Moradores do bairro Vila Piratininga, em Campo Grande, denunciam um vizinho, de 56 anos, por importunação e ameaça. Conforme uma moradora, que não será identificada, o homem constantemente descarta entulhos na rua, ameaça outros moradores e, na noite de quarta-feira (8), tentou atear fogo na casa de um idoso.
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O pesadelo dos moradores começou há dois meses, quando o homem se mudou para a residência, que é alugada. Conforme a vizinha, diversos moradores já registraram boletim de ocorrência.
Imagens captadas por câmeras de segurança mostram que na manhã de 17 de dezembro, o acusado aborda um homem, munido com uma faca, e inicia uma discussão. Enquanto gesticula, aponta o objeto para o outro, que não revida.
Já no dia 6 de janeiro, as imagens mostram o homem sentado em uma cadeira, na frente de sua residência, enquanto a rua está lotada por entulhos que, segundo a moradora, ele mesmo colocou. Um carro de autoescola passa pelo local, mas precisa manobrar o veículo devido à obstrução da via. Três minutos depois, o autor é flagrado arrastando os entulhos para dentro de seu quintal.
Imagens captadas em dias diferentes mostram ainda o morador esvaziando um extintor de incêndio na rua, que por sua vez está tomada por lixo; pichando o portão de um vizinho e ateando fogo na própria lixeira.
Fogo em terreno
O episódio mais recente ocorreu na tarde de quarta-feira (8), quando o homem ateou fogo no terreno de um vizinho.
“Nossa rua está um terror. Ele pulou o muro do vizinho e ateou fogo porque queria queimar a casa. Esse vizinho mora há mais de 40 anos nesse endereço, não mexe com a vida de ninguém, é um vizinho que a gente não tem o que falar dele. E hoje ele me pediu tremendo, pra fazer alguma coisa, pelo amor de Deus, dizendo que esse homem ia matar ele”, conta.
Conforme a moradora, a polícia foi acionada na madrugada desta sexta-feira (10) após o homem esvaziar um extintor de incêndio na rua novamente. “Ele aterrorizou de novo. Veio um monte de carro da polícia aqui. Tentaram conversar com ele, não conseguiram. Ele começou a jogar coisas nos policiais, aí chamaram o Samu. Disseram que ele está em uma UPA, mas a casa dele está aqui, toda aberta”, afirma.
Alguns moradores do bairro dizem que o homem já afirmou ser diagnosticado com esquizofrenia. A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande para saber se a Semadur já foi acionada sobre os frequentes descartes de lixou ou, se equipe da SAS foi solicitada para averiguar as necessidades do morador.
Sobre o lixo, a Prefeitura respondeu em nota que o morador precisa ser flagrado no momento do ato. Neste caso, a orientação é que os moradores entrem em contato com a Guarda Civil Metropolitana pelo telefone 153.
Quando acionada, a Guarda conduzirá o caso à Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista), onde as providências poderão ser tomadas. Sobre a possível intervenção da SAS, não houve apontamento.
Acumulador da Rua Planalto
O que os moradores da Vila Piratininga têm encarado assemelha-se ao que vizinhos de José Fernandes da Silva, de 54 anos, conhecido como o ‘acumulador da Rua Planalto’, viveram por anos. O homem foi preso em agosto de 2024 por bloquear as ruas com pilhas de lixo ao redor da casa onde morava.
José Fernandes deixou a prisão após quatro meses, mas não pode voltar para casa. Ele está sob cuidados de um sobrinho e vai passar por análise de sanidade mental em janeiro. Ele é monitorado por tornozeleira eletrônica.
Uma vizinha que é moradora há 35 anos na região afirma que a situação da família é muito triste. “Eles estão doentes, precisando de ajuda psicológica. Filhas e esposa se sentindo abandonadas e ele sempre foi a pessoa que prestou assistência necessária à família”, disse ela ao destacar que a casa está limpa e organizada.
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