Com o aumento iminente no valor da tarifa do transporte público em Campo Grande, população reclama da qualidade do serviço oferecido. Nesta semana, a Justiça intimou a Prefeitura de Campo Grande para reajustar o valor da tarifa, que, segundo a Prefeitura, deve ser implementado ainda nesta semana. Atualmente, o valor do passe é R$ 4,75.
O recepcionista Jonathan Pereira apontou a falta de mais veículos em determinados horários. “Muitas vezes numa parte da manhã faltam ônibus, muitos trabalhadores ficam no ponto e ônibus passa direto porque está muito lotado. O segundo ônibus demora para vim e os trabalhadores acabam esperando mais uma vez. E isso influência no trabalhador chegar no horário do serviço, ele acaba atrasando”.
E a falta de mais ônibus circulando parece ser incômodo geral. “Muito poucos horários e ônibus para atender. É um número muito grande de passageiros, às vezes, não consegue atender. Agora mesmo é férias, os horários são bem reduzidos. E os trabalhadores é que ficam prejudicados nesse caso,” afirmou a aposentada Vera Joane.
Reclamação
Assim como Vera, a funcionária pública Eugênia Francisca também reclamou do baixo número de ônibus. “No horário de pico, realmente, é muito cheio mesmo. Acho que é muita gente também. Deveriam repensar sobre isso. Se tem como colocar outros ônibus”.
O técnico em carnes Anderson Pedroso acha que a qualidade oferecida pelo transporte público na capital é baixa. “A qualidade tá precária, alguns ônibus estão fora do padrão para atender a sociedade. Para melhorar tinha que ser feita uma troca exigente do consórcio, de empresa, para entrar outra”.
Entre as reclamações com relação à qualidade estão: janelas que não abrem, ar-condicionado que não gela e chuva no interior do ônibus.
Aumento
Está previsto aumento da tarifa do passe de ônibus na capital. Mas com a negativa da justiça do novo valor ser R$ 7,79, em tarifa técnica, ainda não se sabe qual será o novo preço ao usuário. Enquanto isso, passageiros se preparam para o reajuste, mesmo que achem que não justifica pela baixa qualidade oferecida.
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“Eu acredito que esse aumento da tarifa não seja tão necessário por não ter um transporte tão adequado assim. Não é um transporte de excelente qualidade”, explica Jonathan.
Anderson esboçou descontentamento com o aumento que vem aí. “Um absurdo a tarifa subir, quem sofre somos nós que andamos de busão”.
A aposentada Vera avaliou a perspectiva também dos trabalhadores que fazem parte do Consórcio Guaicurus. “Talvez se justifique para os motoristas, para os trabalhadores da própria empresa de transporte. Mas, para nós, como passageiros, não. Não nos beneficia, porque existem ônibus bastante precários. A maioria desses ônibus tem dificuldade de abertura de janela, às vezes, nas portas. Até mesmo nos assentos mesmo, é uma dificuldade muito grande”.
Consórcio Guaicurus
O Consórcio Guaicurus opera a frota de ônibus na capital desde 2012. Além disso, conseguiu na Justiça o ‘perdão’ de 269 multas por atrasos de ônibus. As multas foram recebidas devido a irregularidades.
Em 2024, um levantamento pela Agetran (Agência Municipal de Trânsito) classificou o transporte público em Campo Grande como excelente, o que gerou questionamento por parte dos usuários. Os passageiros reclamaram da Agetran não os ter ouvido.
Segundo o Relatório de Monitoramento dos Índices de Desempenho, referente ao período de agosto a outubro de 2024, o serviço prestado pelo Consórcio Guaicurus recebeu nota máxima em 6 dos 11 índices avaliados, enquanto os demais ficaram entre ‘ótimo’ e ‘bom’.
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