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Cotidiano

Casos de trombose chegam a quase mil por ano em MS; condição pode levar à morte

Ficar muito tempo sentado ou deitado após uma cirurgia, ou em viagens longas, aumenta o risco de trombose
Liana Feitosa -
Tromboses são mais comuns em membros inferiores. (Foto: Arquivo Pessoal e Freepik)

Acordei já com um cansaço e inchaço nas pernas, especialmente na perna direita, mas resolvi fazer panquecas para o café da manhã. Em pé, enquanto misturava a massa encostada na bancada da cozinha, minha visão ficou turva, escureceu e vi que ia desmaiar. Consegui chegar ao sofá, na sala, onde deitei e chamei minha irmã. Eu já sabia, era TVP (trombose venosa profunda).

As internações por causa dessa condição chegaram a quase mil em no ano passado. Segundo a SES (Secretaria de Estado de Saúde), foram contabilizadas 982 internações em 2024 por trombose, o maior índice desde 2020.

Isso corresponde a uma média de 81 internações por mês no Estado. Em 2023, foram 883 internações e, no ano de 2022, 813 registros.

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Trombose é quando um coágulo sanguíneo, chamado de trombo, forma-se dentro de uma veia ou artéria, prejudicando o fluxo normal do sangue. O maior risco associado a essa condição é a morte, já que o coágulo pode se soltar e se deslocar pela corrente sanguínea até os pulmões, causando uma embolia pulmonar.

Eu já conhecia bem os sintomas, porque minha irmã, nove anos antes, havia tido TVP aos 21 anos. Agora, eu, em 2016, aos 27, apresentava os mesmos sintomas: perna rígida, endurecida, inchada, mais quente que o restante do corpo, avermelhada ou quase roxa e com bastante dor. Era uma pressão, uma espécie de apertamento na perna, principalmente ao ficar em pé.

Segundo a SBACV (Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular), alguns fatores de risco estão bastante associados ao desenvolvimento de tromboses venosas.

Fatores de risco

  • Falta de movimentação: ficar muito tempo sentado ou deitado após uma cirurgia, ou em viagens longas.
  • Fatores genéticos: predisposição genética aumenta o risco.
  • Idade: pessoas mais velhas têm maior risco.
  • Estilo de vida: obesidade, fumo e consumo excessivo de álcool.
  • Medicamentos: uso de anticoncepcionais orais ou terapias de reposição hormonal. 

Quando apresentei os sintomas, era feriado, Dia da Proclamação da República; e, após peregrinar por dois hospitais particulares em busca da confirmação do diagnóstico e tratamento, somente na Santa Casa de encontrei angiologista, o médico especializado que diagnostica e trata doenças do sistema circulatório.

Diagnóstico

O feriado atrapalhou bastante, porque precisei esperar por 36 horas até que fosse feito o exame de confirmação: um doppler.

Esse exame de imagem é capaz de detectar onde está a obstrução sanguínea e, preferencialmente, deve ser realizado com o paciente em pé, para que o ultrassom localize exatamente onde está a obstrução, o coágulo que está impedindo a livre circulação sanguínea. Coisas que aprendi com o passar dos anos, já que, depois dessa primeira trombose, tive outras três.

O doppler mostrou onde estava o problema: na veia femoral, na região da virilha, afetando toda a perna direita. Nas tromboses seguintes, os coágulos se formaram na panturrilha ou atrás do joelho, na “dobra da perna”.

Tratamento

Após o primeiro diagnóstico, iniciei o tratamento no hospital, em repouso absoluto, tomando injeções diárias de um anticoagulante chamado enoxaparina, mais conhecido como Clexane. Dez ou 15 anos atrás, geralmente, os pacientes realizavam a maior parte do tratamento ainda no hospital.

No meu caso, alguns dias depois, fui liberada para continuar o tratamento em casa, ainda em repouso total, com um medicamento via oral moderno que havia surgido no mercado há alguns anos, o Xarelto. Na época, 28 comprimidos custavam cerca de R$ 350,00. Hoje, já com versões genéricas no mercado, o medicamento custa cerca de R$ 60,00.

Como parte do tratamento também está o uso de meias compressivas e, claro, a prática de exercícios físicos, para manter a saúde vascular do corpo.

Os outros episódios de trombose sugiram até que, finalmente, eu recebesse o diagnóstico real: trombofilia, uma predisposição do sangue para formar coágulos excessivos que podem obstruir vasos sanguíneos, por isso tantos episódios de trombose. Esse quadro exige de mim uso diário de medicamento anticoagulante e de meias compressivas. Mas isso é papo para outro dia.

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(Revisão: Bianca Iglesias, com alterações de Dáfini Lisboa)

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