Na próxima terça-feira (12) estudantes de pós-graduação de todo o Brasil, devem paralisar as pesquisas acadêmicas. O movimento é realizado pela ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos) com o tema “Ciência é questão de soberania”. O objetivo, é pressionar o governo e Congresso Nacional, para revindicar aumento da bolsa PIBIC/PIBITI, além do reconhecimento de direitos trabalhistas, entre outros. Porém, estudantes da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) não aderiram ao protesto, e devem se manifestar apenas nas redes sociais.
Segundo Franciellen Francese, representante da pós-graduação da UFMS através do DCE (Diretório Central Estudantil) e mestranda em estudos de linguagens, o movimento na UFMS deve acontecer de forma pacífica, com vídeos publicados nas redes sociais. A princípio, a ideia era expor trabalhos acadêmicos pela universidade, mas com a baixa adesão de estudantes da pós-graduação, as aulas acontecerão normalmente.
Segundo Franciellen, menos da metade dos estudantes da pós-graduação, se dispôs a participar do movimento. “De 300 pessoas que conseguimos alcançar, apenas 12 responderam”, explica.
De acordo com Franciellen, muitos dos pós-graduandos precisam trabalhar enquanto, também, precisam pesquisar, geralmente, são estudantes que não recebem auxilio financeiro, o que pode justificar a baixa no movimento. “Entre os motivos estão o fato de muitos pós-graduandos serem também trabalhadores, já que as bolsas contemplam apenas cerca de 20% dos alunos”, relata.
Para a representante do DCE, é preciso defender a ciência. “Não vamos desistir nem deixar passar em branco. Não dá mais para apenas sobreviver, precisamos existir. Somos alunos e trabalhadores. Sem nós, não existe ciência”, afirma Franciellen.
A paralisação nacional, tem como propósito revindicar diversas pautas.
Veja quais são:
- Novo reajuste de bolsas
- Ampliação da concessão para todos os pós-graduandos (não são todos os estudantes que tem direito a bolsa)
- Reconhecimento de direitos trabalhistas
- Assistência especializada
- Carga horária justa
- Politicas afirmativas
- Mais visibilidade para o nosso trabalho
Para uma estudante de pós-graduação, que pediu para não ser identificada, os estudos na área da pesquisa são cheios de desafios. Ela, que está no segundo ano do mestrado, já viu muitos colegas desistirem dos estudos. “Sei que muitos dos meus colegas passam dificuldades, vi colegas que saíram de outras cidades para estudar aqui, mas tiveram que desistir porque não conseguiam se manter”, relata.
Pós-graduação no Brasil
Segundo o painel de dados da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), em 2024, foram concedidas mais de 105 mil bolsas a estudantes de pós-graduação em todo o Brasil. Em 2025, o número saltou para 180 mil bolsistas de mestrado, doutorado, pós-doutorado e cursos de formação de professores da educação básica, como Parfor e Pibid, e da UAB.
De acordo com dados do número.UFMS, a universidade tem 2.463 estudantes de pós-graduação. Dentro deste montante, estão estudantes de mestrado, acadêmico e profissional, além dos estudantes de doutorado.
Segundo a Portaria Capes N° 33, de 2023, estudantes de mestrado e doutorado que tem direito a bolsa auxílio recebem:
- Mestrado – R$ 2.100
- Doutorado R$ 3.100
- Pós-doutorado R$ 5.200
Estudantes de todo o Brasil devem se concentrar em Brasília, para uma manifestação a partir de amanhã. O movimento é promovido pela ANPG, que espera receber mais de 200 estudantes para o ato.
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