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Cotidiano

Conselho avalia impacto de fechamento do único Centro de Parto Normal de MS

Custo da equipe obstétrica é de aproximadamente R$ 350 mil por mês e o hospital alega que já vem funcionando com déficit mensal
Fábio Oruê -
Centro de Parto Normal de Sidrolândia. (Foto: Reprodução/Facebook)

O (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul) avaliou os impactos do fechamento do único Centro de Parto Normal de MS, que fica em Sidrolândia. O local fechou após sete anos de funcionamento e nenhum registro de óbito materno.

O conselho ressalta que a limitação dos serviços prestados causa impacto na rede de assistência à região. As mulheres passarão a ter que ir a Campo Grande para realização do parto, reduzindo drasticamente o número de moradores nascidos em Sidrolândia.

Além disso, as gestantes de cidades como Aquidauana, Dois Irmãos do Buriti, Miranda, , Rio Brilhante, Bonito, Maracaju, Terenos, deixarão de ser atendidas, assim como a população indígena.

O custo da equipe obstétrica é de aproximadamente R$ 350 mil por mês e o hospital alega que já vem funcionando com déficit mensal. Em 2023, o CPN completaria sete anos de abertura e realizava em média de 20 a 30 partos por mês.

Reabertura

Diante da situação, o presidente do Coren-MS, Sebastião Duarte, apresentou ao secretário de Estado de Saúde, Dr. Maurício Simões Corrêa, a necessidade do Governo discutir os impactos do fechamento do Centro de Parto Normal irá trazer para a rede materno-infantil.

No ofício encaminhado à SES frisa que a interrupção de todos os processos administrativos da à alta hospitalar, quando Aa assistência não adota as boas práticas recomendadas pelo Ministério da Saúde, aumenta as chances de eventos adversos, incluindo o óbito, razão da necessidade em se manter a continuidade dos serviços prestados pela CPN”, diz texto.

Portanto, o fechamento pode ser considerado infração aos princípios constitucionais, em especial a equidade, integralidade e a universalidade, visto impedir que as mulheres tenham acesso ao que é oferecido na instituição.

Mulheres da região se mobilizaram por meio de manifesto e de abaixo-assinado, mas o centro parou de realizar partos, neste mês, por uma decisão judicial em que cobra da instituição a contratação de uma equipe de retaguarda.

A equipe precisa ser formada por profissionais capacitados para intervir em casos de de intercorrências com as gestantes ou recém-nascidos.

O fechamento do CPN virou tema de debate entre os vereadores do município, nesta terça-feira (9). Durante a sessão ordinária, o vereador Carlos Henrique (PSDB) usou as considerações finais para relatar o problema de saúde no município. “Precisamos resolver esse impasse. Não tem como ficar do jeito que está”, afirmou.

O parlamentar ainda citou que o hospital passou por outros momentos de necessidade financeira, com pouco repasse do Governo. Também relatou doações feitas ao longo dos anos. “Nunca foi fácil para tocar o hospital, mas nunca parou”, disse.

cnp
O CPN priorizava o respeito ao processo fisiológico e emocional da mulher (Foto: Divulgação/ Coren-MS)

Assistência humanizada

A enfermeira do Grupo de em Saúde da Mulher do Coren-MS, Karine Jarcem, especialista em Enfermagem Obstétrica, analisa que o fechamento vai trazer de curto a médio prazo consequência na saúde materna.

“O Centro de Parto Normal constituía em uma estratégia para redução da mortalidade materna perinatal, ou seja, no período que compreende a gravidez, o parto e o puerpério. Além de promover também a redução de intervenções desnecessárias e oferecer uma assistência humanizada para as mulheres”, destaca.

Na sua visão, o CPN se tornou um espaço de referência em boas práticas em relação ao parto normal ao possuir um ambiente acolhedor e seguro para o parto natural, desenvolvendo trabalho que priorizava o respeito ao processo fisiológico e emocional da mulher, garantindo o protagonismo e autonomia.

A especialista classifica que o fechamento é um retrocesso em termos de direito das mulheres. “Campo Grande tem poucas opções de maternidades e não tem a mesma estrutura do CPN de Sidrolândia. O município tem a necessidade de aumento do leito obstétrico para atender a demanda do SUS”, reforça a médica.

“O fechamento deste serviço é um retrocesso em termos de direito das mulheres no Estado e um retrocesso para o avanço da enfermagem obstétrica em MS”, complementa.

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