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Cotidiano

Após meses de reabilitação, macacos-prego são devolvidos ao meio ambiente em fazenda de MS

Grupo de sete animais, resgatados em diferentes contextos, passaram meses de reabilitação no Cras
Idaicy Solano -
Animal foi devolvido à natureza (Foto: Divulgação, Imasul)

Sete macacos-prego foram devolvidos à natureza, após passarem meses em reabilitação no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres). A soltura foi realizada entre a última terça (14) e quinta-feira (16), na Fazenda Santa Sofia, no município de , distante 143 quilômetros de .

Os animais passaram por um extenso processo de reabilitação nas dependências do CRAS, onde foram acompanhados por uma equipe de biólogos e veterinários. Durante este período, os animais reaprenderam a buscar alimento, reconhecer sons da floresta e conviver em grupo, em um ambiente controlado que simula as condições naturais.

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A soltura foi planejada para o período pós-seca, quando há maior disponibilidade de frutos e recursos alimentares, fator que aumenta as chances de adaptação e sobrevivência no habitat natural. 

Devolver os animais a seu habitat natural é uma das principais etapas do trabalho de reintrodução de fauna silvestre, voltado à recuperação, monitoramento e preservação de espécies nativas do Pantanal. A iniciativa contou com o apoio do Refúgio Santa Sofia, onde funciona o Onçafari, parceiro nas ações de conservação e pesquisa na região pantaneira. 

Conforme a gestora do CRAS, Aline Duarte, o processo de reabilitação é feito de forma gradual, para minimizar o estresse e garantir que os animais estejam aptos a retomar seus comportamentos naturais. “É uma etapa que requer técnica, observação e tempo”. 

Monitoramento e pesquisa científica

Após a soltura, os macacos-prego receberam colares de rastreamento por GPS, para que seja feito o acompanhamento remoto e o estudo do comportamento do grupo em seu habitat natural. A bióloga Márcia Delmondes, integrante da equipe técnica do CRAS, destaca que este monitoramento é fundamental para compreender como esses animais se comportam no retorno à natureza e aperfeiçoar os protocolos de reabilitação. 

Os dispositivos registram deslocamentos, áreas de uso, formação de grupos e padrões de alimentação. Esses dados são analisados por pesquisadores e técnicos do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de ) para avaliar o sucesso da reintrodução e aprimorar futuras ações de soltura.

Além disso, todos os animais passaram por avaliações clínicas e laboratoriais antes de serem liberados. Os testes confirmaram resultados negativos para Anaplasma sp., Babesia sp., Clostridium perfringens e Leptospira sp., o que confirma que eles  estavam em condições sanitárias seguras para o retorno à natureza.

O trabalho contou com o suporte do Hospital Ayty, unidade do Imasul equipada com centro cirúrgico, laboratório, sala de esterilização, raio-X e veterinária, que oferece atendimento integral à fauna silvestre em reabilitação no Estado.

Macaco-prego resgatado (Foto: Divulgação, Imasul)

Resgate e recuperação 

Os sete macacos possuem origens diferentes e foram resgatados de situações de apreensões e entregas voluntárias. Alguns chegaram ao CRAS debilitados ou com comportamento dependente de humanos, o que exigiu meses de readaptação. Outros foram retirados de cativeiro doméstico e precisaram reaprender a formar grupos e responder a estímulos naturais.

Cada animal passou pelo monitoramento do desenvolvimento físico e social separadamente, que ajudou a definir o momento adequado para a soltura em grupo. Esta é a condição ideal para a espécie, visto que eles vivem em bandos organizados e cooperativos. 

A médica-veterinária Jordana Toqueto, ressalta que o uso dos colares de rastreamento vai auxiliar em uma avaliação contínua e científica da readaptação dos primatas. “Com os dados de GPS, conseguimos saber onde o grupo está se deslocando, se estão se alimentando adequadamente e se mantêm o comportamento natural da espécie. Esse tipo de acompanhamento é essencial para medir a efetividade do processo de reintrodução e garantir que o retorno à natureza ocorra de forma segura”, detalha. 

Para o diretor-presidente do Imasul, André Borges, o  uso de tecnologias de rastreamento e o acompanhamento científico fortalecem a proteção da biodiversidade e ampliam o conhecimento sobre as espécies do Pantanal. Além disso, o trabalho em conjunto garante a preservação da fauna nativa e o uso da ciência como ferramenta de gestão ambiental.

O CRAS é mantido pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do Imasul. O centro é responsável por receber animais oriundos de resgates, apreensões e entregas voluntárias em todo o território sul-mato-grossense.

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