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Cotidiano

Relação entre trabalho e saúde mental é convite à reflexão durante Janeiro Branco

A relação entre a carga horária de trabalho e o bem-estar mental tem ganhado destaque neste ano
Osvaldo Sato -
Morador mostra o que sobrou das ferramentas de trabalho (Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)

O começo do ano é marcado pela campanha Janeiro Branco, movimento brasileiro que convida a sociedade a refletir sobre a importância da saúde mental. A iniciativa busca promover a consciência coletiva sobre o tema e, desde 2023, integra o calendário oficial do país como lei federal.

Em 2025, o tema “O que fazer pela saúde mental agora e sempre?” traz luz à necessidade de ações concretas por parte de indivíduos, empresas e instituições. Dentre os temas discutidos, a relação entre a carga horária de trabalho e o bem-estar mental tem ganhado destaque.

De acordo com Monika Christine Papa, psicóloga da Unimed , o impacto do trabalho na saúde mental é significativo. “O trabalho ocupa cerca de 80% do cotidiano dos indivíduos. A frequência, a intensidade e as demandas crescentes no ambiente laboral podem contribuir para o adoecimento psicológico. Embora não seja o principal fator, ele está interligado a outros elementos que afetam a saúde mental”, explica.

Situações de competição, chefias autoritárias, falta de comunicação e cobranças excessivas também agravam o problema. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), um em cada cinco trabalhadores pode apresentar algum problema de saúde mental. Esses desafios geram custos elevados, como a perda de produtividade, absenteísmo e presenteísmo. Estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à depressão e ansiedade, totalizando um impacto de quase 1 trilhão de dólares para a economia mundial.

Redução da jornada pode gerar benefícios para a saúde

Uma das medidas debatidas no Brasil e no mundo é a redução da carga horária de trabalho. A psicóloga Monika Papa acredita que a medida poderia fomentar o cuidado com a saúde mental e física.

“Com mais tempo de descanso, as pessoas podem reequilibrar suas vidas. No entanto, é fundamental ensinar que o descanso é essencial e deve ser praticado conscientemente, pois sem ele não há saúde mental”, alerta.

A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) apresentada pela deputada Erika Hilton (-SP) prevê uma jornada de 36 horas semanais distribuídas em quatro dias de trabalho e três de descanso. Atualmente, a proposta está em fase de coleta de assinaturas na Câmara dos Deputados e tem gerado debates intensos.

Além da discussão sobre a carga horária, outras iniciativas podem contribuir para a promoção da saúde mental no ambiente laboral:

  • Combate ao assédio: Organizações podem implementar políticas contra o assédio moral e sexual, que podem gerar ou agravar transtornos mentais.
  • Empatia e acolhimento: Atitudes compreensivas tornam o ambiente mais colaborativo e seguro para quem enfrenta problemas de saúde mental.
  • Escuta ativa: Demonstrar interesse genuíno pelas preocupações dos colegas contribui para um ambiente de trabalho mais acolhedor.
  • Combate ao preconceito: É crucial desmistificar estigmas em torno de transtornos mentais, promovendo inclusão e respeito.

PEC prevê redução da escala 6×1 para 4×3

A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP) visa reformular a jornada de trabalho no Brasil, propondo a redução de 44 para 36 horas semanais, distribuídas em quatro dias de trabalho e três de descanso. A iniciativa busca abolir a atual escala 6×1, na qual o trabalhador trabalha seis dias consecutivos e descansa um. O projeto prevê que a mudança ocorra sem redução salarial.

A proposta reflete um movimento global em direção a modelos de trabalho mais flexíveis, reconhecendo a necessidade de adaptação às novas realidades do mercado e às demandas por melhor qualidade de vida dos trabalhadores e suas famílias.

Atualmente, a PEC está em fase de coleta de assinaturas na Câmara dos Deputados. Para iniciar sua tramitação, são necessárias 171 assinaturas; até o momento, a deputada Erika Hilton afirma já ter obtido o apoio de mais de 100 parlamentares. A proposta tem gerado debates intensos no Congresso Nacional. Parlamentares da base governista defendem a medida como um avanço nas condições laborais, enquanto membros da oposição criticam a iniciativa, argumentando que a negociação sobre jornadas deveria ocorrer diretamente entre empregados e empregadores.

A discussão sobre a redução da jornada de trabalho no Brasil não é recente. Outras propostas semelhantes já foram apresentadas anteriormente, como a PEC 221/19, do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que propõe a redução gradual da jornada semanal de 44 para 36 horas ao longo de dez anos. Essa proposta está atualmente na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, aguardando a designação de um relator desde março de 2024. A iniciativa de Erika Hilton, contudo, tem ganho destaque por sua abordagem mais imediata e pelo engajamento popular mobilizado nas redes sociais.

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