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Cotidiano

Promotor já ouviu informalmente responsável por barragem no Nasa Park que rompeu

O empresário foi multado em mais de R$ 2 milhões pelo Imasul
Renata Portela, Fábio Oruê -
nasa park
Enxurrada causou danos na estrutura da BR-163 (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

Após ‘enterrar’ denúncias contra os responsáveis pela A&A Empreendimentos Imobiliários Ltda (CNPJ 27.218.108/0001-01), o MPMS (Ministério Público de ) ouviu informalmente os empresários. Eles respondem pela tragédia ambiental em decorrência do rompimento da barragem do lago, construída no Loteamento Park.

Assim, nesta sexta-feira (23) o promotor Gustavo Henrique Bertocco de Souza, de , disse que conversou informalmente com o responsável pelo lago. Além disso, que já intimou o empresário para responder algumas questões pendentes.

Gustavo é o promotor que assinou o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com os empresários responsáveis pelo loteamento. O MPMS chegou a instaurar inquéritos após identificar irregularidades no loteamento, mas ‘enterrou’ as denúncias.

Processo sigiloso

As obrigações contidas no TAC não foram divulgadas, apesar de ser de interesse coletivo, por envolver a proteção ambiental. Esse procedimento tramitou em sigilo.

Assim, em 10 de março de 2023 o promotor Gustavo Henrique Bertocco de Souza e os proprietários da A&A Empreendimentos Imobiliários Ltda assinaram o TAC. Depois, em julho do ano passado, o Conselho Superior do MP homologou o arquivamento do inquérito.

Antes disso, em maio de 2014, o MPMS já havia instaurado outro inquérito civil, a partir de denúncia encaminhada pelo . O órgão flagrou irregularidades, como a presença de um lago em APP (Área de Preservação Permanente) e vários processos de erosão.

Então, a fiscalização do órgão federal resultou em multa de R$ 160 mil contra o empreendimento. Durante esta semana, a reportagem acionou o MPMS – com e-mails aos canais institucionais – para obter mais detalhes dos motivos pelos quais a investigação não avançou e qual a situação atual do TAC, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

Multa de R$ 2 milhões

Ainda nesta sexta-feira (23), O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) divulgou que multou os proprietários da represa do loteamento Nasa Park em R$ 2,05 milhões.

Ainda conforme nota divulgada pelo Imasul, as multa foi aplicada devido a diversas infrações, que resultaram no rompimento da barragem, o que causou um desastre ambiental na região.

Além disso, em decorrência das irregularidades constatadas, a empresa responsável foi autuada em R$ 100 mil. Isso, por violar as normas ambientais estabelecidas pelo Decreto Federal n.º 6.514/2008, que trata das infrações e sanções administrativas ao meio ambiente

Assim, o Imasul notificou a empresa para regularizar o licenciamento ambiental dos loteamentos Nasa Park I e II. Também devrá suspender as atividades até a obtenção de uma nova Licença de Operação.

Por fim será feita orientação ao proprietário para regularizar os barramentos existentes e elaborar um laudo técnico sobre o rompimento. Ainda deverá implementar um Programa de Recuperação das Áreas Degradadas, com monitoramento contínuo da qualidade das águas e do solo.

Imasul aprovou construção

Inicialmente, o Imasul, que faz parte da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) – pasta chefiada por Jaime Verruck – alegou que a barragem rompida no último dia 20, que causou tragédia ambiental, nunca recebeu autorização do órgão.

No entanto, documento obtido pela reportagem revela que o Imasul aprovou a construção da barragem, bem como emitiu licença de operação ao empreendimento.

Diante dessas informações, por ser o órgão responsável pelo licenciamento, as irregularidades encontradas no represamento do córrego – que formam o lago artificial – seriam de competência do Imasul para adotar providências.

Nasa Park multado pelo Ibama

A empresa A&A Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda – proprietária dos loteamentos Nasa Park I e II –, havia sido multada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) por irregularidades ambientais. Em 2008, o Ibama aplicou multa de R$ 160 mil em nome do proprietário, Alexandre Alves de Abreu.

A infração constatada pelos técnicos foi: “Ocupar irregularmente área de preservação permanente no Loteamento Nasa Park I e descaracterizar e danificar área de preservação permanente no Loteamento Nasa Park II, através de raleamento de vegetação ciliar e não adoção de técnicas de contenção de processos erosivos, em uma área total de 8,0 ha”.

Então, o processo tramitou internamente no órgão até maio de 2019, quando acabou sendo remetido à Justiça Federal. Sem o pagamento da infração, tornou-se execução fiscal, no valor atualizado de R$ 111.803,00.

*Com Fábio Oruê

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