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Cotidiano

Com foco na preservação, programa gera créditos de carbono no Pantanal de MS

Programa tem objetivo de implementar projetos em fazendas do Pantanal onde seja possível gerar créditos de carbono
Nathália Rabelo -
Pantanal
Pantanal (Divulgaçã, ICMBio)

Focado na preservação do bioma pantaneiro, o Programa REDD+ prevê a geração e comercialização de créditos de carbono no Pantanal do Mato Grosso do Sul. Em série de reportagens publicadas nas últimas semanas, o Jornal Midiamax revela detalhes do desmatamento que avança no Pantanal. O bioma, em algumas regiões, se tornou rota do crime.

O programa de crédito em carbono foi apresentado a produtores rurais na última segunda-feira (26) durante Workshop do Programa REDD+ Pantanal e contou com a presença da ABPO (Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável) e a Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

Segundo informações da Associação, o programa é desenvolvido pela empresa Biofílica Ambipar, apoiada pelo Estado por meio do Instituto Taquari Vivo. Assim, programa tem o objetivo de implementar projetos em propriedades rurais do bioma pantaneiro, onde seja possível gerar crédito de carbono pela preservação de áreas de vegetação nativa excedentes à reserva legal.

“Nossa ideia é mostrar ao produtor que ele pode certificar sua propriedade e implementar o projeto de carbono voltado ao mercado voluntário, gerando renda com a preservação do seu excedente florestal e em total harmonia com sua atividade econômica principal”, pontua Melina Uchida, gerente de novos negócios da empresa.

A especialista ainda ressalta que a primeira emissão de créditos acontece entre 12 e 24 meses após a formalização da parceria, e o projeto de carbono dura 30 anos. Na venda dos créditos, o produtor fica com 80% da receita e, enquanto a empresa com 20%.

Programa já começou

Conforme os envolvidos, o programa já está em andamento no bioma com nove propriedades e reforça que outros produtores podem aderir. Renato Roscoe, diretor do Instituto Taquari Vivo, afirma que o produtor que tiver reservas excedentes dentro da planície pantaneira pode entrar no projeto e receber créditos em cima dessas áreas.

“Hoje, 50% da área com vegetação arbórea no Pantanal, em Mato Grosso do Sul, pode ser suprimida legalmente. Essas áreas podem gerar créditos de carbono caso o produtor decida não desmatar e preservar por 30 anos. Isso tudo que estamos falando está no mercado voluntário, uma vez que não existe um mercado regulado no Brasil, por ora, e, não temos a expectativa de que isso [mercado regulado] aconteça em pouco tempo”, enfatiza Roscoe.

Para o presidente da ABPO, Eduardo Cruzetta, essa é uma iniciativa que pode agregar rentabilidade ao produtor rural pantaneiro, além de contribuir para a preservação do bioma.

“Há riscos como em qualquer outro negócio ou contrato, porém, vemos essa movimentação acontecendo de forma muito organizada e que pode retornar para o bioma de forma efetiva, sendo realmente valorizados por produzirmos em um ambiente que, além de conservar, gera créditos para toda a sociedade”, finaliza Cruzetta.

R$ 6 bilhões contra desmatamento

Essa não é a única ação de preservação do bioma, que já está na mira dos investimentos nacionais. Enquanto Mato Grosso do Sul discute como combater o desmatamento e os crimes que usam o Pantanal como rota, o BID (Banco Interamericano do Desenvolvimento) promete investir R$ 6 bilhões, o que equivale a 400 milhões de dólares, no bioma, além da região norte do Brasil.

O anúncio, feito há um mês, foi reforçado nesta quarta-feira (28) pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, durante entrevista para Agência Brasil.

O ministro afirma que os valores serão investidos em projetos de desenvolvimento de sustentabilidade no Pantanal. O BID Pantanal já teve autorização de valores liberados pelo banco, mas detalhes sobre a implementação do projeto ainda estão sendo definidos.

Na entrevista, o ministro Fávaro disse que os recursos devem ser usados para recuperação de áreas ou biomas que tenham sofrido com intempéries climáticas ou com o avanço da degradação ambiental. Os recursos serão aplicados no Pantanal de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Em uma das partes até então mais preservadas do bioma pantaneiro, na Nhecolândia se vê cada vez menos as lentas e pouco agressivas comitivas que transportavam boiadas gigantescas de uma parte a outra. Agora convive com o vai e vem descuidado de caminhões boiadeiros, chamados de ‘uber do boi’.

O avanço da cria e recria, que contempla a pecuária moderna em Mato Grosso do Sul, também coloca o Pantanal em risco.

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