Se muitos brasileiros parecem se preocupar com a possibilidade de intoxicação por metanol que tem ocorrido recentemente, o receio se aplica com exceções à população de Campo Grande. Para saber como o campo-grandense tem lidado com a crise, a equipe do Jornal Midiamax circulou em alguns bares e a reação do público ficou nítida: o consumo de bebidas permanece, mas cerveja se tornou a maior aliada.
No final da tarde da última quarta-feira (8), os estabelecimentos da região central da cidade já começavam a concentrar certo movimento. Nas mesas, a presença da cerveja era unânime em garrafas long neck, de 600 ml ou na caneca de chopp.
Victoria Uhlmann, por exemplo, é uma das consumidoras que está atenta aos riscos de contaminação desde o primeiro caso que surgiu no Brasil. A auxiliar de dentista, de 27 anos, apesar de não temer a intoxicação visto que não consume bebidas destiladas, preocupa-se com pessoas próximas a ela.
“Como eu vi, eles estão principalmente no gin, na vodka e no whisky, então, o que eu estou consumindo mais é a cerveja. Não fiquei com medo, até porque eu não estou consumindo essas bebidas, mas eu fico com um pouquinho de medo por algumas pessoas que eu conheço que consomem. Eu acredito que tem outras opções, tem outras possibilidades, é tomar cuidado e ver a procedência ou evitar por um tempo, pelo menos”, comenta.

Além disso, se Victoria se tranquiliza por ainda não haver casos de contaminação em cervejas, Rafael Silva, de 30 anos, parece encarar os dois lados da moeda. Apesar de temer uma possível intoxicação pelas cervejas, o pizzaiolo não deixou de consumi-las.
“Como eu não sou muito tomado de destilado, não fiquei muito preocupado. Mas deu um pouco de medo, falei ‘Vai que minha cerveja também está contaminada’. Bate um pouquinho de preocupação sobre o que está acontecendo, porque não se sabe o que realmente a gente está bebendo em todos os lugares que vai”, destaca.

(Foto: Pietra Dorneles)
Medidas de segurança
Preocupados ou não, os campo-grandenses nem pensam em deixar os bares. Neste momento, é indispensável que os estabelecimentos estejam atentos para garantir a segurança de seus clientes.
Ivan Rodrigues, de 48 anos, é gerente de um bar no Centro de Campo Grande. Apesar de o carro-chefe do local não ser as bebidas destiladas, o estabelecimento associa a procedência dos produtos à confiança nos fornecedores que acompanham o bar há 20 anos.
“Tem sempre a preocupação tanto da parte dos clientes como da nossa parte também. A gente trabalha com os nossos fornecedores desde o começo do bar, mas há uma preocupação. Os clientes que frequentam o bar são clientes nossos, a maioria há 20 anos. Então, existe a confiança na gente, nos nossos fornecedores, e a gente trabalha sempre buscando o melhor para eles”, explica.

produtos aos clientes. (Foto: Pietra Dorneles)
Casos registrados
Segundo o Ministério da Saúde, houve a confirmação de 24 casos de intoxicação por metanol até quarta-feira (8): 20 em São Paulo, três no Paraná e um no Rio Grande do Sul. Ainda, outras 235 notificações seguem em investigação.
Mato Grosso do Sul investiga quatro casos em suspeita e um óbito. Até o momento, o Estado não confirmou nenhum caso.
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(Revisão: Dáfini Lisboa)