O Programa Fala Povo realiza mais uma série de reportagens especiais, desta vez em um dos bairros mais populosos de Campo Grande: nas Moreninhas. Os jornalistas e repórteres cinematográficos do Jornal Midiamax saíram às ruas das Moreninhas 1, 2, 3 e 4 para encontrar as melhores histórias, desde a antiga ‘Maternidade’, que existia na região, aos fatos curiosos e à construção tão esperada do Shopping nas Moreninhas, por exemplo.
Lembrando que o “Fala Povo nos Bairros” — edição Moreninhas — será realizado no sábado (11/10), data em que Mato Grosso do Sul comemora 48 anos. Também é o mês em que o Morena Atacadista faz aniversário, inclusive a transmissão ao vivo de toda a equipe do Midiamax será justamente na loja das Moreninhas.
Pelo bairro, encontramos novos empresários e outros mais experientes, que geram renda e trabalho para milhares de famílias da região. “Por aqui, tem muita oportunidade. No começo, eu achei meio estranho, ‘Será que vou me acostumar?’, pensei. Mas hoje prefiro ficar aqui do que ir para o Centro, porque por aqui tem tudo, né?”, disse Ricardo Loio, que se mudou do Nova Campo Grande, há um ano, e trabalha em um dos comércios das Moreninhas.

Já Cristina da Costa mora na região há mais de 44 anos e, há 20, ela é comerciante nas Moreninhas. Foi uma das primeiras a acreditar no potencial do bairro e abriu uma loja de presentes e variedades. “Antigamente, eram poucos empreendimentos, e aí montei a loja, em 2005. Com o tempo, o comércio da região foi se diversificando, chegando loja de calçados, de roupas e outras”. Por onde anda, é conhecida como ‘Cris’, até pelas crianças do bairro. “Temos vários clientes que tinham 9 anos e hoje têm 29. Crianças que compravam bonecas pra elas e hoje compram presentes pros filhos.”

Além do crescimento do comércio, ela viu também as melhorias na infraestrutura. “Quase ninguém sai mais do bairro para ir ao centro da cidade. Esse ano, graças a Deus, veio o asfalto, parece que estamos numa cidade, né! Melhora a qualidade de vida e o fluxo na nossa loja.”
Exemplos de empreendedorismo
Teve gente que até tentou trabalhar como professora, mas descobriu que a vocação era ser comerciante. “Dei aula, mas vi que não era o que eu queria. Aí falei com meu esposo: ‘Vou abrir uma loja’. Ele falou: ‘Você tá ficando doida!’. Falei: ‘Não tô, não!’. Abri a loja aqui nas Moreninhas, é a única que tem aqui com artigos pra recém-nascidos, até os 12 anos, e temos a loja de maquiagem de R$ 12 também”, comemorou Andreia Barbieri.
A comerciante enumerou outros benefícios que mostram que ela fez a opção correta ao mudar de profissão, mas não de região. “Nas Moreninhas, não falta praticamente nada para as pessoas de qualquer idade; aqui é uma cidade! Do tempo em que eu abri a loja, de cinco anos para cá, eu já vi muita evolução por aqui.”
E aí bateu aquela fome, é só procurar a churrascaria do Michael, também cria das Moreninhas. O negócio começou pequeno, mas hoje serve cerca de ‘300 refeições por dia’ no almoço, de segunda a segunda. “Começamos com ideia de restaurante família, com umas três mesinhas, apenas, e começamos a expandir. Agora, tem bastante movimento, as pessoas não precisam mais ir ao Centro pra resolver os problemas. Eu até costumo falar pra quem pergunta que as Moreninhas são autossustentáveis, porque elas são um ponto final que se mantém”.
Entre as opções, tem o self-service e também tem o prato executivo a R$ 15. “A pessoa se serve e pega a carne aqui fora. Domingo, tem frango assado, costela, a gente trabalha todos os dias.”

Se melhorar, não estraga
Para quem está no Centro de Campo Grande, são aproximadamente 13 km até as Moreninhas; então, muita gente fica na área para comprar e realizar os afazeres diários. Ao longo dos anos, o bairro não parou de crescer e hoje conta com pequenos, médios e grandes negócios de praticamente todos os setores. Mas, em meio às oportunidades e à economia em alta, tem gente que acha que o cenário poderia ser melhor ainda, se o morador das Moreninhas comprasse mais no comércio local.
“Muitas pessoas infelizmente vão comprar no Centro, na Avenida dos Cafezais ou em outros locais. Falta incentivo dos próprios moradores daqui, mesmo”, avaliou Caroline Goes Silva. Ela já teve loja e comenta que conheceu outras pessoas que também tiveram de fechar as portas por este mesmo motivo. Atualmente vendedora de e-commerce, ela aproveitou para criticar a população que não cuida do patrimônio público, como os parques e as áreas de lazer, espaços que são destruídos pelas pessoas que residem nas imediações, segundo ela.
A aposentada Cida Souza Silva mora nas Moreninhas há mais de 40 anos. Aproveitou para cobrar melhorias nas ruas dos bairros com buracos e na segurança pública também, mas não deixou de elogiar o
bairro onde vive. “Sobre o comércio, não tenho do que reclamar, não. Tirando as ruas e os problemas também de drogas, que têm muito por aqui, o restante é muito bom. Eu gosto, sim, muito, do bairro.”
Para encerrar, o depoimento de outra aposentada, de 75 anos, que morava no Tiradentes e se mudou para as Moreninhas há 12 anos. “No começo, a gente estranha um pouco, mas depois se acostuma. O bairro é muito bom, o comércio tem bastante coisa que a gente precisa. Principalmente as amizades, fiz muitos amigos por aqui. A gente vive sem dinheiro, mas não vive sem as boas amizades”, poetizou a simpática idosa, Maria Tereza da Silva.
Fala Povo: Midiamax nos Bairros
A história dos bairros de Campo Grande é tema do Fala Povo: Midiamax nos Bairros. Ao longo desta semana, reportagens especiais vão apresentar aos leitores aspectos históricos, indicadores socioeconômicos, demandas populares e peculiaridades das diversas regiões de Campo Grande, culminando com programa ao vivo no sábado. Quer ver seu bairro na série? Mande uma mensagem para (67) 99207-4330, o Fala Povo, WhatsApp do Jornal Midiamax! Siga nossas redes sociais clicando AQUI.
(Revisão: Dáfini Lisboa)