Em meio a “crise do metanol”, o setor de bares e restaurantes de Mato Grosso do Sul teve alta em vendas durante o mês de setembro, como mostra o Índice Abrasel-Stone, um relatório mensal realizado pela Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) e a fintech Stone.
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O relatório indica que o Estado registrou alta de 1%, comparado ao mês de agosto. Entre 24 estados analisados, apenas o MS e o Maranhão (2,6%) tiveram alta nas vendas. Por outro lado, a maior parte do Brasil registrou queda no segmento, sendo as maiores em Roraima (11,5%), Pará (9,9%), Rio de Janeiro e Santa Catarina (7,6%).
Em São Paulo, apesar de ter sido o epicentro de casos de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas, a retração mensal foi de 2,7%. No levantamento nacional, a queda é de 4,9% em setembro. Para o presidente da associação, Paulo Solmucci, os casos de intoxicação por metanol podem ser considerados como um “fator pontual”, pois outros fatores também podem ter contribuído para o resultado negativo, como o alto índice de inflação.
Nenhum caso de intoxicação em MS
Das 11 notificações, nove suspeitas de intoxicação por metanol foram descartadas em Mato Grosso do Sul pelo Ministério da Saúde, conforme a atualização do boletim divulgado na última sexta-feira (17). Duas suspeitas, incluindo a investigação de um óbito, continuam em apuração.
Os dois casos ainda em investigação são de Campo Grande. Os demais, que foram descartados, haviam sido notificados em Caarapó, Dourados, Rio Brilhante, Ladário e Sidrolândia. O óbito em investigação também é da Capital. Outra morte suspeita de intoxicação por metanol já havia sido descartada pela Saúde no dia 2 de outubro.
Bares continuam movimentados
No início de outubro, o Jornal Midiamax notou a contínua movimentação em bares e restaurantes de Campo Grande. Contudo, o consumo de bebidas permanece, mas cerveja se tornou a maior aliada, diante dos casos, em São Paulo, por adulteração de bebidas destiladas.
Victoria Uhlmann, por exemplo, é uma das consumidoras que está atenta aos riscos de contaminação desde o primeiro caso que surgiu no Brasil. A auxiliar de dentista, de 27 anos, apesar de não temer a intoxicação visto que não consome bebidas destiladas, preocupa-se com pessoas próximas a ela.
“Como eu vi, eles estão principalmente no gin, na vodka e no whisky, então, o que eu estou consumindo mais é a cerveja. Não fiquei com medo, até porque eu não estou consumindo essas bebidas, mas eu fico com um pouquinho de medo por algumas pessoas que eu conheço que consomem. Eu acredito que tem outras opções, tem outras possibilidades, é tomar cuidado e ver a procedência ou evitar por um tempo, pelo menos”, comenta.
Orientações da Abrasel
Em nota orientativa aos empresários do ramo, a Abrasel realiza uma série de treinamentos online, gratuitos e com certificado, com orientações práticas para empreendedores serem hábeis a identificar bebidas falsificadas de produtos autênticos.
“Até o momento, não há confirmação de que os casos de intoxicação por metanol tenham origem direta em bares e restaurantes formais. Em São Paulo, alguns estabelecimentos foram interditados preventivamente e suas bebidas recolhidas para análise, mas ainda não houve comprovação de que os produtos comercializados nesses locais estivessem adulterados”, diz o comunicado.
Logo, a entidade divulgou orientações de proteção aos estabelecimentos, como:
- Compre somente de distribuidores oficiais e confiáveis: a procedência é o primeiro filtro de segurança.
- Exija sempre a nota fiscal: ela não elimina totalmente o risco, mas é um indicativo de formalidade e permite rastrear a origem do produto.
- Desconfie de preços muito abaixo da média de mercado: valores muito baixos são um forte indício de adulteração.
- Verifique atentamente lacres, rótulos e tampas: falsificações costumam apresentar falhas de impressão, acabamento irregular ou lacres tortos.
- Inutilize as garrafas após o consumo: quebre ou descaracterize as embalagens, impedindo que sejam reaproveitadas por falsificadores.
- Adote protocolos de descarte responsável: utilize iniciativas seguras de reciclagem ou programas especializados, como os Eco Pontos, para garantir o destino correto das embalagens
A falsificação costuma atingir bebidas de maior valor agregado, por exemplo, uísque, gin, vodka. Casos de vinho e cerveja adulterados são mais raros e, quando ocorrem, normalmente envolvem troca de rótulos ou substituição de produto, e não o uso de metanol.
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