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Cotidiano

Feira do Guanandi: tradição que virou motor econômico da região 

Local é ponto certo para os comerciantes todos os domingos
Débora Oliveira -

As feiras livres têm ganhado cada vez mais espaço em . Aos finais de semana, famílias se reúnem para comprar itens que vão desde verduras até saborear um pastel com o tradicional caldo de cana. É na Rua Barra Mansa, no coração do , que se localiza a maior feira livre da capital. Com cerca de 10 quadras de extensão, o local é ponto certo para os comerciantes todos os domingos. 

Há 12 anos trabalhando no Guanandi, Vanderson Pires Queiroz, de 35 anos, produz e vende hortaliças cultivadas em sua chácara, junto ao pai. “São mais hortaliças, que são da nossa produção. Temos algumas coisas da Ceasa, mas o foco é nas hortaliças, que é o que a gente produz”, relata. Para ele, trabalhar na feira representa um importante movimento financeiro. “Super compensa. A gente consegue ter um giro de grana legal pra poder empreender e potencializar a produção”, completa Vanderson. 

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Para Beatriz Ortiz, de 24 anos, não é diferente. Ela trabalha como feirante ao lado do avô e vê no Guanandi uma oportunidade para a venda de produtos artesanais. “É uma boa oportunidade para quem busca produtos de qualidade e quer ter um momento de lazer com a família. Aqui a gente vende produtos caipiras, como queijo, leite, galinha, carneiro, porco e ovo caipira. Quem procura um produto mais natural, sem muitos químicos, pode nos procurar aqui”, conta. 

Oportunidade para quem “vem de fora”

Engana-se quem pensa que a Rua Barra Mansa recebe apenas feirantes locais. Pelo contrário: a rua larga parece estreita diante de tantos comerciantes enfileirados. Entre eles, está Margarete Jara, de 68 anos, que possui uma loja de brechó no , mas vê o Guanandi como seu principal ponto de vendas. “O povo daqui é muito acolhedor e o comércio é excelente. O Guanandi, pra mim, é a melhor feira que eu faço”, explica. 

O que diferencia a feira das demais na cidade é justamente sua variedade em produtos artesanais. Douglas Araújo, mais conhecido como Luxúria, de 24 anos, trabalha com cutelaria e, mesmo sem uma loja fixa, aproveita os domingos para manter o lucro em dia. Para ele, a localização do bairro é o ponto forte para o sucesso. “A Feira do Guanandi é muito boa, sabe? Todo mundo está aqui. Já é uma feira cultural, porque tem um bom acesso. Aqui você não sai sem nada: chegou, leva alguma coisa”, afirma. 

Pastelaria é tradição de pai para filho 

Quem frequenta a principal rua do bairro aos domingos provavelmente já ouviu falar da Pastelaria Inoue. Com mais de 30 anos de história, o local se desenvolveu junto à feira, mantendo uma tradição que passa de pai para filho. “Começou em 1988, quando vim para Campo Grande. Acho que faz uns 35 anos, mais ou menos. Depois, ele [filho] assumiu a responsabilidade pelos pastéis. Modernizou o maquinário, né? Facilitou o serviço, e agora está vendendo bastante”, conta Leizo Inoue, aposentado de 80 anos. 

Quem trouxe o senhor Leizo para Campo Grande foi o cunhado, Masaru Yto, de 79 anos. Ele trabalha como feirante há 56 anos e viu na função uma oportunidade para aproximar a família. “A feira, bem-dizer, me deu a minha vida. Tudo o que eu tenho, meus bens, vieram da feira. No começo era verdura, fruta e ovos. Aí, de 1990 pra cá, comecei a vender pastéis, coxinhas, kibes”, relembra. 

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Hoje, quem administra o negócio é Bryan Inoue, de 33 anos, filho do senhor Leizo. “Meu pai começou tudo aqui, e há mais ou menos 10 anos eu assumi o legado. Ele ficou velhinho, mas ainda está trabalhando. Graças a Deus está firme e forte. E a gente tenta sempre manter a tradição viva, né? Manter a cultura da feira”, conta. 

O estabelecimento, que começou pequeno, virou parada certa no bairro e já emprega 14 funcionários. Além disso, produz e comercializa sua própria massa de pastel. “Hoje em dia a gente abastece algumas padarias, restaurantes, bares e escolas. A gente não divulga muito porque o negócio ainda está pequeno. Mas queremos escalonar isso mais pra frente”, relata Bryan. 

Com mais de 50 anos de história, o bairro Guanandi tem na feira seu principal ponto comercial. Nela, há mais do que apenas produtos e barracas: são vidas construídas e desenvolvidas em torno da grande Feira do Guanandi. 

Fala Povo: Midiamax nos Bairros 

O Jornal Midiamax destaca nesta semana o desenvolvimento da região do Guanandi. O projeto faz parte do Fala Povo: Midiamax nos Bairros, onde diversas histórias serão contadas, incluindo curiosidades, pontos gastronômicos, segurança e tudo o que envolve o cotidiano da população local. 

Essa série de reportagens fará parte da edição ao vivo do programa, que vai ao ar no próximo sábado, dia 27, diretamente do Supermercado Nunes, localizado na Avenida Gunter Hans, 165, no Guanandi.

(Revisão: Bianca Iglesias)

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