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Cotidiano

Dia mundial da alergia: como as mudanças climáticas contribuem para o aumento de doenças alérgicas

Especialista explica como a poluição e o aquecimento global afetam o sistema imunológico
Lethycia Anjos -
sintomas
Sintomas de gripe, resfriado e Covid são parecidos (Foto: Reprodução)

Mudanças climáticas afetam a saúde de diferentes formas. Com o avanço do aquecimento global e o excesso de gases poluentes na atmosfera, o aparecimento de alergias se tornou cada vez mais comum. Para dar visibilidade ao tema, o Dia Mundial da Alergia, celebrado em 8 de julho, acende o alerta sobre a condição que, em casos extremos, pode levar à morte.

Doutora em Alergia e Imunologia e coordenadora da Asbai-MS (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), Adriana Cunha Barbosa explica que neste ano, o foco da Asbai foi conscientizar a população sobre como as mudanças climáticas afetam o sistema imunológico.

“A emissão de gases que causam o efeito estufa tem colaborado muito para o aumento das alergias e muita gente não faz essa associação. Os poluentes agravam a rinite, asma, diminuem o funcionamento dos cílios protetores da mucosa respiratória e aumentam o risco de infecções”, disse.

Além das consequências diretas à saúde, as mudanças climáticas aumentam a intensidade de eventos meteorológicos extremos como longos períodos de seca, ondas de calor intensas e tempestades com grandes volumes de chuva.

Adriana Cunha ressalta que o desequilíbrio do planeta altera todo o ecossistema e a curto prazo pode gerar graves consequências à saúde. Segundo ela, esse desequilíbrio contribui para o aumento considerável do número de pessoas acometidas por doenças alérgicas.

“Esse desequilíbrio altera tudo, os níveis das marés, o derretimento das geleiras. Teve um aumento em 1º Celsius desde 1800, isso desequilibra até a fauna e flora. No futuro as consequências serão refugiados climáticos, aumento da desnutrição da população e escassez da biodiversidade”, explicou.

Conforme a Asbai, mortes ocasionadas por deslizamentos e inundações, por exemplo, favorecem a proliferação de doenças e o agravamento das doenças alérgicas, o que contribui para o aumento contínuo das alergias associadas à perda da biodiversidade.

O aumento das alergias, em especial das doenças respiratórias, pode ocasionar um número elevado de internações hospitalares e, por consequência, gerar a sobrecarga do sistema público de saúde.

Adriana Cunha Alergista
Adriana Cunha explica que fatores climáticos contribuem para aumento das alergias (Foto: Lethycia Anjos/Midiamax)

Alergias acometem 30% da população brasileira

Dados da OMS apontam que cerca de 30% da população brasileira têm algum tipo de alergia e, desse percentual, 20% são crianças.

Adriana Cunha destaca que as alergias respiratórias como rinite, asma e sinusite são as mais comuns e mais fáceis de serem diagnosticadas.

“Primeiro é feito uma avaliação médica completa, onde avaliamos através de testes cutâneos ou de contato a causa dessa alergia. Dessa maneira a gente evita o contato com as substâncias. No caso de alergias de pele são testados diversos produtos para testar a causa”.

Segundo a especialista, um único teste é capaz de diagnosticar diversos tipos de alergias.

“No teste habitual existem extratos que fornecem a amostra para o alergista como epitélio de cachorro, gato, pólen e insetos e facilita o diagnóstico. Quando não existe o extrato a gente faz o prick to prick que é testar a própria substância suspeita na pele do paciente”, explicou.

Conforme a OMS, em todo o mundo 300 milhões de pessoas sofrem com asma, 250 milhões apresentam alergia alimentar, 400 milhões sofrem com rinite e 25% da população já desenvolveu alergia a algum fármaco.

Em casos de alergias mais comuns é habitual que as pessoas recorram à automedicação pelo uso de antialérgicos. Contudo Adriana Cunha ressalta que a prática pode trazer riscos à saúde.

“Existem vários antialérgicos que além dos efeitos colaterais conhecidos, como sonolência e redução da coordenação motora, têm antialérgicos que possuem corticoides e podem agravar doenças como diabetes, osteoporose, cataratas além de ganho de peso”, alerta a médica.

De acordo com Adriana Cunha, nos períodos de baixas temperaturas, as alergias respiratórias tendem a aumentar consideravelmente, por isso é imprescindível investir em cuidados com a saúde.

“É bom estar atento à umidade do tempo, usar umidificadores, evitar aglomerações em época de frio porque isso facilita a transmissão de vírus. Fazer lavagem nasal regularmente e evitar a poeira e pelo de animais”, orienta.

Conforme a médica, no caso de pacientes com anafilaxia, forma mais grave da reação alérgica, a orientação é sempre andar com uma caneta de adrenalina auto injetável para usar em casos de emergências.

“Se a pessoa após o contato com determinada substância apresentar inchaço, vermelhidão na pele, falta de ar, queda de pressão e rouquidão, isso é um sinal máximo de alerta e têm risco de fatalidade. Nesse caso, deve ser avaliado com um médico o quanto antes”, explicou.

Como conseguir um alergista no SUS?

Conforme a (Secretaria Municipal de Saúde), em os atendimentos de alergia e imunologia são realizados no Cem (Centro Especializado Municipal).

Por se tratar de uma especialidade médica, o paciente precisa procurar uma unidade básica de saúde e solicitar o atendimento. Caso o médico avalie a necessidade, o paciente é encaminhado para o especialista.

Em Campo Grande, existem 74 unidades básicas de saúde, por meio do endereço https://campograndems é possível localizar a unidade de saúde mais próxima.

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