Viajar, guardar, pagar as contas ou gastar em compras? Todo ano o dilema é o mesmo quando se aproxima o pagamento do 13° salário, já que, na dúvida ou euforia, nem sempre as pessoas tomam as decisões mais assertivas para seu bolso.
E para quem recebe o valor em duas parcelas – que o caso, por exemplo, de trabalhadores em regime estatutário -, a atenção precisa mais redobrada. Aafinal, pode haver aquela falsa sensação de ter muito dinheiro ou grana de sobra.
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Conforme a educadora financeira Sabrina Mestieri Nakao, antes de empregar o dinheiro em algo é preciso considerar toda sua vida financeira e fazer um ‘raio-x’ honesto de suas dívidas e compromissos. Se há débitos, o melhor é quitá-los.
“É preciso lembrar que janeiro é um mês com mais contas a pagar, como impostos, matrícula de escola, material escolar. Então gastar esse dinheiro do 13º sem pensar pode ser arriscado. Pergunte a si quais são suas prioridades. Você precisa de uma reserva de emergência? Deseja realizar um sonho, como uma viagem? Ou quer investir para o futuro? Isso ajudará a direcionar seu 13º de forma mais eficaz”, pondera.
Gastar ou guardar, eis a questão
Assim, se a vida financeira vai bem, o valor pode facilitar a realização de sonhos adormecidos durante o ano, como é para o cabeleireiro Samuel Pedro, que trabalha em um salão no centro de Campo Grande. Há quase dois anos o profissional deixou sua cidade, Três Lagoas, para abraçar a oportunidade de trabalhar em um espaço da capital. Este ano, seu 13° pode ter dois destinos: na compra de um iPhone, que ajudaria no seu trabalho, ou na compra de uma moto. Tudo dependerá do valor que ele terá no fim do mês.
“São duas possibilidades diferentes, mas ambas me ajudarão no trabalho. Como são preços muito diferentes, vou avaliar. Mas claro que a moto é prioridade porque hoje dependo de transporte público. Quando tenho atendimento a domicílio, peço para que a cliente solicite um motorista de aplicativo ou pagar o valor correspondente ao meu transporte. Realizar a compra do veículo facilitará bastante meu trabalhe”, pontua.
E se de um lado tem quem se planeja, do outro, tem quem siga a filosofia “deixa a vida me levar”. Marcos Antônio, repositor em um supermercado da Capital, por exemplo, disse que não pretende guardar o valor. Ele, que também recebe 14°, explicou que a segunda parcela do 13° usará para pagar as dívidas e o outro, para “comprar o que quiser”
“Não tem como, chega fim de ano a gente gasta, usa para comprar coisas para a casa, coisas que a gente passa o ano todo querendo. Essa é a oportunidade”, afirma.
Qual a melhor opção de uso do 13°?
No fim das contas, as opções de uso do 13° salário são múltiplas, mas, conforme a educadora financeira, a melhor opção é o investimento. Porém, até isso dependerá muito do seu perfil.
“Se você é conservador com o dinheiro, pode optar por um título público ou CDB. Se está disposto a correr mais riscos, pode considerar ações ou fundos de investimento. O importante é diversificar para minimizar riscos”, explica.
Mas, se você acha que para começar a poupar ou investir precisa ter muito dinheiro, está enganado. “Comece com o que você puder, mesmo que seja um valor pequeno. A consistência é mais importante. Dicas para economizar incluem: criar um orçamento mensal, evitar compras por impulso, e definir metas de economia”, acrescenta a especialista.
Por isso, o principal é iniciar 2025 livre de dívidas e com mais liberdade financeira. Para isso, comece organizando suas finanças agora, sem esperar o novo ano começar. Depois, faça um levantamento de suas dívidas e crie um plano de pagamento.
Tente cortar despesas desnecessárias e priorize o pagamento das dívidas com juros mais altos. Além disso, crie uma reserva de emergência para evitar contrair novas dívidas no novo ano. “Se você não tem uma reserva de emergência, o 13° pode ser o pontapé para criar a sua”, finaliza Sabrina.
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