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Cotidiano

Antes de taxação de Trump, Brasil fecha junho com recorde de exportação de carne bovina

Para o Governo do Estado, a suspensão da exportação de carne bovina aos EUA pode baratear o preço do alimento em MS
Liana Feitosa -
Corte de carne especial, Picanha fatiada, carne vermelha (Foto: CNA)

As exportações totais de carne bovina bateram todos os recordes do setor no mês de junho. A venda de carnes in natura, carnes processadas e miudezas comestíveis tiveram aumento de 55% na receita e de 41% no volume embarcado para o exterior, segundo a Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos). 

Os resultados foram obtidos pela entidade a partir de dados mais recentes compilados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).

No total, junho obteve uma receita de US$ 1,505 bilhão com a movimentação de 341.555 toneladas contra US$ 970,7 milhões e 242.538 toneladas do mesmo mês de 2024. 

O melhor resultado do setor até aqui havia sido as 319.289 toneladas exportadas em outubro de 2024. Ou seja, o resultado obtido em junho de 2025 é 7% maior que o melhor resultado do país até então.

Segundo a Abrafrigo, no acumulado do primeiro semestre de 2025 as exportações totais de carne e subprodutos bovinos já alcançaram US$ 7,446 bilhões de receita (+ 28%) e uma movimentação de 1.690.229 toneladas (+ 17,3%).

No primeiro semestre de 2024 a movimentação foi de US$ 5,820 bilhões e 1.440.439 toneladas.

Maiores compradores

A segue sendo o maior cliente do Brasil, visto que aumentou suas compras em 11,3% no volume e ampliou a receita em 27,4% no semestre. 

Em 2024, foram 567.683 toneladas com receita de US$ 2,516 bilhões e no primeiro semestre de 2025 foram 631.907 toneladas, que proporcionaram uma receita de US$ 3,204 bilhões. 

O preço médio pago pela China subiu de US$ 4.433 por tonelada no primeiro semestre de 2024 para US$ 5.071 no mesmo período de 2025, o que reflete a valorização da arroba do boi gordo neste ano. 

Atualmente, a China responde por 43% da receita total obtida pelo país com a carne bovina e 37,4% do volume total exportado.

Estados Unidos

Pivô de polêmicas envolvendo a cobrança extra de taxa para a entrada de produtos brasileiros, determinada por Donald Trump, os Estados Unidos é o segundo maior importador do produto brasileiro.

No primeiro semestre de 2025, o país norte-americano elevou suas aquisições em 85,4% no volume e 99,8% na receita, com embarques de 411.702 toneladas e receitas de US$ 1,287 bilhão. 

Com isso, os EUA elevaram sua participação na movimentação total brasileira para 24,4% do volume e 17,3% na receita. 

Taxação

A tarifa adicional de 50%, anunciada no dia 9 de julho para os produtos brasileiros e prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, pode comprometer as vendas para os EUA no segundo semestre do ano e já preocupa os produtores brasileiros. 

Ainda de acordo com a entidade, “indústrias já sentem os efeitos da medida, com pedidos de compras sendo cancelados por parte dos clientes norte-americanos, e o setor aguarda com apreensão as negociações para uma solução do problema”.

Outros compradores

Em relação ao primeiro semestre deste ano, o Chile foi o terceiro maior comprador e aumentou sua movimentação em 21% no volume e em 37,4% na receita. 

Com isso, o país passou de 48.412 toneladas compradas no primeiro semestre de 2024 para 58.584 toneladas nos seis meses de 2025, com a receita subindo de US$ 229,4 milhões para US$ 315,2 milhões. 

O México ficou na quarta posição entre os grandes clientes, aumentando suas aquisições em 189% no volume e 235% na receita. Assim, saiu de 17.993 toneladas em 2024 para 52.104 toneladas em 2025, com a receita crescendo de US$ 82,3 milhões para US$ 276,4 milhões. 

No total, 118 países ampliaram suas aquisições no primeiro semestre, enquanto 51 reduziram.

Situação em Mato Grosso do Sul

Conforme o vice-presidente do Sincadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul), Alberto Sérgio Capucci, o pedido de paralisação nos embarques de carne aos EUA partiu dos próprios importadores americanos, que solicitaram a suspensão dos embarques devido às incertezas no comércio exterior.

“Ainda é muito incerto, por isso os compradores pediram para suspender os embarques. Qualquer mercadoria que embarcar hoje chegará após 1° de agosto. No entanto, é importante ressaltar que os frigoríficos não estão parados, nenhuma empresa parou o abate, apenas suspenderam a produção da carne exportada para os Estados Unidos. Vale considerar também que nem todos os frigoríficos são habilitados para exportar para os Estados Unidos, então, alguns nem são afetados nesse sentido”, pontua.

A decisão, portanto, implicará em algumas mudanças na rota. Segundo Capucci, cada empresa avaliará novas possibilidades e poderá redirecionar a produção para outros países.

“Cada grupo tem suas habilitações de , então alguns poderão exportar para o Chile, a China e o , por exemplo. Além disso, parte será direcionada ao mercado interno. Cada um vai avaliar como melhor destinar essa produção”, explica.

Com essa mudança, até que o redirecionamento seja realizado, haverá impacto no mercado, e o preço da carne vai abaixar.

“A produção leva 30 dias para chegar até os Estados Unidos depois que embarca. As regras não estão claras, os compradores não sabem se eles serão taxados quando o produto sair daqui ou chegar lá. Se eles tivessem a garantia de que a taxação ocorreria ao sair daqui, poderíamos mandar nestes dias que antecedem a taxação, mas, considerando que o produto sairá daqui e só chegará lá em agosto, eles não vão arriscar”.

Já o Governo do Estado avalia que a suspensão da exportação de carne bovina aos EUA pode baratear preço em MS.

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