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Cotidiano

Reforma do antigo Hotel Campo Grande chega a R$ 40 milhões e será entregue até dezembro

O prédio do novo hotel deve ser reinaugurado em dezembro, após 24 anos fechado
Jennifer Ribeiro -
Fachada do Slaviero Hotel Campo Grande. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)

Os tapumes que isolam a fachada do antigo Hotel instigam a curiosidade de quem passa pelo cruzamento das ruas Treze de Maio e Marechal Rondon. Afinal, como estaria o edifício icônico que, na década de 1970, hospedava artistas, políticos, time de e se destacava por sua estrutura luxuosa, tão próximo à sua reinauguração?

Bom, após uma visita às novas instalações do agora Slaviero Hotel Campo Grande, afirmar que a mudança é significativa e surpreenderá os hóspedes que porventura tiveram a oportunidade de conhecer o Hotel Campo Grande em sua época áurea.

Isso porque apenas cinco itens icônicos do antigo empreendimento permanecerão após a obra: o relógio, os bustos, os lustres, os painéis de bálsamo — madeiras trazidas da fazenda da família de José Cândido de Paula — e o letreiro que homenageia a Capital. Todo o hotel refletirá modernidade, com uma estrutura de ponta.

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Busto de Laucídio Coelho. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)

Investimento milionário

O edifício foi adquirido pelo empresário e pecuarista Wagner Marcelo Monteiro Borges, em 2023, após passar 22 anos de portas fechadas. Naquele mesmo ano, as obras se iniciaram. A reforma era estimada em R$ 30 milhões, mas os imprevistos elevaram o valor final. Até outubro de 2025, cerca de R$ 40 milhões foram investidos no hotel — além dos R$ 15 milhões que lhe garantiram o prédio.

“A gente começa uma reforma sabendo que haverá imprevistos. Mas, por se tratar de um prédio antigo, histórico, as surpresas foram muitas, elevando bastante o valor investido. Agora estamos na parte de acabamento, correndo contra o tempo, estou empolgado e ansioso pra ver tudo pronto. Nossa expectativa é ver tudo isso funcionando até dezembro”, afirma Wagner.

E o que teria motivado um empresário, que já investiu em inúmeras fazendas, comprar um prédio histórico para empreender no setor de hotelaria? A resposta é simples: encanto pela arquitetura e pelo passado do local.

“Eu achei o prédio . Ele estava abandonado, então me deu vontade de comprar. Eu passava aqui na frente, via o prédio abandonado e pensava ‘Quer saber? Vou comprar essa briga’. Agora, se vai dar lucro, até hoje eu não sei, mas estou animado”, conta Borges.

Relógio do antigo Hotel Campo Grande. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)

O hotel por dentro

As primeiras mudanças são visíveis já da fachada do prédio. No térreo, do lado esquerdo, haverá uma academia para uso dos hóspedes. Além disso, a entrada foi ampliada e uma rampa construída para possibilitar o acesso de pessoas cadeirantes ao edifício. Para homenagear a história da família, um busto de Laucídio Coelho foi instalado em uma das pilastras que dá acesso à porta de entrada.

Agora, a recepção do hotel ficará de frente para o bar, e o restaurante, na lateral dos elevadores (2 sociais e 1 de serviço). Inclusive, é nesta parede que está o relógio icônico que marca a antiga decoração do prédio.

Lembram do Banco Financial? Pois é! O espaço tornou-se um auditório — que comportará até 200 pessoas — e sala de reunião.

Leia também: Concreto, móveis antigos, lustres e relógio: o Hotel Campo Grande por dentro

Sala de reuniões. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)

Novidades

Sem muitos spoilers, Wagner explicou que o bar do hotel impressionará. Além disso, ainda no térreo, estará o restaurante com espaço kids para as crianças dos hóspedes se acomodarem. Acima, mas ainda com acesso à recepção, bar e restaurante, haverá mesas dispostas para aqueles que estiverem em busca de um local para trabalhar enquanto tomam um cafezinho.

A grande novidade deste espaço será uma telona instalada no restaurante — com acesso para o bar e a recepção. Embora esteja lá para funcionar todos os dias, o objetivo principal é poder propiciar um local impecável para os hóspedes assistirem à Copa de 2026.

Outra área de muito investimento foi a cozinha: R$ 1,5 milhão. A estrutura contará com três câmaras frigoríficas, mobílias e eletrodomésticos de inox, centenas de utensílios, sala de descanso e refeitório para os funcionários.

Estacionamento amplo

Quando inaugurado em 1971, o Hotel Campo Grande contava com apenas 11 vagas de estacionamento. Para os dias atuais, a quantidade era pequena e, por isso, a expansão foi necessária. No entanto, os engenheiros não poderiam mexer no estacionamento antigo, já que isso comprometeria a estrutura de todo o edifício.

Por isso, Wagner investiu R$ 5 milhões e comprou o estacionamento do antigo Shopping Pantanal, localizado ao lado do hotel. Assim, o estacionamento comportará 22 veículos. Enquanto não é finalizado, a área funciona como um depósito temporário dos itens que já chegaram, como mobília, pratos, quadros, entre outros.

Antigo estacionamento passa por reforma. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)

Quartos

Ao todo, o empreendimento conta com 17 pavimentos. Desses, 13 são quartos. São 135 apartamentos, incluindo uma suíte presidencial de 60 m², equipada com mesa de jantar, closet, banheira de hidromassagem e integração com o sistema Alexa. Os quartos já estão recebendo as mobílias.

Os andares serão padronizados. Assim que o hóspede sair do elevador, verá um corredor com o painel de bálsamo e carpetes no chão. Do lado direito, no sentido dos quartos, estarão as inúmeras janelas que caracterizam o prédio e propiciam uma visão privilegiada do centro de Campo Grande. Diga-se de passagem, são 930 janelas.

Além disso, a equipe responsável pela obra trouxe para o empreendimento um sistema de ar criado no Japão e testado em Dubai, uma novidade que garantirá modernidade e qualidade para as instalações.

Expectativas

Enquanto divide ansiedade pelo fim das obras com os campo-grandenses, Wagner conta quais as expectativas para dias que sucederão à reinauguração do prédio.

“Já fechamos com uma empresa de iluminação e, no Natal, vamos decorar a parte externa do hotel, vamos fazer um show de luzes. No Ano-Novo, faremos a contagem regressiva com essas luzes também. Um dos nossos propósitos é trazer mais vida para o Centro, e este pode ser um caminho.”

O investimento do Slaviero Hotel Campo Grande compõe o Prodes (Programa de Incentivos para o Desenvolvimento Econômico e Social), que visa promover o crescimento econômico do município por meio de incentivos fiscais e extrafiscais a empresas e empreendedores que atendam aos requisitos previstos na legislação, estimulando áreas como turismo, cultura, tecnologia e serviços.

Quadros decorativos são entregues. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)
Funcionários colocam espelho no restaurante. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)
Painel de bálsamo. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)
Wagner em entrevista ao Midiamax. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)
Vista da janela. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)
Sala da suíte. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)
Colchões nos corredores. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)
Obra no novo estacionamento. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)
Câmara fria. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)
Cozinha do hotel. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)
Eletros de inox. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)
Espaço kids. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)
Visão ampla do restaurante. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)
Auditório comportará até 200 pessoas. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)
Antigo Banco Financial agora é auditório. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)
Pisos são instalados no hotel. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)
Entrada do hotel. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)
Fachada do hotel. (Pietra Dorneles, Jornal Midiamax)

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(Revisão: Dáfini Lisboa)

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