS
Fábio Oruê -
indígenas
Indígenas da Aldeia Amambai, durante sepultamento de Vítor Fernandes (Foto: Marcos Morandi, Midiamax)

Lideranças religiosas vindas de diversas partes do Brasil vão estar em missão no , de 20 a 22 de julho, para denunciar situação contra os povos indígenas Guarani e Kaiowá, envolvidos em conflitos agrários em , região sul do Estado.

A Caravana Ecumênica em solidariedade aos povos será promovida pelo Feact (Fórum Ecumênico ACT Brasil) e está prevista a entrega de alimentos para as famílias das áreas de conflitos na região sul de MS (Amambai/), onde grupos indígenas estão em situação de insegurança alimentar.

Um ato ecumênico vai acontecer na sexta-feira (22), em Dourados, às 10h, na Praça Antônio João, em frente à Catedral. O FEACT é uma rede de igrejas, organizações ecumênicas e agências de cooperação que se reúnem em torno de questões comuns relacionadas à incidência, ao desenvolvimento e à ajuda humanitária no Brasil.

Lideranças religiosas que farão parteda Caravana:

• Mônica Alkmin, integra Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) e Articulação Nacional de Monitoramento dos Direitos Humanos (AMNDH) – Distrito Federal
• Pastor Inácio Lemke, presidente do Conselho Nacionalde Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) – Santa Catarina
• Pastor Wertson Brasil de Souza, presidente daAliança de Igrejas Presbiterianas e Reformadas da América Latina (AIPRAL) – Minas Gerais
• Bispa MarinezBassoto, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) – Pará
• Pastor CristovKayser, do Conselho de Missão entre Povos Indígenas (COMIN) – Santa Catarina
• Pastora Sônia Mota, da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil (IPU) e diretora executiva da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) – Bahia
• Missionária Adriana Carla, da Aliança de Batistas do Brasil (ABB) – Distrito Federal
• Pastor José Roberto Cavalcante, da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil (IPU) – Rio de Janeiro

Violência contra indígenas

Para chamar a atenção nacional e internacional para as recentes violações dos direitos desses povos, o grupo inter-religioso decidiu se deslocar até a região para denunciar os assassinatos de indígenas.

Alex Lopes, um jovem de 18 anos, foi assassinado e teve seu corpo despejado do outro lado da fronteira com o Paraguai, a cerca de 10km da reserva Taquaperi, em Coronel Sapucaia, após sair para buscar lenha no entorno da TI (Terra Indígena), acompanhado de outros dois jovens.

Taquaperi é uma das oito reservas indígenas criadas pelo SPI (Serviço de ao Índio) no sul do Estado. Apesar do projeto original ter criado reservas com 3,6 mil hectares, as terras possuem, hoje, apenas 1.777 hectares, segundo a base cartográfica da Funai (Fundação Nacional do Índio).

Por conta da histórica apropriação de partes da área reservada por fazendeiros, os Guarani e Kaiowá da reserva frequentam áreas de mata das propriedades vizinhas, reivindicadas pelos indígenas como parte de seu território tradicional. Em protesto contra o assassinato de Alex, o povo retomou uma fazenda em Coronel Sapucaia.

Cenas de violência também aconteceram em Amambai, após outro grupo de indígenas retomar novamente parte do território de Guapo’y. A reserva de Amambai é a segunda maior do estado de Mato Grosso do Sul em termos populacionais, com quase 10 mil indígenas.

Um dia após a retomada, policiais militares e fazendeiros tentaram expulsar os indígenas da região. A ação resultou na morte de Vitor Fernandes.

Terceira morte

Além destes ocorridos, mais um indígena Kaiowá foi assassinado na última quinta-feira (14). Márcio Moreira e outras duas lideranças da retomada em Amambai foram vítimas de uma possível emboscada, de acordo com denúncias da própria comunidade Guapo’y e do Conselho da AtyGuasu – a Grande dos povos Guarani e Kaiowá. Márcio foi assassinado, mas os outros dois conseguiram escapar com vida.

Esse episódio acontece mesmo após a Justiça Federal de Ponta Porã indeferir um pedido para despejar os Guarani e Kaiowá da retomada de Guapo’y. A solicitação (medida de urgência) foi feita pelo proprietário da fazenda que ocupa, atualmente, a região – ou parte do território indígena, considerado sagrado pelos indígenas.

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