A produção e exportação de tilápia pode estar com os dias contados em Mato Grosso do Sul e nos demais estados do Brasil. Isso ocorre, pois uma proposta da Conabio (Comissão Nacional de Biodiversidade), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, prevê incluir a tilápia na ‘Lista Nacional de Espécies Exóticas Invasoras’. A decisão, no entanto, tem gerado apreensão entre piscicultores e entidades que representam a categoria.
Em Mato Grosso do Sul, a tilápia representou 97% da produção estadual de peixes em cativeiro em 2024, segundo dados divulgados pelo IBGE (instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Se aprovada, a medida poderá impactar fortemente a economia do Estado, além da possibilidade de acarretar restrições severas, incluindo a proibição do cultivo da espécie.
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A justificativa apresentada para a proibição seria a possibilidade da tilápia invadir rios e reservatórios, já que há registros de fugas da espécie, cultivadas em ambientes controlados. Uma vez que a tilápia invade a natureza, ela poderia competir com espécies nativas por alimentos, além de possuir comportamento predatório com ovas e larvas, causando alteração no ecossistema.
Conforme alerta a entidade Peixe BR, a decisão da Conabio coloca a tilápia no mesmo patamar de alerta do javali, o que pode levar à erradicação da atividade piscicultora. Além disso, a minuta também propõe incluir na lista de espécies exóticas invasoras o camarão e peixes híbridos fora de sua bacia de origem. A reunião para decidir o futuro do cultivo destas espécies está marcada para ocorrer em 8 de novembro de 2025.
“A Peixe BR atua firmemente, exigindo um debate técnico e imparcial que não desconsidere o impacto socioeconômico para milhares de famílias. Reforçamos nossa crença de que a ciência e a realidade produtiva devem caminhar juntas para garantir a segurança alimentar do País”, diz a nota, compartilhada nas redes sociais da entidade.
Cultivo da tilápia em MS
Conforme o relatório mais recente divulgado pela Peixe BR, o Mato Grosso do Sul saltou 15 posições no ranking de maiores produtores de tilápia do Brasil em poucos anos. A espécie tem ganhado bastante destaque em mercados importantes, como os Estados Unidos e o Canadá, especialmente na forma de filés frescos e congelados.
A entidade atribui este avanço a crescente profissionalização da cadeira reprodutiva e do aumento da escala de produção das empresas locais, que têm se modernizado e se adaptado às exigências do mercado. Ainda em 2024, a piscicultura teve aumento de 18,77% no Estado, com 38.400 toneladas de tilápias produzidas.
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