Buscando arrecadar fundos para comprar o que foi perdido com o rompimento da barragem do loteamento Nasa Park, em Jaraguari, Gabrielle do Prado, uma das moradoras afetadas pela tragédia, promove uma rifa nas redes sociais. Sua mãe, que teve a casa completamente destruída pela água, também realiza uma vaquinha solidária.
Conforme Gabrielle, nada mudou desde o rompimento. Sem recursos, já que a família perdeu as plantações e animais que eram suas únicas fontes de renda, agora, vive da contribuição de pessoas que se solidarizam com os moradores.
“Até hoje ninguém falou nada em nos ressarcir. Estou ficando em uma casa cedida pelo meu sogro na cidade, porque minha mãe e meu irmão estão na casa de cima, que é a casa que sobrou. Perdemos toda a renda que tinha na chácara e as contas estão aí. A conta de luz, por exemplo, já está vencida, porque eu pagava com a venda das coisas que cultivava na chácara”, explica.
A moradora conta que a casa em que está após a tragédia é pequena e sem mobília. Como parte da família se alojou na casa que não teve a estrutura afetada, os móveis permaneceram para atender às necessidades da mãe que tem comorbidades e de seu filho mais velho, que é autista.
“Tivemos que comprar vaso sanitário. A geladeira, sofá e o fogão que estou usando são emprestados. Tenho aqui três panelas que foram doadas”.
Nova rotina da família
Gabrielle explica que a situação é difícil. A rotina da família mudou completamente nas últimas semanas e ninguém consegue se acostumar com a nova realidade. Conforme a moradora, há negligência de todas as partes.
Mais do que bens materiais, a família perdeu suas lembranças, suas histórias, sua dignidade, no entanto, ninguém parece se importar com isso. Com o passar dos dias, eles, assim como a tragédia, ficam esquecidos.
“Fico vendo os órgãos apontando: ‘Ah, apreendi não sei quantos milhões’. Mas, de que adianta este valor apreendido se nada disso é repassado para a gente? Ficamos na revolta! Isso é uma tristeza, é algo que desanima a gente. Tem gente que olha e fala: ‘ah, vocês ficam com depressão’. E a gente vai estar com o quê? O que nos resta é continuar lutando!”, afirma.
A família ainda não sabe quando poderá retomar com as plantações e criação dos animais, já que o solo está impróprio, totalmente contaminado.
“Além da contaminação do solo, aqui está uma carniça. Não temos previsão [para plantar] porque para fazer a limpeza precisamos de maquinário. Tudo o que plantamos aqui foi na enxada, nunca tivemos trator. E agora, quem faz essa limpeza de solo?”
Ajude!
Para comprar o que precisam, mãe e filha realizam rifa e vaquinha. Com o valor arrecadado, Gabrielle comprará o básico que precisa para a casa que mora provisoriamente. Já sua mãe usará o dinheiro da vaquinha para comprar medicamentos e os materiais que precisará para construir, do zero, sua moradia.
Pode contribuir? Cada número da rifa criada por Gabrielle custa R$ 20. O prêmio é uma AirFryer. Para comprar seu número é só entrar em contato: (67) 99320-4224. Este número também é a chave PIX.
Já a vaquinha solidária criada para a mãe da produtora pode ser acessada pelo link. (CLIQUE AQUI). Pode ser doada qualquer quantia.
