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Cotidiano

Serra da Bodoquena: Capivara queimada pode ter causado incêndio que já dura 4 dias

As chamas estão a cerca de 2 quilômetros do Parque Nacional e já passaram pela cachoeira Boca da Onça, a maior do Estado
Murilo Medeiros -

O combate ao incêndio que se alastra pela Serra da continua pelo quarto dia seguido. As chamas estão a apenas cerca de 2 quilômetros do Parque Nacional e já passaram pela pousada Refúgio Canaã e pela cachoeira Boca da Onça, a maior queda d’água do Estado.

Ainda não houve investigação para apontar a origem deste incêndio, mas a suspeita é que uma moradora teria colocado fogo em uma capivara morta na sexta-feira (12), causando as chamas que se espalharam. “Não se brinca com fogo, começou com um evento simples”, afirma Sandro Pereira, chefe do Parque Nacional da Serra da Bodoquena.

Segundo ele, os esforços dos bombeiros e dos 15 brigadistas do ICMbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) são para evitar que o fogo se alastre até chegar ao Parque Nacional, que é uma área pública destinada à preservação da natureza. “Tem o rio salobra entre o incêndio e o Parque, mas não há garantia, porque se o vento tiver muito forte, o fogo pula”, afirma Sandro Pereira.

Incêndio na Serra da Bodoquena, no fim da tarde de domingo (14) (Foto: Leitor Midiamax)

Desde sexta-feira

As chamas teriam começado nas proximidades do Balneário Vale do Paraíso, em Bodoquena, por volta de 12h desta sexta-feira (12). Depois, passaram pela pousada Refúgio Canaã e agora chegam ao de mesmo nome, em uma região mais próxima da cidade.

“O fogo continua, ele passou pelo Refúgio, queimou tudo no morro e já passou pela (cachoeira) Boca da também. Agora está queimando do outro lado da serra”, afirma o proprietário do Refúgio Canaã, Aparecido Rojo.

Segundo ele, a situação assusta até os moradores mais antigos pela amplitude da área atingida pelo incêndio. “Conheço o local há 25 anos e nunca vi uma situação assim, nem naquela época que queimou tudo, teve incêndios grandes no Estado todo. Agora só uma chuva para melhorar”, diz Aparecido.

O chefe do Parque Nacional, Sandro Pereira, concorda. “Está muito maior do que os outros incêndios que a gente tem na região. Ele se expandiu porque está muito seco, isso é normal, o que não é normal é uma pessoa usar fogo de uma maneira tão sem cuidado”.

Combate difícil

Segundo o tenente Ronaldo Machado, subcomandante do Corpo de Bombeiros de Bonito, o fogo está avançando lentamente desde sábado (13). No domingo, não foi utilizado apoio aéreo, mas hoje deve ser necessário empregar aviões para jogar água, segundo o tenente Machado.

A área de vegetação, com terreno acidentado e íngreme, dificulta o trabalho dos bombeiros. “É uma morraria, então não entra nenhum veículo, o combate é feito com bombas costais e abafadores”, explica.

Além disso, segundo o bombeiro, não há risco do fogo atingir residências, porque o está empenhado na proteção às propriedades. Machado afirma ainda que os animais da região estão protegidos. “Por ser bem lentamente o avanço do incêndio, os animais conseguem sair tranquilamente”, afirma.

Ao longo desses dias de incêndio, é possível identificar um padrão na dinâmica das chamas: se fortalecem à tarde e diminuem de intensidade à noite e de manhã, explica o proprietário do Refúgio Canaã, Aparecido Rojo.

“À noite é fresco, então de manhã tem só uma fumaça. À medida que o sol esquenta e vem o vento, as chamas começam de novo. Enquanto não debelarem os focos de fogo, aqueles troncos secos que ficam queimando, não vai resolver o problema. Agora, por exemplo, não tem fogo, mas tem a fumaça persistente”.

Fogo avança

O jornalista campo-grandense Gerson Jara tem um propriedade em RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) na Serra da Bodoquena. “O pico da reserva estava pegando fogo, nos lotes vizinhos queimou tudo”, explica. Ele estava no local neste fim de semana e presenciou o incêndio.

Para tentar impedir o avanço das chamas, Gerson fez um aceiro ao redor da propriedade. “Fizemos um aceiro às pressas, jogamos muita água para o fogo não passar para o outro lado. Mas, está muito seco, então a água acaba nunca sendo suficiente”, explica.

Ainda segundo o jornalista, o avanço do incêndio se alastrou dos dois lados da serra. “Ontem à noite, quando saímos, já tinha atravessado o refúgio Canaã e estava pegando fogo em outra propriedade”. Gerson Jara afirma que o incêndio chegou a ameaçar o prédio de uma escola desativada.

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(Revisão: Bianca Iglesias)

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