Inaugurado há 50 anos, o prédio da Escola Municipal Antônio Joaquim de Moura Andrade, a primeira de Nova Andradina, começou a ser demolido um ano depois de ser iniciado processo de tombamento do local, fruto do valor histórico da construção para o Município com cerca de 32 mil habitantes.
Fotos encaminhadas por leitores mostram parte da estrutura já no chão. Segundo o prefeito, José Gilberto Garcia (PL), em 2022 o local foi condenado pelo Corpo de Bombeiros em razão de sinais de envelhecimento e do surgimento de cupins nas paredes de madeira.
“A princípio existia a ideia de construir um museu, mas não tinha mais condições, estava condenado. O Governo do Estado autorizou e vamos construir uma escola mais moderna para atender a demanda de alunos”, comentou.
De acordo com José Gilberto, licitação para a obra já foi concluída e a expectativa é de conclusão ainda em 2023. “A empresa que está desmanchando é a mesma que vai construir o novo prédio”, pontuou.
Estudantes da unidade foram realocados até que o novo espaço de ensino seja entregue pela Prefeitura.
Inconformados
Entre moradores, a situação provocou comoção e muitos são contrários à demolição. Na cidade e nas redes sociais, campanhas tentaram impedir o desmanche.
“É muito triste ver a destruição de um símbolo cultural, principalmente porque as edificações do Grupo Escolar Moura Andrade representavam um verdadeiro patrimônio histórico educacional ligado à história da família Moura Andrade, fundadores da cidade, e pela sua arquitetura moderna e arrojada para a época”, comentou o professor do Curso de Direito da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Lucio Flavio Sunakozawa, que nasceu na cidade e é filho de uma das famílias pioneiras de Nova Andradina,
Como justificativa, moradores relembraram decreto da Assembleia Legislativa de 10 de fevereiro de 2022, que determinou o início do tombamento da edificação de madeira. “A edificação onde funciona a Escola Municipal Antônio Joaquim de Moura Andrade será considerada como se bem tombado fosse e desde já receberá proteção provisória”, diz o documento.
Segundo os mesmos moradores, no fim do ano passado a comissão de patrimônio histórico descartou interesse na área, no mês seguinte, abriu-se licitação para demolir o prédio.
