Nesta sexta-feira (5), comerciantes na Rua José Antônio — entre a Avenida Afonso Pena e a Rua Joaquim Murtinho —, na região central de Campo Grande, uniram-se em manifestação contra os inúmeros furtos que têm sofrido. O objetivo da ação é chamar a atenção do poder público para a falta de segurança no local. Para isso, os lojistas cobriram suas portas com um tecido preto, para simbolizar a revolta do setor.
No trecho, cerca de 60 estabelecimentos estão ativos. Segundo os proprietários, todos temem a insegurança diária e lamentam os episódios recorrentes de furtos. A CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) compareceu ao local para endossar a ação.
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Alexandre Menezes é proprietário de uma ótica na região, há oito anos. Ele conta que sua empresa tem um sistema de segurança reforçado, e, por isso, nunca foi furtado. No entanto, frequentemente percebe marcas das tentativas frustradas de furtos, como cadeados quebrados e correntes soltas.
“Nesses oito anos, eu vou pra casa na ansiedade de que, no outro dia, as coisas estarão no lugar. A gente vai pra casa na ansiedade de que, no outro dia, vai chegar e as coisas possam estar no lugar, entendeu? A insegurança é total. A gente resolveu se manifestar, porque, de fato, a gente precisaria de um pouquinho mais de segurança, uma ronda mais ostensiva, onde a gente pudesse sentir um pouco mais de segurança”, frisa.
Prejuízo ‘tornou-se’ parte da rotina

A empresária Adria Fabíola Deiss está na região há 25 anos e já perdeu as contas de quantas vezes sua loja de móveis infantis foi furtada. Segundo ela, os crimes contra as lojas tornaram-se tão frequentes, que, após ter portas quebradas, torneiras furtadas e telhas danificadas, os prejuízos financeiros já tornaram parte dos custos a se pagar no fim do mês.
“Eles roubaram toda a fiação, os fios de cobre. Eles sobem no telhado e quebram todas as telhas, e aí a gente só descobre quando chove. Estamos pedindo para que o poder público tenha um olhar de mais carinho, principalmente pela nossa rua, porque, em um quarteirão onde praticamente 100% dos lojistas tiveram prejuízo, não dá para desprezar. Eu prefiro não fazer mais conta do prejuízo. Mesmo sem querer acreditar, já contabilizo isso tudo como algo que faz parte do meu dia a dia”, lamenta.
Proprietário de um restaurante de sushi há 12 anos, o empresário Arnaldo Taira também já foi vítima da criminalidade da região e acabou tendo o ar-condicionado do prédio levado. Nem o muro alto, a concertina e cerca elétrica foram capazes de inibir os criminosos.

Segurança pública
Conforme Adelaido Figueiredo, presidente da CDL, o apoio da entidade na manifestação foi um pedido dos próprios comerciantes. Agora, a ideia é expandir essa ação para outras regiões de Campo Grande que, eventualmente, sofrem com os casos de furtos.
“Nós pretendemos estender esse movimento para outras regiões aqui do Centro de Campo Grande, e também para os bairros. Onde tiver um problema como esse, nós vamos chamar a atenção. Nós já tentamos diálogo, mas infelizmente não tivemos nenhum tipo de resposta. Agora nós vamos buscar o caminho da manifestação, de forma ordeira, respeitosa, mas chamando a atenção para mostrar o caos que a gente vive de segurança pública“, explicou.
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(Revisão: Dáfini Lisboa)