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Cotidiano

Camelódromo reabre e comerciantes tentam retomar a rotina após incêndio e prejuízos

Movimento tímido e levantamento de prejuízos marcaram área atingida pelo fogo
Lucas Caxito -
Trabalhadores estão fazendo os reparos nos boxes atingidos pelo incêndio. (Nathalia Alcântara, Midiamax)

O reabriu ao público nesta quarta-feira de cinzas (14) pós-feriado de Carnaval, com movimento baixo e parcialmente interditado após o incêndio que atingiu o local no último domingo (11). O prejuízo é estimado em R$ 2 milhões.

Segundo o presidente do Camelódromo, Narciso Soares, quatro dos boxes atingidos pelas chamas eram de roupas, um de brinquedos e três de assistência técnica de celulares. As eletrônicas guardavam 200 baterias. Narciso conta ainda que além desses diretamente atingidos, cerca de 20 outros boxes também foram impactados pelo sistema sprinkler, que despejou agua sobre os comércios após a detecção de fumaça.

Este é o caso de André da Costa, 43 anos. Proprietário de um box de roupas próximo ao foco de incêndio, ele conta que o fogo não chegou a adentrar ao seu comércio, mas o calor das chamas derreteu a mercadoria.

“A temperatura derreteu toda a mercadoria que estava aqui. Essas que estão aqui agora já são outras. As canaletas chegaram a borbulhar e a estimativa de prejuízo na loja é de aproximadamente R$ 7 mil”, relata.

André ressaltou também o bom trabalho da equipe de segurança e do corpo de bombeiros, que segundo ele, evitou que o prejuízo fosse ainda maior. “O trabalho da equipe de segurança foi bem eficaz, eles estiveram na ativa e agiram rapidamente para chamar os bombeiros. Como as instalações estavam boas, o fogo pôde ser controlado, o desastre teria sido muito maior se o fogo tivesse se espalhado. Agora é aquela coisa, vão-se os anéis e ficam os dedos, a gente constrói tudo de novo”, conta.

Trabalhadores não têm seguro

Narciso relatou ainda que a maioria dos comerciantes não são segurados, e que está sendo feita uma para que os comerciantes atingidos possam voltar a trabalhar. “Seguro nós não temos. Nós não conseguimos nem do prédio porque as seguradoras negam pelo risco. São pequenos comerciantes que infelizmente ficam com o prejuízo. O que a gente vai buscar são amigos, parceiros, o governo do Estado e Prefeitura para tentar reerguer os boxes, buscar um meio para que essas pessoas possam voltar a trabalhar novamente”, conta.

Victor Gotardo, 25, também foi um dos comerciantes atingidos pela água do sistema sprinkler. Vendedor de produtos eletrônicos, ele conta que o prejuízo total ainda está sendo calculado. “Molhou bastante mercadoria pelo teto. A gente tá somando ainda os prejuízos, teve muito fone, controles, caixinha de som, tudo ficou encharcado e terão que ser trocados”, relatou.

“Nós começamos a ver tudo hoje, o que foi molhado, o que nós vamos ter que jogar fora, o que o fornecedor consegue trocar para gente. Sujou bastante também, teve muita fuligem no chão. Mas não ‘dá nada’, isso nós corremos atrás”, disse resignado.

Combate as chamas

O comerciante Ronivaldo Gonçalves, 48 anos, que faz parte da diretoria do Camelódromo e fez o curso de brigada de incêndio, participou do combate ao fogo. Ele detalhou como foram os primeiros passos após a detecção das chamas no local.

“A princípio a segurança privada me ligou, corremos para cá e começamos o combate. No primeiro momento utilizamos os extintores de pó químico, e a gente combateu enquanto dava, porém, o fogo chegou em um ponto em que não dava para controlar somente no extintor. Neste momento ligamos a bomba dos hidrantes, e aí conseguimos controlar o fogo até os bombeiros chegarem”, explicou.

“Assim que o bombeiro chegou, eles assumiram o combate. Foi graças a esse procedimento que a gente conseguiu controlar as chamas e os bombeiros conseguiram extinguir rapidamente sem alastrar o fogo”, relata Ronivaldo destacando a importância dos conhecimentos do curso de brigada.

Prejuízo de meio milhão

No camelódromo há 25 anos, Valmir Caetano da Silva viu o esforço de uma vida inteira sendo consumido pelas chamas, deixando um prejuízo de R$ 500 mil.

Dos cinco boxes que pertencem ao comerciante, três foram completamente destruídos no incêndio, os dois que restaram acabaram cobertos pela água durante o combate ao fogo.

Reforma

Além disso, a administração e os comerciantes se reúnem no dia 27 para discutir uma reforma no Camelódromo para evitar novos incidentes. Segundo Narciso, a parte elétrica não é mexida desde a inauguração do local, há 25 anos.

Como o prédio é da Prefeitura, a administração deve procurar o Executivo Municipal para viabilizar as obras. Outra medida que será discutida é a penalização de comerciantes que não seguem as normas de segurança.

Segundo Narciso, apenas um padrão concentra toda a parte elétrica do centro comercial, mas cada box tem um disjuntor próprio, que deve ser desligado ao final do dia de trabalho. Quando um comerciante precisa fazer alguma manutenção, por exemplo, a administração liga toda a energia do local e o disjuntor do box específico.

Caso um colaborador deixe o disjuntor ligado com algum equipamento, seja carregador, ventilador ou outro, as chances de um acidente aumentam. “Acho importante essa reforma para deixar mais seguro. Os danos também foram psicológicos. Está todo mundo com medo de acontecer de novo”, relata o administrador.

25 anos de história

O camelódromo de tem 496 boxes e um piso superior onde se encontram outras lojas. Inaugurado em dezembro de 1998, o centro comercial tem 25 anos de existência e foi criado para por fim a desentendimentos entre lojistas do centro e ambulantes.

O prédio ocupa espaço com cerca de três mil metros quadrados, onde estão distribuídas lojas padronizadas para a comercialização dos mais diversos tipos de produtos. Localizado ao lado do cidade, em região de grande movimentação.

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