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Cotidiano

Cimi denuncia pressão de grupo em caminhonetes após ataque a indígenas em Douradina

Indígenas de Caarapó também relatam clima de intimidação e cerco de homens armados
Fábio Oruê -
indígenas
Camionetas têm cercado área, ameaçando os indígenas (Reprodução, Redes Sociais)

O clima de tensão persiste na manhã desta segunda-feira (15) na área da Terra Indígena Panambi – Lagoa Rica, em , onde indígenas foram atacados na tarde de domingo (14) após reivindicarem a terra, que está demarcada desde 2011.

Conforme informações do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), há grande aglomeração de camionetas próximas aos indígenas, que estão preocupados com um novo ataque.

“Os Guaranis reclamam a lentidão do processo demarcatório, a escassez de terra para sobrevivência da comunidade, o avanço do que desmata e contamina os rios em um processo silencioso de genocídio”, informa o Conselho.

Além disso, o conflito entre fazendeiros e indígenas faz parte da rotina. O Cimi denuncia que os proprietários agrícolas estão pressionando os Guaranis e Kaiowás para despejá-los por conta própria.

Conforme lideranças que estão em contato com o Cimi, ainda não há quantidade exata de indígenas feridos. Além do indígena de 43 anos, uma outra mulher também com suspeita de estar com braço quebrado e ferimento no pé está sem atendimento na aldeia.

Caarapó

Diante dos ocorridos em Douradina, os Guaranis e Kaiowás de também retomaram uma área no domingo, pois temem aguardar resposta do Governo Brasileiro quanto à do território. Há informações que no local há aglomeração de camionetas com homens armados, promovendo um cerco e intimidação.

Na região, uma indígena está ferida na perna e sem atendimento. O grupo de povos originários confiam em levá-la para o atendimento apenas após a chegada da Polícia Federal. Este é o mesmo local que foi palco do conflito conhecido como ‘Massacre de Caarapó’.

Na ocasião, o indígena Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza foi morto a tiros em 2016. Até o momento, a Força Nacional esteve nas regiões.

Polícia investiga o caso

A Polícia Civil de Douradina abriu uma investigação sobre o ataque ocorrido, que está sendo tratado como tentativa de esbulho possessório. Segundo o delegado Gustavo Mucci, a Polícia Militar foi até o local e ninguém foi detido na ocasião.

Indígenas Guarani e Kaiowá retomavam parte do território em Douradina na madrugada de domingo (14) quando houve um ataque que deixou um indígena ferido. Os indígenas da organização Aty Guasu contam que estavam em uma estrada em frente à aldeia.

“Não provocamos eles. Estávamos fazendo nosso protesto e o passou por nós e atirou”, publicou o líder Guyra Kambiy Ezequiel.

Demarcada desde 2011

Alvo da retomada, a Terra Indígena Panambi – Lagoa Rica é uma terra oficialmente reconhecida, identificada e delimitada com 12,1 mil hectares desde 2011. Seu processo de demarcação, contudo, está paralisado por conta de medidas que tentam instituir a tese do Marco Temporal.

Segundo nota da Aty Guasu, em represália à retomada, durante a tarde de domingo, os indígenas foram atacados por fazendeiros da região, que invadiram a comunidade em bando. Durante o ataque denunciado, no tekoha Guayrakamby”i, o indígena foi alvo de tiros, ficando ferido na perna.

Em 2015, segundo os indígenas, o mesmo grupo de fazendeiros atacaram a comunidade de Guyrakamby”i. Na ocasião o MPF (Ministério Público Federal) interveio no conflito. “Nossa área do Lagoa Rica está delimitada, porém nunca foi entregue a nós. Retomamos para garantir a vida do nosso povo, mas agora estamos temendo a morte”, finaliza.

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