O Pantanal ganhou o primeiro posto médico-veterinário avançado em área remota do Brasil. A Barta (Base de Resgate Técnico Animal), na Serra do Amolar, atenderá animais silvestres em desastres ambientais, como incêndios florestais. A estrutura é fixa e está preparada para salvamentos no Alto Pantanal, onde a ajuda é complexa por conta da localização remota.
A unidade, inédita no país, é de responsabilidade do IHP (Instituto Homem Pantaneiro) e fica na Reserva Particular de Patrimônio Natural Acurizal. A ideia surgiu após os incêndios de 2020, que mataram 17 milhões de animas no Pantanal. O instituto já identificou mais de 100 espécies no território de atuação da Barta, sendo que mais de dez delas tem algum grau de ameaça de extinção.
Além disso, a Barta apoiará a prevenção de desastres. O local servirá de base para treinamentos práticos de resgate e atividades de educação ambiental às comunidades locais. A base já tem licença de funcionamento e o IHP busca parcerias para aumentar a capacidade de atendimento da unidade. A instituição pretende, por exemplo, fazer convênios com unidades de ensino e entidades que atuam na conservação da biodiversidade.

Funcionamento
Em casos de emergência, equipes do IHP realizam buscas em áreas atingidas pelo fogo. Depois, resgatam e realizam a estabilização clínica de animais silvestres e domésticos. Esta avaliação e atendimento imediato acontecem na Barta. Então, na maioria das vezes, o IHP encaminha animais machucados ao Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) para reabilitação e acompanhamento.
Entre as principais atividades da nova unidade, estão: treinamentos práticos e capacitações em resgate animal, ações de educação ambiental com comunidades locais e escolas, monitoramento e resgate de fauna e apoio a iniciativas de prevenção e promoção da saúde única.
A equipe da Barta é multidisciplinar e capacitada para resgatar e atender a fauna pantaneira. Integram a base médicos-veterinários (responsáveis pelos atendimentos), biólogos (acompanhar manejo, identificação e monitoramento das espécies), além de brigadistas e técnicos ambientais (suporte para as operações de campo, captura e transporte da fauna silvestre).
A estrutura tem ambientes destinados ao atendimento, estabilização e apoio técnico, incluindo:
- Área de preparo e assepsia;
- Sala de procedimentos e estabilização;
- Almoxarifado veterinário para insumos e medicamentos;
- Setor de esterilização e suporte técnico.
Entre os principais equipamentos estão mesa de procedimento, foco cirúrgico, autoclave, refrigerador, cilindro de oxigênio, projetor de dardos, zarabatana, cambões, redes, macas, caixas de transporte e kits de contenção.
Barta aumenta a sobrevivência
Segundo a responsável técnica pela Barta, Franciele Oliveira, antes da unidade, os resgates dependiam de longos deslocamentos até centros urbanos, o que reduzia as chances de sobrevivência. “Além de salvar vidas, a base fortalece o trabalho integrado entre resgate, ciência e educação ambiental”, explica a analista ambiental.
O diretor-presidente do IHP, Angelo Rabelo, pontua que locais de difícil acesso no Pantanal exigem inovações como a Barta. “Temos um fator de dificuldade que são as distâncias, áreas remotas, e o que buscamos é evoluir para estarmos mais preparados para enfrentar casos de desastres. Dar uma resposta mais rápida e preparada tecnicamente vai reduzir os danos à biodiversidade.”
Além disso, Franciele Oliveira ressalta que a garantia de socorro imediato dentro do próprio bioma é inédita no Brasil. “Aumentando as chances de sobrevivência até o encaminhamento seguro ao Cras de Campo Grande, quando necessitam de cuidados prolongados”.

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