Um novo projeto social da Prefeitura de Campo Grande promete transformar a realidade de milhares de famílias em situação de vulnerabilidade. Intitulado “Oficinas de Culinária – Capacitando e Gerando Renda”, a regulamentação do programa está publicada na edição extra do Diogrande (Diário Oficial) desta segunda-feira (14).
Com foco na qualificação profissional, o projeto pretende capacitar 2.800 pessoas nas áreas de confeitaria e panificação, distribuídas pelas sete regiões e dois distritos da Capital.
A iniciativa está fundamentada na Lei Municipal nº 7.366/2024 e no Decreto nº 16.134/2025, que estabelecem diretrizes para ações sociais no município. A coordenação e execução será de responsabilidade da Secretaria Especial da Casa Civil. Já a execução seguirá os marcos legais da Lei de Licitações (14.133/2021) e do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (13.019/2014).
Capacitação como resposta ao desemprego
O projeto surge em resposta a um cenário de alta vulnerabilidade social e desemprego, que afeta principalmente jovens e mulheres, conforme apontado por estudos recentes da Pesquisa Socioassistencial de Mato Grosso do Sul. Com o mercado de trabalho exigindo cada vez mais qualificação, o projeto visa oferecer uma porta de entrada para o emprego formal ou para o empreendedorismo na área alimentícia — setor em expansão no Brasil.
De acordo com a ABIP (Associação Brasileira da Indústria de Panificação) e o Sindipan (Sindicato da Indústria de Panificação), o setor de panificação e confeitaria emprega diretamente 700 mil trabalhadores e movimenta 1,7 milhão de empregos indiretos. Além disso, há uma alta demanda por profissionais qualificados.
Oficinas de Culinária com aulas práticas, teoria e degustação
Ao todo, serão 112 oficinas presenciais, com 25 alunos por turma, totalizando os 2.800 beneficiários. Cada oficina terá duração de 4 horas e abordará tanto teoria quanto prática, com degustação dos produtos produzidos. Os participantes receberão material didático individual e orientação sobre higiene, precificação, vendas e práticas sustentáveis com embalagens.
As aulas terão como ministrantes instrutores capacitados da Prefeitura ou contratados por meio de licitação, e ocorrerão em espaços designados pelo município, como por exemplo, o Instituto Mirim. Conforme o projeto, ao final da capacitação, todos os participantes receberão certificação.
Além das habilidades técnicas, o projeto também foca no desenvolvimento socioemocional dos participantes, estimulando competências como responsabilidade, controle emocional, iniciativa e trabalho em equipe.
Público-alvo e critérios de seleção
Podem participar das oficinas de culinária moradores de Campo Grande e distritos com idade mínima de 16 anos e que possuam NIS ou CPF. Caso o número de inscritos exceda as vagas, a seleção priorizará:
- Mulheres chefes de família;
- Jovens entre 16 e 29 anos;
- Pessoas com deficiência.
A seleção baseia-se em documentação comprobatória. O projeto terá monitoramento contínuo, com questionários de avaliação, relatórios periódicos e supervisão por técnicos do Serviço Social da Prefeitura. Já a prestação de contas será feita no Diário Oficial e no Portal da Transparência.
Todos os participantes receberão orientações sobre boas práticas de manipulação de alimentos. A Prefeitura, no entanto, não se responsabiliza por acidentes fora das atividades do projeto ou pelo uso indevido das técnicas ensinadas.
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