A telemedicina veio para ficar. Muito usada durante a pandemia de covid-19, a ferramenta continua ativa em Mato Grosso do Sul e é amplamente usada no SUS (Sistema Único de Saúde) para atendimentos a distância em diversas áreas e também para ajudar a “desafogar” filas de espera por consultas médicas.
De acordo com a SES (Secretaria de Estado de Saúde), são realizados, em média, 412 teleatendimentos por mês no Estado, além de 3.600 diagnósticos de exames.
Contudo, o serviço oferecido para usuários do SUS que buscam atendimento nas unidades de saúde do Estado não é algo novo, nem mesmo surgiu na pandemia. Segundo a SES, a telessaúde é um programa da secretaria que desde 2011 oferece diferentes serviços, e que atualmente faz parte do programa SUS Digital.
Além dos atendimentos remotos, são realizados no Estado cerca de 140 exames de “teledermatologia” e “tele-estomatologia”, além de 3.600 exames de “tele-ECG”, que disponibiliza via online laudos de eletrocardiograma com o objetivo de agilizar diagnósticos e tratamentos.
Como funciona a telemedicina
“O programa aposta na organização da saúde com a integração digital dos processos de trabalho e gestão do cuidado em saúde, com oportunidade de melhoria a partir de adoção de tecnologias e automação de processos, estabelecendo direcionamentos para a transformação digital na saúde”, detalha a secretaria ao Jornal Midiamax.
Esses serviços são utilizados preferencialmente pelos profissionais da APS (Atenção Primária à Saúde), e incluem três modalidades: teleconsultas, telediagnósticos e teleducação.
Teleconsultas
As consultas digitais são usadas por várias especialidades médicas em MS. Em alguns casos, as consultas têm parceria com universidades do país, como é o caso da tele-estomatologia, que ocorre em parceria com a UFPB (Universidade Federal da Paraíba).
Também existe a oferta de assistência médica especializada em telemedicina por meio do Proadi-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde), que é uma parceria criada em 2009 entre 6 hospitais de referência no Brasil e o Ministério da Saúde.
Por meio da ferramenta há troca de informações e opiniões entre médicos. Ou seja, um médico entra em contato com outro para buscar ajuda para fazer um diagnóstico. A consulta pode ser feita por telefone, videochamada ou mesmo via chat.
Nesse programa, é usada a modalidade de teleinterconsulta em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein. Assim, 24 municípios estão contemplados com o programa no estado nas especialidades: Cardiologia Clínica, Pneumologia Clínica, Reumatologia Clínica, Infectologia Adulto, Neurologia Clínica, Neurologia Pediátrica, Endocrinologia Clínica, Endocrinologia Pediátrica, Gastroenterologia Pediátrica e Psiquiatria.
No entanto, além dessas especialidades, a modalidade é usada também nas seguintes especialidades em Mato Grosso do Sul: Medicina de Família e Comunidade; Infectologia; Mastologia; Pediatria; Nefrologia; Endocrinologia; Dermatologia; Cardiologia; Genética Médica; Hematologia; Psiquiatria; Odontologia Estomatologia; Enfermagem em Cuidados Paliativos e Terapia da Dor; Fonoaudiologia.
Telediagnóstico
Semelhante a teleconsultas, ou teleconsultorias, essa versão permite otimizar o acesso a laudos de exames, enviando pela internet resultados, imagens e gráficos, garantindo facilidade de diagnóstico e análise aos profissionais da saúde.
Em Mato Grosso do Sul, essa modalidade é usada em Cardiologia, com o “tele ECG”, em parceria com o Centro de Telessaúde do Hospital das Clínicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais); também em Dermatologia, com o “teledermato”, em parceria com o Núcleo de Telessaúde da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
Teleducação
Como o nome já diz, “é a oferta de web-palestras e processos de educação permanente para os profissionais de saúde, de acordo com as necessidades de formação demandadas pelas UBS (Unidades Básicas de Saúde) e/ou USFs (Unidades de Saúde da Família) dos municípios e pelas áreas técnicas da SES”, define o órgão estadual.
Vantagens da telemedicina
De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), a modalidade aumenta a resolutividade dos casos a nível primário. “Além disso, proporciona o fortalecimento do vínculo entre paciente e sua equipe de saúde. Essa modalidade diminui os encaminhamentos desnecessários às especialidades, reduzindo e otimizando as filas de acesso aos especialistas, além de reduzir os custos de deslocamento do paciente para os centros de atendimento especializado”, detalha a secretaria municipal.
Entre os serviços oferecidos pelo município está a teleconsulta em Psicologia, que é quando o psicólogo atende o paciente de forma remota. “Neste caso, o paciente pode realizar seu atendimento de qualquer localidade que desejar, desde que tenha condições para realização da teleconsulta, como um local calmo e privado”, explica a Sesau.
Em Campo Grande também é ofertada a “telefisioterapia”, direcionada para queixas musculoesqueléticas, em grande maioria relacionadas à dor crônica, como, por exemplo, a lombalgia e lesão por esforço repetitivo. “Nesta modalidade, o paciente é atendido na unidade de saúde, acompanhado de um profissional de saúde, ou por meio de teleconsulta direta entre paciente e fisioterapeuta”, diz a Sesau.
