Campo Grande, Capital do Mato Grosso do Sul, contabiliza atualmente 1.091 pessoas vivendo em situação de rua, das quais 1.064 estão inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais. Os dados foram levantados em março de 2025 e fazem parte de um estudo realizado pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua/POLOS-UFMG).
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O cenário da capital sul-mato-grossense representa mais da metade do total registrado em todo o Estado, onde 2.000 pessoas vivem em situação de rua. Os dados revelam a concentração da vulnerabilidade social em grandes centros urbanos, como no caso de Campo Grande.
Além das dificuldades enfrentadas pela dura realidade nas ruas, a violência também é frequente para essa população. Entre 2020 e 2024, o Disque 100, canal nacional de denúncias de violações de direitos humanos, registrou 46.865 ocorrências de violência contra pessoas em situação de rua em todo o Brasil. Em Campo Grande, foram 391 registros no período.
Dados nacionais
O número de pessoas em situação de rua registradas no Cadastro Único do governo federal chegou a 335.151 em março de 2025, o que representa um aumento de 0,37% em relação a dezembro de 2024, quando o total era de 327.925.
Do total, 88% têm entre 18 e 59 anos, 9% são idosos e 3% são crianças e adolescentes. Homens representam 84% da população em situação de rua. Quanto à renda, 81% vivem com até R$ 109 mensais, o equivalente a 7,18% do salário mínimo atual (R$ 1.518).
Em relação à escolaridade, 52% não concluíram o ensino fundamental ou são analfabetos. O número é mais que o dobro da média nacional, que é de 24%, segundo o Censo do IBGE de 2022. A maioria das pessoas em situação de rua é negra. A pesquisa destaca que a baixa escolaridade limita o acesso a oportunidades de trabalho, aprofundando a exclusão social vivida por essa população.
Além disso, o relatório aponta que as capitais brasileiras são os locais onde 50% das ocorrências de violência contra pessoas em situação de rua ocorreram. Os destaques são para as cidades de São Paulo (8,7 mil casos), Rio de Janeiro (3,4 mil) e Brasília (1,7 mil).
Um ponto que chama atenção é o elevado número de denúncias em espaços que deveriam proteger a população em situação de rua, como serviços de abrigamento, estabelecimentos de saúde, centros de referência, instituições de longa permanência para idosos e órgãos públicos.
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