Pular para o conteúdo
Cotidiano

Sem cobertores e casacos, paredes de lona são usadas para enfrentar o frio em favelas de Campo Grande

De dormir juntos a acender fogão a lenha, estratégias são as mais variadas para enfrentar as baixas temperaturas
Ranziel Oliveira, Gabriel Neves -
Termômetros devem cair nesta semana.

Próximo de enfrentar o dia mais frio do ano em Mato Grosso do Sul, moradores de comunidades carentes de Campo Grande vivem o temor das baixas temperaturas, por não possuírem o básico: casacos. Com pouca roupa, sem cobertores e “protegidos” apenas por paredes de lona, eles improvisam para esquentar a si próprios e seus familiares.

Juma Rodrigues, de 32 anos, reside em uma região pobre localizada nas extremidades do bairro Caiobá, popularmente conhecida como Alphavella, e relata como são os dias de frio ao lado dos cinco filhos. “A gente faz o que pode. Um vizinho me deu uma coberta porque eu perdi tudo no incêndio”, comentou.

O incêndio citado por Juma ocorreu há pouco, quando chamas destruíram seu barraco e consumiram os poucos móveis e roupas que possuía. Com ajuda da própria comunidade, ergueu novo barraco com madeira e lona — longe do ideal. As paredes não impedem a passagem do vento e a solução é apostar no calor humano.

“Dormimos todas juntas”, explicou. Alertada sobre a previsão de temperaturas mínimas de 8°C na próxima quarta-feira, pede por casacos e cobertores. Interessados podem entrar em contato pelo número (32) 99956-7896 para oferecer roupas de frio.

Entre conversas com moradores, é possível observar as histórias extremamente semelhantes. Sem condições de bancar aluguéis, a saída para eles é construir barracos ou casas simples, na tentativa de fugir do sol, da chuva e do frio.

Objetivo, no entanto, nem sempre é alcançado. A geografia do local é fator frustrante para os moradores — por estar muito próxima de uma região descampada e de um córrego, a sensação de frio se intensifica.

Tais Cecilia Ribeiro, de 31 anos, cuida sozinha de sua filha, de 11 anos, e busca no fogo, o combate às baixas temperaturas. “Ela tem a própria cama, mas quando esfria, nós dormimos juntas e acendemos o fogo”, comentou, detalhando a técnica: um fogão a lenha improvisado é utilizado para esquentar o ambiente.

A moradora pede doações de roupas e cobertas. Interessados podem entrar em contato pelo número (67) 99989-0174.

Moradora comenta estratégias para familiar enfrentar o frio. (Foto: Leonardo de França/Midiamax)

Diferente das outras moradoras, Caroline Ferreira, de 23 anos, não sabe o que esperar do frio iminente. Essa é a primeira vez que irá encarar baixas temperaturas residindo no Alphavella. Junto com os três filhos e o marido, ela sabe que a falta de cobertores irá intensificar o frio.

“Preciso de cobertas e alguns mantimentos porque a situação é precária. Eu sou dona de casa e meu marido faz alguns bicos”, comentou a moradora ao se justificar do porquê não possui roupas de frio. Caroline disponibilizou o número de seu marido, caso pessoas sintam vontade de realizar doações: (67) 99146-0183.

Temperaturas mais baixas do ano

A semana começou gelada em e a meteorologia indica que os próximos dias serão ainda mais frios no Estado. Algumas cidades podem registrar geada na quarta-feira (18).

Segundo o meteorologista, algumas cidades podem registrar geada na quarta-feira (18). A previsão é de tempo ensolarado com geada ao amanhecer. Confira a previsão:

  • Campo Grande: entre 5°C e 19°C (geada).
  • Ponta Porã: entre 3°C 18°C (geada).
  • Dourados: entre 5°C e 19°C (geada).
  • : entre 2°C e 16 (geada).
  • Iguatemi: entre 5°C e 16°C (geada).
  • Corumbá: entre 7°C e 24°C.
  • : entre 8°C e 22°C.

O Climatempo informa que o período entre 16 e 22 de maio será marcado por intenso resfriamento sobre muitas áreas do Brasil. Uma nova massa de ar frio de origem polar se espalha sobre o país causando uma forte queda da temperatura no Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste.

Será a semana mais fria do ano até o momento. Para maio, o frio será especialmente intenso no Sudeste e no Centro-Oeste, que poderá ocasionar geada em lugares que não têm este fenômeno todos os anos. Será uma situação excepcional em algumas cidades de Mato Grosso do Sul.

Alerta da Defesa Civil

Defesa Civil de Mato Grosso do Sul emitiu alerta sobre as baixas temperaturas que atingirão Mato Grosso do Sul nos próximos dias. As mínimas podem chegar aos 4°C em cidades da região de fronteira, como Antônio João, Aral Moreira e Ponta Porã.

De acordo com o Cemtec-MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) e pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) quarta-feira (18) será dia mais frio do ano, com as mínimas atingindo o pico, especialmente nas regiões sudoeste e sul.

O alerta emitido pela Estadual chama a atenção para os cuidados com a saúde, em especial com crianças, idosos, animais domésticos e moradores de rua.

Para receber SMS gratuito com os avisos da Defesa Civil basta enviar uma mensagem de texto para o número 40199 com o CEP de interesse. Um único usuário pode cadastrar mais de um CEP para receber os alertas e poderá optar por deixar de receber o serviço quando desejar.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Familiares das vítimas de incêndio no Ninho do Urubu repudiam absolvição de réus: ‘Impunidade’

Briga por celular antecedeu feminicídio de Solene, asfixiada pela companheira em Três Lagoas

Prefeitura lança licitação de R$ 22 milhões para construção da Policlínica Regional de Dourados

Governo Trump vai liberar cerca de US$ 3 bilhões em ajuda a agricultores dos EUA

Notícias mais lidas agora

Onibus

Sindicato anuncia nova paralisação dos ônibus em Campo Grande para pressionar pagamento do vale

Agetran tenta barrar petição contra Consórcio alegando que ação tem tirado o ‘conforto dos usuários’

onibus consórcio guaicurus prefeitura projeto

Consórcio Guaicurus deixou de pagar quase R$ 7 milhões em ISS em 2025

Empresa agrícola Corteva Agriscience está com inscrições abertas para estágio

Últimas Notícias

MidiaMAIS

VÍDEO: Jacaré agoniza ao ser comido vivo por onça faminta no Pantanal

Cena selvagem chocou até mesmo os mais acostumados a presenciar situações brutais da vida selvagem

Cotidiano

Cadê meu dono? Husky siberiano é encontrado em comércio da Gury Marques

Animal está com a coleira, mas sem a identificação

Brasil

Cai de 51% para 37% uso de internet nas escolas por adolescentes

Uma das causas é a lei que restringe celulares em colégios

Trânsito

Motorista morre carbonizado após carro capotar e pegar fogo em rodovia na BR-158

Motorista não conseguiu sair do carro antes das chamas se alastrarem