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Cotidiano

Combate ao negacionismo é principal desafio das autoridades de saúde na ampliação da vacinação em MS

Eder Gatti, diretor de Imunização e Doenças do Ministério da Saúde, está em Campo Grande para debater ações para ampliar a vacinação no Estado
Lethycia Anjos -
Ministério da saúde
Ronaldo de Souza e Eder Gatti (Herique Arakaki, Midiamax)

A cobertura vacinal contra doenças segue abaixo do estimado em todo Mato Grosso do Sul. Em visita a nesta quinta-feira (14), o Diretor do Departamento de Imunização e Doenças do , Eder Gatti, destacou que um dos principais desafios na ampliação da vacinação é combater o negacionismo.

“O ministério da saúde está investindo em uma comunicação para combater o negacionismo e disseminar a informação que vacinas protegem e salvam vidas. Inclusive as estratégias de comunicação são regionalizadas para se adequar a cada Estado”, explicou Eder Gatti em entrevista ao Jornal Midiamax.

No entanto, em Campo Grande, a cobertura vacinal está abaixo das metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, como no caso da vacina contra a febre-amarela, em que apenas 51% das crianças com menos de um ano foram vacinadas, apesar de a recomendação ser a imunização de toda a população.

Para o médico Ronaldo de Souza, superintendente Estadual do Ministério da Saúde em Mato Grosso do Sul, combater o negacionismo é ainda mais difícil quando as próprias autoridades do Estado contestam a eficácia das vacinas.

“Aqui em MS temos um problema sério com o negacionismo. Recentemente, assisti a uma audiência na câmara dos deputados onde figuras importantes de MS questionavam a eficácia das vacinas. Quando uma autoridade coloca em dúvida a eficácia da vacina, isso tem um impacto negativo significativo na população”, enfatizou.

Ronaldo de Souza
Superintendente Estadual do Ministério da Saúde em MS, Ronaldo de Souza (Herique Arakaki, Midiamax)

Combate a Fake news

Além de investir na comunicação, outra estratégia anunciada pelo Ministério é a criação de um painel de monitoramento e vigilância de falsas relacionadas a vacinas.

“Estamos estruturando esse painel para captar a disseminação de fake news e a partir disso, adotar estratégias para reverter o quadro negativo que essas notícias causam na população. As Fake News não é um problema só da saúde, é um problema que atinge todas as esferas”, destaca Eder Gatti.

Fronteira acende alerta

Outra preocupação das autoridades de saúde é a proximidade de Mato Grosso do Sul com países de fronteira, onde circulam doenças que já foram erradicadas no Brasil.

Em agosto, a Bolívia, país vizinho a Corumbá, registrou um surto de Coqueluche, uma doença infecciosa aguda causada por bactérias. Com o surto no país vizinho, a doença chegou a Mato Grosso do Sul, com três casos confirmados.

Conforme a SES (Secretaria de Estado de Saúde), a baixa procura pela vacinação está diretamente relacionada aos fatores de risco para a Coqueluche. Em Campo Grande, a cobertura vacinal da pentavalente, que protege contra a Coqueluche e diversas outras doenças, atingiu apenas 52% do público-alvo, enquanto a meta é alcançar 95%.

intensifica atendimento nos postos de saúde (Foto: reprodução, prefeitura)

“Nenhuma das nossas vacinas estão com cobertura adequada, vacinas que antes tinham cobertura de 96%, hoje caíram para 45% como a poliomielite, em um período de 10 a 15 anos a cobertura diminuiu muito”, ressalta superintendente.

Em abril deste ano, um bebê indígena da cidade de Loreto, no Peru, foi diagnosticado com poliomielite. O caso gerou grande preocupação nas autoridades de saúde brasileiras devido à proximidade da fronteira do país com os estados do Amazonas e Acre.

Vale ressaltar que o último caso de poliomielite registrado no Brasil ocorreu há 34 anos. No entanto, a baixa cobertura vacinal aumenta os riscos da reintrodução da doença no país.

Para evitar um novo surto de doenças já erradicadas, Eder Gatti enfatiza que o Ministério da Saúde está trabalhando em colaboração com países vizinhos para coordenar ações conjuntas.

“A entrada de doenças é algo que gera preocupação, por isso nossas equipes estão sempre alinhadas com países vizinhos. Neste o Ministério da Saúde estará em Foz do Iguaçu para discutir essas estratégias. Essa abordagem vai além da multivacinação e visa proteger a saúde das populações em áreas de fronteira”.

Dia D de multivacinação

Vacinação infantil (Divulgação/Prefeitura de Campo Grande)

Para enfrentar essa situação, Mato Grosso do Sul promove neste sábado, dia 16, o ‘Dia D’ de vacinação em todos os 79 municípios do Estado. A iniciativa visa aumentar a cobertura vacinal e assegurar que mais pessoas estejam protegidas contra doenças que podem ser prevenidas pela vacinação.

Além disso, o superintendente Ronaldo de Souza ressalta que uma proposta está em análise junto à prefeitura de Campo Grande. Essa proposta prevê a expansão do horário de atendimento das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) por mais quatro horas e o aumento de 146 novas equipes de saúde da família.

“A questão estrutural do sistema de saúde afeta a baixa cobertura, pois atualmente, as pessoas só podem se vacinar das 7h às 10h30, com uma pausa das 11h às 13h. Isso não faz sentido em uma unidade de saúde, quem trabalha nesse horário acaba prejudicado”, enfatiza.

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