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Cotidiano

Alunos viram ‘projetistas’ na construção de sala ao ar livre em escola do Nova Campo Grande

Escola Municipal Fauze Gattas Filho completa 26 anos de formação de alunos este ano
Karina Campos -
Escola Municipal Fauze Gattas Filho
Escola Municipal Fauze Gattas Filho (Henrique Arakaki, Midiamax)

Já parou para pensar na importância do serviço de uma escola? Afinal, a instituição, que auxilia no desenvolvimento social, não serve apenas para a alfabetização, mas aprimora habilidades e competências desde os primeiros anos de uma criança.

Na Escola Municipal Fauze Gattas Filho, fundada no bairro Nova há 26 anos, os projetos pedagógicos favorecem estímulos ao pensamento crítico, além de promoverem autonomia e responsabilidade cidadã. Um dos projetos em fase de elaboração é feito pelas próprias mãos dos alunos: a construção de uma sala ao ar livre, debaixo de uma das árvores mais antigas da escola.

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Um desses planejamentos abre margem para novos “projetistas mirins” na criação dessa nova sala ao ar livre. Jaconias Cardoso de Souza Filho, diretor da unidade, ouviu as ideias propostas pelos próprios estudantes. Agora, os pequenos elaboram a planta, desenhos técnicos, especificações de materiais e maquetes, garantindo que o espaço ganhe vida.

Jaconias Cardoso de Souza Filho, diretor da unidade (Henrique Arakaki, Midiamax)

“Será a Arena Sócrates, embaixo de uma árvore muito simbólica para a escola. São eles que estão fazendo a medição, desenho prévio. Estamos fazendo a cotação de materiais para o desenvolvimento.”

A nova construção foi pensada após a inscrição da unidade no programa Controlador Jovem, promovido pela CGM (Controladoria-Geral do Município), favorecendo a participação ativa dos alunos. Logo, os próprios estudantes apresentaram a solução para a criação de um novo espaço para aulas. A previsão é que a construção saia do papel entre setembro e outubro.

Sala ao ar livre será construída embaixo de árvore (Henrique Arakaki, Midiamax)

“Como temos um espaço amplo, os alunos viram que conseguiríamos criar possibilidades além da sala de aula. Eles pontuaram que, debaixo dessa árvore, não cresce grama e há um espaço agradável. Assim, os alunos viram que essa árvore pode ser melhor aproveitada. Começamos a pensar em possibilidades, como a leitura ao ar livre, que iria precisar de estrutura. Esse projeto reúne quatro alunos auditores e 16 executores que o conduzem, mas com a participação de todos, do 6º e 7º ano do Fundamental II.”

Ao todo, a escola possui 1.280 alunos de 4 a 13 anos, distribuídos em 50 turmas nos períodos matutino e vespertino.

(Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Reutilização de água condensada

Este ano, a escola concluiu a climatização de todas as salas. Contudo, o gotejamento da água formada pelo ar-condicionado se tornou uma questão.

“Em novembro, temos o Festival da Primavera, que é anual, com um tema norteador. Ano passado, foi a reutilização sustentável de materiais recicláveis. Este ano, é o uso consciente da água, então, vão trabalhar esse tema durante as aulas. A água do ar-condicionado pinga no pátio; isso vai criando um lodo. Essa água pode ser reutilizada. Então, o projeto é, junto dos alunos, fazer a captação, armazenamento e reutilização dessa água.”

Sendo assim, os blocos devem receber a instalação de encanamento para que essa água condensada abasteça as torneiras. A previsão é que o reaproveitamento seja utilizado na limpeza do pátio.

Escola já utiliza captação da chuva (Henrique Arakaki, Midiamax)

Educação inclusiva

Até o fim do ano, uma nova horta hidropônica deve fazer parte das atividades escolares, principalmente voltada aos alunos da educação especial. “Alunos da educação especial, geralmente, são inseridos em projetos. Mas nós temos a proposta de que serão os alunos da educação especial que conduzirão, e os demais alunos serão inseridos como ajudantes. Invertemos o processo.”

Por falar em educação inclusiva, a Fauze Gattas Filho se tornou referência em atendimento ao adotar o GAPSI (Grupo de Atendimento Psicopedagógico), um programa voltado às crianças com dificuldade de aprendizagem.

A sala, que antes era o almoxarifado, foi transformada em um espaço lúdico: uma mesa repleta de atividades é usada na estratégia de aprendizagem. A psicopedagoga Ariely da Silva Mello expande o acolhimento e oferece orientação aos pais para a identificação de sinais que indiquem dificuldades em sala de aula.

Tania Maria Filiú de Souza e Ariely da Silva Mello (Henrique Arakaki, Midiamax)

“Muitas vezes, os pais buscam atendimento para saber o porquê da dificuldade da criança em aprender. Eu faço a ponte entre a escola e os pais, para que a família possa buscar um atendimento, se necessário, clínico. Aqui, faço a intervenção voltada à aprendizagem e orientação. Essa intervenção é feita por meio de atividades pedagógicas e estratégias para avançar nas habilidades funcionais escolares. Por exemplo, é uma sala com jogos de matemática ou raciocínio lógico — habilidades prejudicadas em alguns transtornos.”

“A criança vem no contraturno, duas vezes por semana. Há 37 atendimentos, sendo 33 crianças ainda na lista de espera, além de outras da região. Os educadores identificam os sinais em sala de aula, além dos pais e responsáveis. O relatório é feito.”

Tania Maria Filiú de Souza explica que o GAPSI é um dos “braços” do Centro de Educação Especial de Campo Grande. O programa começou em 2019 e já se expandiu para 20 unidades da cidade, que são consideradas polos. As escolas podem solicitar um GAPSI.

“A direção faz uma avaliação para o secretário de Educação, pontuando quantas crianças a escola apresenta com TDAH, dislexia e outros transtornos funcionais. A escola pede a necessidade. Ela precisa dispor de um espaço. Temos no Centro a formação com os profissionais que atendem à sala. Eles vão à escola, avaliam o espaço e emitem um parecer sobre a possibilidade de abrir um GAPSI. Com a autorização, o secretário aprova. O Centro deve disponibilizar uma profissional. Com o novo , abriu-se uma margem de pessoas qualificadas em psicopedagogia”, explica a coordenadora do Centro de Educação Especial.

Pintura feita por alunos (Henrique Arakaki, Midiamax)

Para fora dos muros

Quando se diz que grande parte da escola envolve diretamente os alunos, não é por acaso. Um dos muros dos blocos recebeu arte feita por alunos — algo possível financeiramente após a escola receber o convite de uma ação social da Águas Guariroba.

Os alunos não tinham nenhuma experiência com ou pintura com spray. Entretanto, o mural ganhou cor e trabalho técnico digno de artistas de renome. A obra foi tão marcante que a arte feita pelos alunos ganhou destaque no muro da caixa-d’água do bairro.

Brenda, de 13 anos, ganhou destaque na pintura após pintar uma arara-vermelha. “Meu pai é pintor, mas eu nunca tinha feito pintura com spray antes. Fiquei muito feliz e me inspirei nas referências de .”

“Partimos da perspectiva de que a escola transforma seu espaço pedagógico em um espaço social, onde as crianças vêm com o principal objetivo, que é o processo de aprendizagem, mas também para se desenvolverem socialmente e conquistarem sua autonomia”, conclui Jaconias.

(Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)
(Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)
(Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)
Espaço para alunos de anos iniciais (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)
Pintura feita por alunos (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)
Escola tem três quadras (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)
escola
Alunos se tornam projetista em vários cantos da escola (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

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(Revisão: Bianca Iglesias)

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