Mato Grosso do Sul tem 152.102 mil usuários de cigarros eletrônicos e sachês de nicotina, conforme pesquisa da USP (Universidade de São Paulo). Já outros 312.998 mil dizem ter usado de forma ocasional nos últimos 6 meses. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proíbe a venda de cigarros eletrônicos no Brasil desde 2009
Ainda segundo o estudo, devido à proibição ou falta de regulamentação, MS deixa de arrecadar R$ 244,4 milhões por ano em impostos em função do comércio ilegal desses produtos. Vale ressaltar, além da pesquisa, o mal à saúde que fazem os cigarros eletrônicos, segundo especialistas, já que possuem substâncias altamente tóxicas, como metais pesados (níquel e chumbo) e nicotina líquida presente nas essências utilizadas.
“Pelo fato da nicotina ser inalatória, o cigarro eletrônico vicia mais rápido. A substância vai para os pulmões, para o sangue arterial e rapidamente está no cérebro. Os níveis de nicotina são maiores do que no cigarro convencional. Sua capacidade de gerar dependência é ainda maior, ele possui aditivos que potencializam esse efeito de dependência. A Indústria faz tudo para o usuário criar uma dependência. A nicotina não tem só a função de causar vício, ela também tem o potencial de causar câncer. Para essa substância não existe nível seguro de consumo”, disse o especialista em pneumologia, clínica médica e professor da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), doutor Henrique Ferreira de Brito, em reportagem anterior, ao Midiamax.
“O cigarro comum as pessoas já entendem que faz mal, é um vício, tem as leis que falam disso. As pessoas mais novas já o descartaram. O POD é mais atual, mais Bonito, cheira bem e se tornou mais atrativo. Não tem uma propaganda do lado falando que faz mal”, explicou.
“Qualquer tipo de dispositivo eletrônico para fumar, incluindo cigarros eletrônicos e todas as suas gerações, todos eles são nocivos e têm a capacidade de causar doenças pulmonares. Irritações de maior ou menor grau, ou inflamação muito grave nos pulmões e diferentes graus de pneumonia, além da piora de doenças alérgicas como bronquite e asma. O uso também aumenta o risco de infarto, arritmia, hipertensão, doenças vasculares e cancerígenas”, finalizou.
Impostos
De acordo com a pesquisa da ESEM (Escola de Segurança Multidimensional) da USP, o valor dos impostos estaduais e federais que deixam de ser arrecadados com os cigarros eletrônicos é de R$ 242,63 milhões e, com os sachês de nicotina, R$ 1,729. Os dados fazem parte do 1º Levantamento Nacional sobre a Demanda por Bens e Serviços Ilícitos detalha que o valor dos impostos estaduais e federais.
“O comércio ilícito de bens e serviços está sujeito a uma lógica econômica simples: se existe qualquer tipo de demanda, sempre haverá alguém, ou alguma organização, dedicada a atender essa demanda. O regime de proibição, em vez de eliminar os mercados de bens e serviços ilegais, acaba por transferi-los para a esfera do crime organizado, que se estrutura como agente econômico racional, em busca de lucro, controle territorial e corrupção sistêmica”, disse Leandro Piquet, coordenador da ESEM e da pesquisa, especialista em segurança pública e mercados ilícitos, e docente do Instituto de Relações Internacionais da USP.
No Centro-Oeste, o número chega a 900,51 mil consumidores de cigarros eletrônicos e sachês de nicotina que utilizam os produtos frequentemente. No Brasil, ainda conforme a pesquisa, são 10 milhões de brasileiros que fazem uso de cigarros eletrônicos e sachês de nicotina.